Entrevista com Dom Antonio Carlos Rossi Keller
Extraído de www.salvemaliturgia.com
Segue abaixo uma entrevista feita a Dom Antonio Carlos Rossi Keller, Bispo da Diocese de Frederico Westphalen – RS, sobre alguns aspectos da liturgia.
1. Como V. Excia. vê hoje a questão da liturgia no Brasil e no mundo?
Vejo que estamos em um momento crucial, onde se deparam duas visões: a da continuidade, na fidelidade à longa Tradição Litúrgica da Igreja e a da descontinuidade, defendida por grande parte dos liturgistas em exercício. Esta segunda visão, a meu ver, constitui em um grave risco para a “lex orandi”, já que, em geral fundamenta-se em posturas inaceitáveis em relação à “lex credendi”. Ou seja, a meu ver o grande problema da Liturgia hoje é, antes de tudo, um problema de fé, ou melhor, da falta de fé.
2. João Paulo II, em sua Ecclesia de Eucharistia, falava de “sombras” no modo como a Missa é celebrada. Como interpretar a expressão de Sua Santidade?
A meu ver, o Servo de Deus, o Papa João Paulo II referia-se ao absurdo da idéia de uma liturgia “a ser construída pela comunidade local” como ainda hoje propugnam muitos leigos, sacerdotes e bispos. Esta visão outorga à comunidade local (pior ainda, a alguns ou a alguém desta comunidade) a suprema autoridade em decidir o “como deve ser a celebração litúrgica”, favorecendo às aberrações já tão sobejamente conhecidas. O resultado de tudo isto, que popularmente leva o nome de uma liturgia “inculturada”, é, na verdade, simples e pura aberração, violência às normas mais elementares da autêntica liturgia da igreja, o predomínio de um subjetivismo que pretende utilizar a Liturgia como um instrumento para impor visões ideológicas de pessoas ou grupos.
3. Qual a importância do latim na celebração litúrgica? E do canto gregoriano?
O latim tem seu lugar na vida litúrgica da Igreja como garantia da integridade da fé, manifestada nas celebrações litúrgicas. Não é a toa que todos os livros litúrgicos tem como ponto de referência as edições chamadas de “typica”. O gregoriano, por sua vez, constitui um rico patrimônio espiritual que não pode ser, simplesmente, jogado pela janela. Tanto o latim como o gregoriano nos servem como elo em relação à riquíssima Tradição Espiritual e Litúrgica da Igreja
4. É possível resgatar um uso mais regular do idioma latino mesmo na forma ordinária do rito romano, no chamado “rito moderno” esse que usamos em nossas paróquias? Como dar os passos para isso?´
Penso que sim, dêsde que se fuja da pura visão folclórica, ou de um saudosismo, a meu ver tão prejudicial como são os abusos cometidos na liturgia. O latim expressa a universalidade da Igreja, sua catolicidade, que é mais do que uma simples questão geográfica: a Igreja é a Una, Santa, Católica e Apostólica Igreja de Cristo, aberta a todas as geografias, a todas as culturas, a todas as épocas. Ora, isso exige, da parte de quem integra a Igreja, uma visão universal, aberta, não “paroquial”. O latim abre esta perspectiva de universalidade. O grande problema será sempre não uma simples questão de pronunciar bem, corretamente o latim, mas de abrir-se à catolicidade da igreja, sentir-se cidadão universal dela, pronto a aceitar em seu seio todas as realidades espirituais e humanas dignas. O uso do latim faz-nos compreender como nós, católicos, onde quer que estejamos, temos a mesma fé e celebramos os mesmos sacramentos.
Praticamente, penso que, antes de se começar a celebrar em latim, nas Paróquias, seria preciso deixar bem claro, para o povo, a razão disso… Senão, tudo não passa de uma simples questão de estética linguística, de uma busca de um “purismo” litúrgico que cria a mentalidade se fazer parte de uma casta especial na igreja (os que entendem latim…), que seriam aqueles que participam da Santa Missa em latim…: o restante dos comuns católicos continuariam na ignorância e na mediocridade litúrgicas…
5. E quanto à forma extraordinária do rito romano, o “rito tridentino”? Como vê V. Excia. esse aumento dos pedidos dos leigos para que se a celebre?
