Homilia Sexta-feira da XV Semana do Tempo Comum | Ano A

Sexta-feira da 15ª semana do Tempo Comum, 21/07/2023 – Mt 12,1-8

  • Os dias do Senhor na liberdade

O sábado, para o Povo de Israel, era dia santo, dia consagrado ao Senhor, era o dia do descanso (sabbat) do Senhor (cf. Dt 5,14) e do homem. Entre os primeiros cristãos, parece que a expressão “dia do Senhor” surgiu na área antioquena a partir do conceito bíblico do dia no qual o Senhor atuou (cf. Sl 117,24; Mt 3,17; 4,3). Eles interpretaram o Sl 117 como anúncio da Ressurreição e aplicaram o Sl 109 a Jesus Cristo ressuscitado (cf. At 2, 32-35.36; Rm 10,9; 1 Cor 12,3) como Kyrios (palavra grega que traduz Yahvéh na “Tradução dos LXX”).

O Domingo é o dia que celebra o Senhor como único que pode salvar (cf. Rm 10,9-13) e que remete ao Cristo glorioso que vem a nós na Eucaristia. A razão de ser do Domingo é celebrar a Páscoa que, para os cristãos, tem caráter permanente e universal, não só anual. No entanto, só o domingo está marcado pela ressurreição. O Dia do Senhor é, portanto, o dia da Eucaristia. Jean Daniélou, famoso teólogo do século passado, dizia com razão que “nada poderá atentar contra a participação na eucaristia. Incluso quando um novo paganismo ou, digamos, uma organização mais racional da sociedade forçasse os cristãos, individualmente ou em grupo, a trabalhar durante o domingo; como no tempo dos mártires, deveriam reunir-se antes do pôr-do-sol para celebrar a memória do Senhor”. Esta foi a consciência da Igreja de todos os tempos! E, contudo, em momento algum nem o sábado deve escravizar o homem, muito menos o domingo, pois Jesus, que de tudo nos libertou, é maior que o sábado (Mt 12,6).

Pe. Françoá Costa

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