Homilia Segunda-Feira da 6º semana do tempo comum | Ano C

Eles discutem até com Jesus

Segunda-feira, 6ª Semana do Tempo Comum – C – Tg 1,1-11; Sl 118; Mc 8,11-13

Os fariseus “começaram a discutir” com Jesus (Mc 8,11). Discutir com Jesus? Isso mesmo. Quiçá como nós que, frequentemente, gostamos de dar lições de moral em Deus. Tem pessoas que brigam com Deus porque estão sofrendo; outras, porque não estão de acordo com a Fé Católica; outras, porque gostariam de viver como católicos, porém desligados da Moral tradicional; outras ainda, porque ainda não receberam determinadas graças que pediram. Contudo, enquanto dura essa revolta, quiçá o Senhor diga: “a esta geração nenhum sinal será dado” (Mc 8,12).

Certamente você pode pedir, mas Deus é livre para dar ou não essa graça. Ele não é o seu garçom, ao qual você pede e ele deve comparecer quase imediatamente para atender seus pedidos. Ele é Deus, você é criatura. Ele está no lugar dele, você deve pôr-se no seu lugar. A humildade é a melhor maneira para apresentar-se diante de Deus e ser atendidos.

Por que os santos de Deus são, frequentemente, atendidos com celeridade? Porque são humilíssimos e amam estarem submissos à divindade. Pelo contrário, os pecadores gostam de discutir com Deus, exigir o que não lhes pertence e, além do mais, acham-se sempre em seus direitos. Tudo isso porque não conhecem a verdade sobre si mesmos, são pessoas que não andam pelos caminhos da humildade, simplicidade e clareza.

No dia de hoje, vamos procurar não discutir com Deus e sermos muito dóceis aos seus apelos, de maneira muito especial não coloquemos em discussão as verdades divinas, as quais vem daquele que é o autor da verdade. Todas aquelas pessoas que se sentem autorizadas a discutir com Deus as coisas, especialmente os pontos da Fé e da Moral católicas devem viver aquilo que poderíamos chamar “humildade da inteligência” e, a partir desta bela disposição e da purificação constante do coração, terão luzes de grande edificação interior.

Mas o que é essa “humildade da inteligência” senão a submissão do intelecto como capacidade dada por Deus de andar animados pela verdade sobre nós mesmos e, consequentemente, não andar por aí discutindo, tolamente, aquilo que fora previamente estabelecido seja pelos Padres da Igreja ou por seus Doutores. Vivendo e aprendendo: nada de discutir com Jesus, mas dialogar com ele na oração sobre as coisas dele e sobre as nossas.

Padre Françoá Costa
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