Vejo o rito extraordinário como êle o é: extraordinário. Não posso aceitar que as bases colocadas pelo episcopado do mundo todo, reunido em Concílio, tenham sido inválidas ou injustas. Quando criança, ajudei muitas vezes a Santa Missa no atual rito extraordinário. E algumas vezes, infelizmente, não saia edificado da Missa: muita pressa, palavras engolidas, atropeladas, distrações, etc. Ora, isto leva-me a pensar que a questão não está tanto no Rito usado (apesar que o rito ordinário poderia, talvez ser um pouco melhorado, favorecido), mas o que conta mesmo é o espírito com o qual deve-se celebrar, seja lá em que rito for… Penso que os pedidos suscitados pela abertura oferecida pelo Santo Padre, são, em sua imensa maioria, justos, já que as pessoas não suportam mais tantos abusos… Penso também que o aumento dos pedidos de celebrações na forma extraordinária não deve diminuir as exigências para que se celebre dignamente na forma ordinária.
6. Dizem que em dioceses e instituições que prezam a liturgia bem celebrada, de acordo com as rubricas, com incentivo ao canto gregoriano, à polifonia sacra, a um canto popular mais sóbrio, ao latim, às celebrações mesmo em vernáculo bem sacrais, há um aumento de vocações. Isso é verdade? Como V. Excia. analisa esse fenômeno?
Não posso ainda afirmar categoricamente isto. Estou fazendo por aqui um grande esforço para que não somente na Catedral Diocesana, ou onde o Bispo estiver se celebre bem, mas que em todas as Paróquias exista este princípio. Para poder responder de forma taxativa e afirmativa a esta questão, preciso de mais tempo. Estou aqui tão somente há menos de um ano. Mas, pessoalmente, acredito piamente nesta realidade.
7. O episcopado brasileiro percebe a importância do latim, da posição “versus Deum”, do canto gregoriano?
Não. Gostaria de salientar que não compartilho com esta oposição entre “versus populum” e “versus Deum”. Sinceramente, não vejo esta oposição na forma ordinária do Rito Romano. A meu ver, toda a Missa “versus populum” será sempre, fundamentalmente, “versus Deum”.
8. Há ainda muita confusão no clero, no episcopado e o laicato, achando que “Missa em latim” é apenas a Missa “tridentina”?
Absoluta confusão. Pior que isto, há um forte preconceito generalizado entre os padres e os senhores bispos do Brasil em relação ao uso do latim, na liturgia.
9. V. Excia. tem se destacado na promoção do adequado culto litúrgico. Tem enfrentado resistências? Como resolvê-las? Vê algum sinal de esperança?
Não enfrento nenhuma resistência em relação aos meus padres, que são todos muito bons e dedicados, desejosos de fazerem o que é certo. Estamos em constante diálogo, fundamentado na paciência e no respeito mútuo. Penso que este deva ser sempre o princípio normativo, não só em relação à liturgia, mas em todas as questões: a caridade e o respeito por aqueles que generosamente servem a Cristo,à Igreja e ao Povo Santo de Deus. A meu ver, se mais não conseguem oferecer, é porque pouco receberam. Cabe, pois, ao bispo, além de dar exemplo, proporcionar os meios para que as coisas melhorem, mas sempre com respeito e caridade. Recuso-me a governar a Diocese por meio de Decretos, que só servem para, na maioria dos casos, fazer o Bispo cair na tentação da vanglória e de imaginar que todos o obedecem na Diocese. Prefiro o caminho do exemplo e do diálogo.
10. O que V. Excia. pensa da tão falada “reforma da reforma”? Considera que as duas formas do rito romano irão, um dia, se fundir, com os melhores pontos positivos de cada uma? O que V. Excia. sugere em um eventual “rito romano unificado”? O que, da forma extraordinária, consideraria por bem estar presente também na forma ordinária? Alguma sugestão para a implementação da “reforma da reforma”?
