Homilia Sexta-feira IV Semana do Tempo Comum | Ano A

Sexta-feira, 03/02/2023 – Mc 6,14-29

  • Elias, João Batista e a reencarnação

Em Ml 3,23 diz-se que, antes do dia do Senhor, virá Elias, o profeta. Por isto, alguns judeus pensavam que João Batista era Elias que devia vir (Mc 6,15). Os discípulos entenderam esta questão, conforme descrito em Mt 17,10-13, de maneira correta: Malaquias tinha profetizado e os escribas diziam que Elias devia vir, porém se tratava de uma profecia. Todo cristão deve saber que a linguagem profética é altamente simbólica e não significa que se cumpra tal qual o símbolo o expressa, já que todo símbolo é superado pela realidade que ele significa.

Não há nenhum lugar para dizer que João Batista foi a reencarnação de Elias porque, segundo a Bíblia (2 Re 2,11), Elias não morreu. Além do mais, a encarnação é uma doutrina falsa, já que não leva a sério a real liberdade e responsabilidade dos seres humanos, nem considera de maneira suficiente a morte de Jesus na cruz. A parte de que a linguagem da imortalidade de Elias pode ser igualmente simbólica, a questão é que a linguagem profética em torno de Elias significa uma realidade magnífica, muito maior do que ver um profeta aparecer em outro. De fato, já que os profetas do Antigo Testamento apontam para a vinda do Messias (o Ungido), que é Jesus Cristo, João Batista, por ser o precursor, aponta muito mais para o Salvador que todos os profetas anteriores. Assim como Moisés e Elias são os protótipos da profecia do Antigo Testamento, justo era escolher alguém que representasse Elias, já que Jesus tinha se assemelhado ao próprio Moisés; efetivamente, para Mateus, Jesus Cristo é o novo Moisés que sobe à montanha e nos dá as bem-aventuranças (Mt 5,1-12). Sejamos como João Batista, anunciemos Jesus Cristo a todos!

Pe. Françoá Costa

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