Homilia Terça-feira da VII Semana da Páscoa |Ano A

Terça-feira da 7ª semana da Páscoa, 23/05/2023 – Jo 17,1-11

  • Intelecto da fé

Como vocês sabem, eu privilegio o intelecto sobre a vontade, pois ninguém ama (objeto da vontade) aquilo que não conhece (objeto da inteligência). Há correntes filosóficas que privilegiam a vontade sobre o intelecto, como aquela do nominalismo filosófico: acho-a muito errada e com consequências funestas para a vida cristã. Para afirmar a minha postura filosófica – primeiro é o intelecto; depois, a vontade – e para combater aqueles que pensam ao contrário, a passagem do Evangelho de hoje é como uma luva à mão: “A vida eterna é esta: que eles te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e aquele que enviaste, Jesus Cristo” (Jo 17,3).

Certamente, a vida eterna consiste no conhecimento do Pai e do Filho e do Espírito Santo e, por isto, o dom que substituirá a fé em nós chama-se visão beatífica. Aqui, a fé é uma visão “como em um espelho”; na eternidade, “veremos face a face” (1 Cor 13,12). O Apóstolo diz isto no mesmo capítulo no qual ele fala que o amor, produzido na vontade, é o mais importante. Até pareceria que a vontade importa mais que o entendimento. Contudo, só podemos amar aquilo que conhecemos. Mesmo no céu, a nossa felicidade começará com a visão face a face. Ver a Deus desta forma, produzirá em nós uma caridade toda eterna, que durará para sempre. Poderia resumir: o Espírito Santo da verdade vem a nós para produzir a fé, da ação do Espírito e da virtude da fé, vêm as virtudes da esperança e da caridade. Aqui nesta Terra, o mais importante para nós é viver de fé; lá no céu, o mais importante é viver de amor. Contudo, em ambos os casos, o amor sobrenatural, ação de Deus na nossa vontade, é sempre precedido pelo conhecimento intelectual, fé ou visão, que são ações de Deus na nossa inteligência.

Pe. Françoá Costa

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