Sou um pastor, não um liturgista ou um teólogo, no sentido próprio destes termos. Portanto, como Bispo, obedeço aquilo que a Igreja me indica. Não sei dizer qual será o futuro da liturgia: procuro viver e ensinar a viver com fidelidade as Normas Liturgicas atuais. Aquilo que a Santa Igreja, através de suas legítimas autoridades indicar neste sentido, terá sempre minha pronta e absoluta adesão.
11. Como V. Excia. enxerga a grande migração que muitos leigos, inclusive jovens, fazem em direção a grupos que, embora conservem a liturgia tradicional, a forma extraordinária, não estão em plena comunhão com Roma? O que fazer para solucionar o problema?
A razão desta migração, certamente, em alguns casos é uma sincera busca de algo mais consistente do que simples agitação, batucadas e bailes impropriamente tidos como litúrgicos. As pessoas que buscam a Deus não querem viver experiências que podem dar ou não dar certo. Ninguém gosta de ser cobaia… Assim, quando se oferece algo de qualidade, com garantia de que de fato funciona, as pessoas sentem-se mais seguras em buscá-las.
Contudo, a meu ver, nem todos aqueles que buscam estes ambientes tradicionalistas, tem retidão de intenção. Há muita gente desequilibrada por aí, buscando experiências místicas não corretas. Muitos destes que buscam este universo tradicionalista, aí não permanece… não é um fato, por exemplo, o número crescente também de sedevacantistas nestes ambientes?
12. O Cardeal Castrillón Hoyos insiste na chamada “ars celebrandi”, expressão que é frequentemente utilizada também por Bento XVI. Em que ela consiste, em sua opinião? Como colocá-la em prática?
A meu ver a “ars celebrandi” consiste, antes de tudo, na capacidade de interiorização do Mistério que se celebra, ou seja, na capacidade de “conectar-se”, para usar uma linguagem mais atual, à realidade litúrgica celebrada. Consiste na consciência de que se está diante de Deus, e de que toda a ação litúrgica a Ele é dirigida, exigindo este princípio um esforço consistente, que envolve a totalidade do ser. A “ars celebrandi” envolve toda uma atitude que, a meu ver, exige um antes, um durante e um depois de cada celebração, ou seja, uma preparação anterior fundamentada sempre que possível no silêncio, no diálogo com Deus; uma atitude de respeito e de atenção durante a celebração, vestes dignas, postura respeitosa, diria uma elegância no porte que revele a dignidade daquilo que se realiza; e uma ação de graças sentida e piedosa, para que a celebração repercuta nos demais atos sacerdotais. A “ars celebrandi” portanto não se constitui simplesmente em uma atitude respeitosa externa, mas tem raízes na alma…: a meu ver, a “ars celebrandi” mais do que na estética, é fundada na oração.
13. É visível o abandono da casula por boa parte do clero brasileiro. A que causas V. Excia. atribui a interpretação, deveras “benigna”, da norma que a dispensa em situações extremas, invocada pelos padres?
O abandono da casula nada mais é do que a expressão de uma mentalidade “minimalista” em relação à Liturgia. Faz-se o mínimo necessário, usa-se o mínimo necessário, etc…, tudo justificado pela idéia de se simplificar as celebrações, fugir-se da pompa e do ritualismo. Vai-se assim, procurando-se fugir de uma visão extrema de suntuosidade ao outro extremo, hoje mais comum, que é o do relaxo e do empobrecimento litúrgico.
14. Aliás, quais são as causas, na visão de V. Excia., de tanto desleixo para com a liturgia no Brasil? A teologia da libertação e o modernismo, condenado por São Pio X, têm que parcela de culpa?
A causa está, antes de tudo, em uma visão dessacralizadora da Liturgia. A idéia de se pretender uma Liturgia que tem como centro o homem, e não Deus. O resto, é consequência disto… Ou seja, a crise é, antes de tudo, de fé.
15. Alguns padres mais novos começam a vestir batina, a usar clergyman, a celebrar com decoro, a se interessar pelo latim, a usar tanto a forma ordinária bem celebrada (inclusive com latim e gregoriano) como a forma extraordinária. Também leigos bem formados estão despertando e tomando iniciativas apostólicas para promover a liturgia de acordo com o que nos manda Roma e conforme a tradição da Igreja. O que diz V. Excia. disso tudo?
