Homilia Sábado da IV Semana da Páscoa |Ano A

Sábado da 4ª semana da Páscoa, 06/05/2023 – Jo 14,7-14

  • Ver Deus!

“Mostra-nos o Pai e isto nos basta” (Jo 14,8), pede Filipe a Jesus. Queremos ver a Deus, isto é, queremos ir ao céu, que é, essencialmente, a visão e a comunhão com o Pai e o Filho e o Espírito Santo: um só Deus em três Pessoas. O céu é, essencialmente isso, estar com Cristo, ver a Deus face a face sem a possibilidade de perdê-lo de vista. “Os que morrem na graça e na amizade de Deus, e que estão totalmente purificados, vivem para sempre com Cristo. São para sempre semelhantes a Deus, porque o vêem “tal como ele é” (1 Jo 3,2), face a face (1 Cor 13,12)” (Cat. 1023). De tal maneira que o céu poderia ser descrito como a “vida perfeita com a Santíssima Trindade, essa comunhão de vida e de amor com ela, com a Virgem Maria, os anjos e todos os bem-aventurados” (Cat. 1024).

No céu, os bem-aventurados amam e cumprem a vontade de Deus, vêem a Deus face-a-face. Ver a Deus é um desejo que sempre esteve no coração do homem. Moisés pediu ver a glória de Deus (cf. Ex 33,18-23). Os Salmos também falam da sede que sente o justo por Deus (Sl 42; 16; 17). No Oriente antigo, o soberano era sempre um sujeito um tanto afastado, inacessível, protegido por uma corte, véus e muros; vê-lo era um privilégio e significava alcançar o seu entorno próximo. No Antigo Testamento está presente também essa ideia na palavra “ver”. Jesus Cristo também fala da “visão de Deus”: “Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus” (Mt 5,8). Há uma passagem de São João que nos mostra a diferença entre a situação atual dos filhos de Deus e a futura: “Caríssimos, desde agora somos filhos de Deus, mas não se manifestou ainda o que havemos de ser. Sabemos que, quando isso se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porquanto o veremos como ele é” (1 Jo 3,2). Nós o veremos, eis a nossa esperança. Já nesta vida, a fé nos oferece um conhecimento de Deus, uma certa “visão de Deus” ecoada. A glória será, numa expressão gráfica, “o tirar o véu da fé”. A “explosão” da graça poder-se-ia chamar “glória”, “visão de Deus”. Queremos ver o Pai e o Filho e o Espírito Santo.

Pe. Françoá Costa

Instagram: @padrefcosta

Facebook
Twitter
LinkedIn

Biblioteca Presbíteros