Segunda-feira, 06/03/2023 – Lc 6,36-38
- Julgar segundo Cristo
Se não pudermos desculpar a ação, desculpemos ao menos a intenção, pois Jesus nos ensina a não julgar de maneira temerária (Lc 6,37). Explico-me: caso você veja uma pessoa matando a outra, você não pode dizer que ela não está matando, pois seria algo evidente. Você pode afirmar tranquilamente: fulano está matando ciclano. Isso, certamente, é julgar, mas não é um juízo temerário. Eu não consigo desculpar a ação, pois ela é evidente e eu não sou cego, tampouco tonto. Procurarei desculpar a intenção, pois, pode ser, que fulano esteja matando ciclano porque surtou e não está sendo dono de seus próprios atos naquele momento. Trata-se apenas de um exemplo.
O que seria, então, o julgar que Cristo condena? Trata-se do juízo temerário, isto é, aquele julgamento que fazemos dos outros, o qual não há fundamento para ser feito. Quando há fundamento para julgar alguém, não há pecado e, muitas vezes, deve-se julgar. O exemplo típico é o de uma pessoa cuja profissão seja a ser juiz de um tribunal: neste caso, ele não só pode julgar, mas tem obrigação de julgar. E isto sem pecar. Percebam que é bom saber estas coisas, porque não podemos cair numa falsa misericórdia nem numa compreensão errada sobre o juízo. Lembre-se ainda que o primeiro responsável pela própria fama é o sujeito em questão. Se você posta fotos indecentes nas redes sociais, todos temos o direito de pensar que você não é uma pessoa honesta e… não estamos pecando, pois você nos está dando fundamento para pensar tal coisa e, como nós não somos bobos, a nossa inteligência funciona corretamente. Cuidado com o juízo temerário, mas também cuidado com a sua boa fama.
Pe. Françoá Costa
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