Digo que também isto me preocupa. Tenho visto fotos e mais fotos de seminaristas de batina, faixa, barrete, peregrineta, capote, etc… e que, depois de ordenados sacerdotes, deixam tudo isto de lado, ou usam estas vestimentas tão somente “quando estão exercendo o ministério”, como se, para um sacerdote, fosse possível ter duas vidas, dois princípios norteadores para a própria vida. Minha opinião é a de que “o hábito não faz o monge, só o reveste”. Assim, para que tudo isto tenha sentido, é necessária autêntica busca da santidade, que, para um sacerdote, é a plena identificação com o Cristo Jesus, com seus sentimentos, com seus valores, com suas palavras, com seus amores, etc… Sem autêntica vida espiritual, ou seja, para a Liturgia, sem a autêntica interioridade, a Liturgia torna-se tão somente ritualismo farisáico. Metros e metros de pano, quilos e quilos de incenso, etc.. não servem para nada quando não existe um apaixonado amor a Cristo, a Sua Igreja e a Seu Povo. Vejo com esperança toda esta movimentação em relação à busca de uma Liturgia mais fiel à normativa da Igreja, mas penso que isto só não seja suficiente para uma autêntica renovação eclesial: precisamos não somente de gente que celebre ou que participe da Liturgia bem celebrada… Precisamos de gente SANTA que celebre e participe bem da Liturgia bem celebrada.
16. Aos que querem a Missa mais sóbria, de acordo com as normas, com incenso, latim, paramentos bonitos, logo se lhes acusam de “rubricistas” ou de “obtusos”, “antiquados” e até de “fariseus”. Dizem que a Missa tem que ser “alegre”, com palmas, pop-rock, improvisação, abraços nos irmãos, sem se prender a fórmulas. Alegam que Jesus quer animação, que o que importa é o coração, é o interior. Como responder a tudo isso?
Deve-se responder coma exemplareidade de celebrações bem realizadas. Mas também é preciso cuidar de que a parte humana, nas Comunidades onde se celebra decentemente, seja cuidada… As pessoas tem necessidades humanas de afeto, de encontro, de até festejar junto, ou de chorar junto. O erro não é a necessidade de fraternidade, de acolhida, de comemorações, etc…. O erro é querer fazer isto na Santa Missa, usando-a com finalidades incoerentes com os seus verdadeiros fins. A santa Missa não pode ser instrumentalizada. mas cada Comunidade cristã deve ter seus espaços de acolhida humana, sempre fundamentados na caridade do Senhor.
17. V. Excia. há poucos dias conferiu o canonicato a alguns de seus sacerdotes. Como vê a instituição do Cabido Diocesano, sua perda em várias dioceses, e a importância dele para a liturgia?
Quando cheguei à Diocese de Frederico Westphalen, imediatamente solicitei, por meio da Nunciatura Apostólica em Brasília, a Instauração do Colendo Capítulo de Cônegos de nossa catedral Diocesana.
A razão é dupla: em primeiro lugar, para que pudesse ter um Grupo seleto de presbíteros da Diocese que pudesse auxiliar-me e secundar-me para que as Celebrações Litúrgicas oficiais, na Catedral Diocesana de Santo Antonio assumissem uma maior dignidade e fossem sempre celebradas de acordo com as Normas Litúrgicas vigentes. Em segundo lugar, a ereção do Capítulo de Cônegos é também uma forma de expressar o respeito e o afeto do Bispo pelo Presbitério Diocesano, que, graças a Deus, é valoroso e sempre me dá muitas alegrias. A meu ver o descaso com os Capítulos deve-se ao fato de que canonicamente, o mesmo tenha perdido sua função de “senado do bispo”, sendo substituído por outras realidades de Comunhão.
18. Pode V. Excia. nos dar um exemplo concreto desse “governar com diálogo”, principalmente no campo da liturgia? Como, para usar suas palavras, “proporcionar os meios para que as coisas melhorem” na liturgia, na Missa, na beleza das celebrações, na correção dos equívocos?
