Homilia Terça-Feira da 6º semana do tempo comum | Ano C

Seguimento de Jesus na religião da Palavra

Terça-feira, 6ª Semana do Tempo Comum – C – Tg 1,12-18; Sl 93; Mc 8,14-21

Observem a advertência do Senhor: “Guardai-vos do fermento  dos fariseus” (Mc 8,15). Não está a falar-nos de pães e de fermentos no sentido estrito da palavra, mas daquela realidade que é o segredo que movimenta toda a nossa vida. O que levedava a vida dos fariseus eram as regras. O que leveda a vida de um cristão é o seguimento de Cristo.

O cristianismo, diferente das outras religiões, não é uma religião de livro, mas da Palavra de Deus que se fez carne, de Jesus Cristo. De fato, Jo 1,1 fala que no princípio era a Palavra e que esta Palavra é Deus; no versículo 14 o evangelista afirma que esta Palavra se fez carne e mora no nosso meio: foi a Palavra quem nasceu temporalmente por amor a nós, por nós morreu e ressuscitou. Somos a religião da Palavra. Veja só: todas as religiões são a busca que o homem faz sobre Deus até alcançá-lo; no cristianismo, pelo contrário, é Deus quem veio buscar-nos para salvar-nos. Nesse sentido, até se poderia afirmar que o cristianismo, mais que uma religião, supera aquilo que comumente chamamos de religião. Foi o próprio Deus que veio ao nosso encontro, a Palavra dirigiu-se a nós e nos enriqueceu com os dons do céu.

Ser uma religião da Palavra faz com que a nossa Fé instale-se, em primeiro lugar, na nossa inteligência, pois a palavra antes de ser pronunciada encontra-se em nossa inteligência e nela faz um discurso racional. Somente depois de pensada, a palavra é por nós pronunciada. Por sua vez, a inteligência bem formada pela Palavra e pela fé, poderá iluminar as demais dimensões da nossa vida, especialmente a nossa vontade e as nossas ações para que amemos o bem e tenhamos forças para levá-lo à prática. Realmente, “um pouco de fermento leveda toda a massa” (Gl 5,9). Tenhamos em nós a luz da fé e iluminemos todas as circunstâncias da nossa vida com essa luz, pois assim teremos a eficácia que vem de Deus: fermentar toda a massa, mesmo que sejamos tão pouca coisa!

Padre Françoá Costa
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