Homilia Quinta-feira II Semana do Tempo Comum | Ano A

Quinta-feira, 19/01/2023 – Mc 3,7-12

  • A questão da teologia da prosperidade

O texto de Mc 3,7-12 parece dar lugar à chamada teologia da prosperidade, ou seja, àquela maneira de pensar segundo a qual Deus tem que conceder, de qualquer jeito, bens que façam você feliz. Para isto, você fará campanhas, rosários, jejuns e vigílias e, de tanto forçar os céus, curas, milagres, sinais e prodígios hão de acontecer e, consequentemente, a mensagem para você será: “pare de sofrer!” Se bem é verdade que Jesus curou e continua a agir prodigiosamente para o bem de muita gente, também é verdade que disse categoricamente a todos os seus discípulos: “Se alguém quiser me seguir, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Lc 9,23). Isto é, a cruz, a dor, a perseguição também fazem parte da vida do cristão (Mt 5,1-12).

O problema da teologia da prosperidade é que promete coisas que Deus não prometeu. Quem não sabe disto, se a coisa não se realiza, é porque, talvez, Deus não exista, dirão essas pessoas decepcionadas, ou, se existe, não liga para as pessoas. Consequência mais imediata: com o passar do tempo, não teremos um Brasil mais pentecostal, tê-lo-emos mais agnóstico, mais indiferente, mais ateu. Decepcionadas com Deus porque não as serviu como bom garçom, as pessoas deixarão de segui-lo e de acreditar nele. Por isto, é muito importante não enganar as pessoas nem prometer-lhes o que Deus não lhes prometeu. Os falsos profetas criam, em todos os lugares, uma falsa expectativa que gera desconfiança e falta de fé. Temos que fugir desse tipo de gente! Pelo contrário, nós rezaremos o Pai-Nosso com todas as palavras: “Seja feita a vossa vontade assim na terra, como no céu”.

Pe. Françoá Costa

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