Em relação à Liturgia, tenho, em primeiro lugar, dado o exemplo, ou seja, celebrado sempre na Catedral Diocesana de acordo com as regras litúrgicas vigentes, mas sempre com solenidade e dignidade. O resultado é o de ter sempre muita gente participando das Missas semanais celebradas pelo Bispo Diocesano, na Catedral, sempre nos domingos às 19,00 h. Além disso, celebro diariamente a Santa Missa, de 2a a 6a feira às 8,00 h, na Cripta da Catedral Diocesana. Naturalmente, uma Missa mais simples, mas sempre de acordo com as Normas Litúrgicas. Minha intenção é a da exemplaridade: que os padres celebrem bem, e que celebrem todos os dias, algo inusitado para esta última questão, por estes lados do Rio Grande do Sul. Além disso, tenho enviado mensalmente a todos os padres uma correspondência pessoal: uma carta amiga e fraterna, de pai e de pastor, tratando sempre de uma aspecto prático da vida e da espiritualidade presbiteral. Além disso, segue, junto à carta (chama-se “Carta aos Padres”) artigos específicos de temas práticos de pastoral. Ultimamente tenho enviado sempre temas de Liturgia, especificamente, sobre a “ars celebrandi”. O interessante é que já sente-se o resultado. Por aqui, não temos grandes abusos. Os mais visíveis são aqueles que dizem respeito à música litúrgica, já que a Diocese edita um “Livro de Cantos” (a última edição tem quase 10 anos) e neste livro foram colocados cantos que não estão adequados à Liturgia. Assim, estamos preparando uma revisão do livro. Em um ou outro lugar escutam-se, em alguns momentos, algumas palmas… etc.. mas, repito, nada que demonstre abusos mais graves, que digam respeito, por exemplo, à fé. Muitas das estranhezas litúrgicas que vejo, devem-se à passagem de algum liturgista (na verdade ALGUMA…) que espalhou algumas idéias estranhas, mas que, de fato, não penetraram com muita profundidade. Nosso presbitério é bem diferente do de São Paulo, por exemplo, onde predomina em muitos ambientes, a idéia de “inventar” a liturgia. Assim, mudando os cantos do livro, e procurando manter sempre esta atitude de enviar bom material etc.. aos padres, além de oferecer aos seminaristas a possibilidade de ajudarem nas cerimônias da Catederal (coisa que antes não existia), vejo que em breve teremos uma liturgia muito mais cuidada e adequada por aqui.
19. Um futuro promissor para a liturgia no Brasil é visto por V. Excia. a curto prazo? Quais os erros que devem ser evitados nesse trabalho de “reforma da reforma”?
Sou realista, mas tenho fé. Minha vida inteira de padre dediquei-me a formar seminaristas e a procurar celebrar sempre bem. Não digo isto como honra, mas como algo feito com consciência. Deus tem Seus tempos e Suas razões. Vivemos um período de purificação, na Igreja. Assim, não tenho noção a respeito de prazos, etc. Penso que cabe-nos sempre ser muito fiéis, especialmente em relação à Liturgia, e ter a paciência em saber esperar. Mesmo que Nosso Senhor não me dê a alegria de ver as coisas mudarem de fato, penso que, de alguma maneira, colaborei para que as coisas, de alguma maneira, em um dia que Deus sabe qual será, as coisas voltem ao eixo. Nós passamos, inclusive aqueles que organizaram ou mantiveram ou ainda mantém toda esta confusão. A Igreja permanece.
20. Por fim, uma palavra de incentivo aos leitores do Salvem a Liturgia, e seu pensamento acerca de nosso apostolado.
Quero dizer aos leitores que procurem, antes de tudo, viver a Liturgia, com interioridade e atenção. Repito o que já anteriormente disse: a autêntica participação na Liturgia exige interioridade, alma, amor a Deus. Vivamos a Liturgia não só na sua exterioridade tão bonita e necessária mas, principalmente, no que ela realiza de ato de amor a Deus.
Dom Antonio Carlos Rossi Keller
Bispo de Frederico Westphalen (RS)