Homilia Terça-feira da XXIII Semana do Tempo Comum | Ano A

Terça-feira da 23ª semana do Tempo Comum – 12/09/2023 – Lc 6,12-19

  • A oração silenciosa de Jesus

Que coisa maravilhosa: Jesus “passou a noite inteira em oração a Deus” (Lc 6,12), no silêncio. De fato, ele não temia o silêncio porque a ausência de palavras daquela noite estava preenchida pelo diálogo com quem ele tanto amava: o seu Pai. Curiosamente, até para rezar se promove o ruído hoje em dia. Quando se faz um momento de silêncio parece ser um convite quase imediato a tocar uma música ou a ler alguma coisa ou… sei lá. Teme-se o silêncio! Por quê? Talvez porque os nossos silêncios sejam meros silêncios, quiçá porque estejamos sem a palavra interior que nos faz dialogar com o Pai ou quem sabe por que nem descobrimos que o silêncio existe para que falemos. Contradição?! Não. Existe um verbo interior e um verbo exterior. Antes que falemos (verbo exterior, palavra exterior) já tínhamos essas noções na nossa mente (como palavras interiores). Quando falamos sem consideração é exatamente por isso: porque não consideramos de verdade a nossa palavra interior. Então é quando saem as abobrinhas, as bobagens e a estultícia.

A experiência da “solidão” acompanhada por Jesus é maravilhosa. As pessoas que cultivam uma autêntica vida interior sentem uma necessidade imperiosa de momentos de silêncio, de consideração e, em definitiva, de oração, que bem pode ser definida como um “falar com Deus”. E por que Jesus rezava tanto e durante tantas horas? Ora, simplesmente por que ele ama o Pai e gosta de estar muitas horas com a Pessoa amada. Não é esta uma luz para que descubramos o porquê do tédio que às vezes experimentamos na oração, o porquê da pressa para terminar a nossa meditação da Palavra de Deus, o porquê de tantas orações vocais sem a consideração do que estamos dizendo a Deus, o porquê rezamos pouco? Será que amamos de verdade o nosso Pai do céu? Esses momentos de oração durante o dia, constantes ainda que poucos, nos ajudarão a ser “contemplativos no meio do mundo”, isto é, no nosso trabalho, na nossa família, nas relações sociais do dia a dia.

Pe. Françoá Costa

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