Homilia Terça-feira da VIII Semana do Tempo Comum | Ano A

Terça-feira da 8ª semana do Tempo Comum, 30/05/2023 – Mc 10,28-31

  • Tudo pelo Tudo

Que palavras tão confortadoras: “ninguém há que tenha deixado casa ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou filhos, ou terras por causa de mim e por causa do Evangelho que não receba, já neste século, cem vezes mais, com perseguições – e no século vindouro a vida eterna” (Mc 10,29-30). Neste século: deixar pai e ter cem pais, deixar mãe ter cem mães, deixar terras e ter cem vezes mais a quantidade de terra que se tinha… é ou não é rentável? E, depois: a vida eterna! E nem precisa ser bom comerciante para dizer que negócio é ouro!

Para dizer a verdade, aqueles que  não conhecem a Deus estão perdendo tempo! Para ser feliz há que deixar tudo. “Não pode existir alguém que não deseje ser feliz. Mas, oxalá os homens que tão vivamente desejam a recompensa não fugissem dos trabalhos que conduzem a ela!” – Assim começava Santo Agostinho o sermão sobre as bem-aventuranças no ano 415 em Cartago. Impressiona-nos vivamente que o Senhor relacione a felicidade com realidades que, habitualmente, os demais seres humanos não descobrem, em um primeiro momento a relação entre ambas. Para os ouvidos mundanos, expressões como “desapego” não podem causar mais que rejeição! E, não obstante, os trabalhos conduzem à felicidade. Sem dúvida, é importante entender que Jesus não está pregando uma vida miserável, triste, sem nenhum prazer, sem garra e sem perspectiva. Vou ser sincero: eu também rejeitaria um cristianismo assim! Se o mártir visse somente os sofrimentos e a morte, não seria feliz. Para a testemunha da fé, os tormentos são suportados por amor a Deus e também por causa da recompensa, do prêmio, do céu! Deixa-se tudo pelo Tudo!

Pe. Françoá Costa

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