Homilia Sexta-Feira da III Quaresma | Ano C

Anunciação privilegiada

Sexta-feira –  III Quaresma – C – Anunciação do Senhor, Solenidade:

Is 7,10-8,10; Sl 39/40; Hb 10,4-10; Lc 1,26-38

Seis meses depois da gravidez de Isabel, o arcanjo Gabriel foi fazer a melhor visita que ele já tinha feito a um ser humano até aquele momento. Ele foi muito alegre e com a rapidez típica de uma anjo dar a melhor notícia que a Terra poderia ouvir à Maria, a pessoa mais excelente do mundo (Lc 1,26). Uma notícia tão maravilhosa só poderia vir da parte de Deus, que, dentre todos os seres angélicos, escolheu Gabriel, que ficaria conhecido como o anjo da anunciação.

São Gabriel anuncia a vinda de Jesus Cristo a esta Terra através de Maria. Esse arcanjo teve o privilégio de ser o primeiro evangelizador. Não é difícil imaginar os demais anjos do céu – miríades e miríades – unidos à Gabriel nesse momento tão central da história, eles também são aliados da encarnação e estão juntos na missão evangelizadora do anjo da anunciação. Os evangelizadores de todos os tempos contam com a ajuda dos santos anjos em seus trabalhos em prol do anúncio de Jesus Cristo. Deveríamos invocar mais os santos anjos, São Gabriel e o nosso Anjo da Guarda nas nossas labores apostólicos.

A primeira vez que Maria aparece na Sagrada Escritura é como uma virgem (Lc 1,27). Não se costuma apresentar uma pessoa a partir de sua virgindade, mas no caso de Maria, ela deve, desde o começo de sua aparição na Bíblia, desaparecer para que se manifeste nela o cumprimento das profecias e, portanto, da realização da vontade de Deus; neste caso ela é apresentada como a Virgem da qual se fala em Is 7,14. Assim como João o Batista é apresentado com relação à sua missão, também Maria, como a mulher da profecia. Se o cristão também amasse tanto a vontade de Deus a tal ponto de que sua vida fosse o aparecimento de quem está oculto em Deus; neste caso, o Senhor seria mais visto e glorificado.

“E o nome da virgem era Maria” (Lc 1,27). No hebraico, Myriam significa “senhora soberana”. No sânscrito Maryáh quer dizer literalmente “a pureza”, “a virtude”, inclusive  “a virgindade”. A raiz egípcia mry, que significa “amar”, também poderia ser a raiz do nome Maria. Simplesmente maravilhoso é o nome Maria: senhorio, domínio, elegância, pureza, bondade, caridade, beleza, unidade, magnanimidade… Deus a quis fazer perfeita, com todas as qualidades na ordem da natureza e na ordem da graça. O Senhor a pensou como o primeiro Templo do Novo Testamento, a nova arca da Nova Aliança, a aurora do Domingo, a Nova Eva, a Mulher, a Mãe de Jesus, minha Mãe, Maria. Realmente, o nome de Maria expressa o que ela é, ao menos em parte. Em muitos lugares, chamam-na Nossa Senhora, e com razão, pois é o que ela é, até no nome.

A solenidade de hoje nos ajude a venerar mais Nossa Senhora, Mãe de Deus e nossa Mãe, e a fazer bons propósitos de sermos, juntamente com os santos anjos, anunciadores do Verbo, isto é, da Palavra de Deus. Onde? Em todos os ambientes nos quais nos movemos habitualmente. Como? Com o nosso sorriso, o nosso exemplo e a nossa palavra.

Padre Françoá Costa
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