Homilia Sexta-Feira da IV Semana da Quaresma | Ano A

Sexta-feira, 24/03/2023 – Jo 7,1-2.10.25-30

  • Discretamente

Jesus subiu para a festa das tendas, “não publicamente, mas às ocultas” (Jo 7,1). Por medo? Não, mas, em primeiro lugar para não antecipar as coisas; em segundo, para continuar a viver aquela norma que manifestava sua maneira de ser: a humildade de não chamar a atenção. O Evangelho não nos fala muita coisa sobre a sua vida oculta, há um silêncio muito grande sobre tudo o que aconteceu durante esses anos escondidos em Nazaré, mais ou menos uns trinta anos. De fato, o “reencontro de Jesus no Templo é o único acontecimento que rompe o silêncio dos Evangelhos sobre os anos ocultos de Jesus. Nele deixa entrever o mistério de sua consagração total a uma missão decorrente de sua filiação divina” (Cat., 534). Assim como o Filho encontra-se totalmente voltado para o Pai desde toda a eternidade, num silêncio cheio de vida e de dinamismo, de maneira semelhante, Jesus de Nazaré quis plasmar, nesses quase dezoito anos silenciosos em Nazaré, aquilo que ele viveu desde sempre no coração do Pai.

Esse período é o maior na vida do Senhor, são os anos de sua vida ordinária e cotidiana, anos de silêncio, de vida em família, de trabalho, de submissão. Como já apontamos, esses anos da vida do Senhor são também por nós e para nossa salvação. A nossa vida ordinária e cotidiana parece-se muito com a vida de Jesus Cristo naqueles anos. Jesus quis também compartilhar conosco a monotonia do dia-a-dia, os trabalhos, a vida de família. Ele santificou todas essas realidades e chama-nos a também santificá-las. Este é o sentido que devemos descobrir no nosso cotidiano: Deus presente convidando-nos a oferecer-lhe tudo por amor, a santificar-nos santificando as realidades temporais, especialmente o trabalho, ao mesmo tempo que santificamos os outros. Aprendamos hoje até da maneira de Jesus apresentar-se em uma festa: discretamente.

Pe. Françoá Costa

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