Homilia Sábado da VII Semana da Páscoa |Ano A

Sábado da 7ª semana da Páscoa, 27/05/2023 – Jo 21,20-25

  • Ele permanece

Parece que o discípulo amado não morreria: “Se eu quero que ele permaneça até que eu venha” (Jo 21,22). Como o Evangelho segundo João é cheio de enigmas, não dá para resolver esta questão com uma simples afirmação categórica. Em primeiro lugar, há que dizer que por mais que digamos que o discípulo amado seja São João, o próprio Evangelista não chega a afirmar que este discípulo seja ele. Há um consenso generalizado de que seja o próprio João. Desta maneira, o autor do quarto Evangelho se coloca como discípulo amado para recostar perto do Coração de Jesus, para receber a Virgem Maria em sua casa, para permanecer sempre com o Senhor; mas, ao mesmo tempo, deixa o espaço aberto para que qualquer cristão seja discípulo amado e, assim, permaneça no Senhor até que ele venha.

Contudo, o Evangelista explica: “Jesus, porém, não disse que ele não morreria, mas: “Se quero que ele permaneça até que eu venha” (Jo 21,23). De fato, Jesus quer que o seu discípulo amado permaneça até que ele retorne, isto é, que cada um de nós permaneça nele, que nenhum de nós se separe dele. Neste sentido, Pedro e você também são discípulos amados. São João foi, de fato, o último apóstolo a morrer, ele era a testemunha viva de Jesus Cristo, e, portanto, ele era o último dos apóstolos a entregar o Evangelho de maneira dinâmica (Tradição) aos demais seguidores de Jesus Cristo naquele então. Sendo assim, o discípulo amado permanece exatamente nessa entrega fiel do Evangelho a qualquer geração: a própria Tradição é presença do discípulo amado. Desta forma, não precisamos interpretar o depósito da fé como se fosse um baú de coisas velhas, mas uma realidade viva, dinâmica, que se encontra de geração em geração naqueles que amam o Senhor na Fé verdadeira, na Tradição Apostólica.

Pe. Françoá Costa

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