Homilia Sexta-feira II Semana do Tempo Comum | Ano A

Sexta-feira, 20/01/2023 – Mc 3,13-19

  • A questão da vocação do padre social

Jesus rezou antes de ‘chamar’ (“vocare”, em língua latina) os seus futuros sacerdotes (Mc 3,13). A partir da palavra chamar vem a palavra ‘chamado’ (vocacionado). Ele deu a vocação a doze homens “para que ficassem com ele, para enviá-los a pregar” (Mc 3,14). As pessoas que são chamadas por Jesus Cristo para uma vocação de apostolado na Igreja devem ser conscientes que, no fundo, são chamadas para fazerem duas coisas: estar com Jesus na oração e pregar para levar os irmãos ao céu. Quando a comunidade cristã primitiva quis que Pedro e os demais Apóstolos fossem servir às mesas das viúvas, Pedro foi categórico, não por falta de humildade, mas por consciência da vocação: “Não é conveniente que abandonemos a Palavra de Deus para servir às mesas. (…) Quanto a nós, permaneceremos assíduos à oração e ao ministério da Palavra” (At 6,2-4).

Em lugar de fundar uma ONG ou iniciar a Teologia da Libertação, São Pedro preferiu guardar aquelas palavras de Nosso Senhor: permanecer com ele e pregar. Na expressão “permanecer com Jesus” encontra-se toda a vida interior riquíssima de um sacerdote, fruto dos seus momentos de oração e meditação, de adoração e de boas leituras, da recitação do rosário e da celebração piedosa dos sacramentos etc. Com a expressão “pregar”, Jesus deseja que os seus padres estudam a Bíblia, conheçam profundamente a Tradição da Igreja, tenham uma visão de conjunto do Magistério Católico, que conheçam as artes retóricas e os Padres da Igreja, que tenham uma formação filosófico-teológico-literária muito boa, que preguem com unção, eficácia, alegria e fervor espiritual contagiante. Que nunca deixem de ser “santamente proselitistas”, ou seja, que chamem as pessoas à conversão e à Igreja, com grande respeito à liberdade delas, mas não por isto com menos audácia apostólica.

Pe. Françoá Costa

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