Homilia Sábado da III Quaresma | Ano A

Sábado, 18/03/2023 – Mt 1,16-24

  • Solenidade de São José antecipada

Devido ao domingo da quaresma que celebraremos amanhã, a solenidade do glorioso São José foi antecipada para hoje. Ele é um homem justo (cfr. Mt 1, 19): convencido da inocência de Maria, sabe que não pode proceder ao rigoroso cumprimento da lei, que consistia em apedrejar os culpados (cfr. Dt 22,20ss). Maria não era culpada. Por outro lado, como proteger uma criança sob o próprio nome quando não se sabe quem é o pai? Se José fosse um legalista, não pensaria duas vezes: cumprimento da lei tal qual. Mas São José não ficou somente na letra da Lei. Desde a sua infância meditava a Lei de Deus e a tinha gravada no coração, tinha atingido o espírito da Lei e procurava conhecer realmente a vontade de Deus em cada circunstância concreta. A justiça de José não é “justiça de José”, mas de Deus. Essa justiça está, ademais, banhada pela prudência, pela bondade e por um grande desejo de conhecer e praticar a vontade de Deus, que é bom.

Há uma maneira iluminada de entender a Lei, que é a de São José. Queria que aprendêssemos essa suavidade cristã neste dia bendito do glorioso São José. Dá pena quando um ou outro cristão anda por aí angustiado por causa da Lei de Deus, a qual é liberdade e vida plena. Contudo, como determinado cristão resolveu entender a Lei de maneira positivista, determinada e quadriculada, o seu coração tornou-se duro, escrupuloso, petrificado nas disposições legais. Na verdade, temos que ter presente que a Lei de Deus está gravada em nós, em nossos corações, e que, portanto, ela é Lei conforme está enunciada, mas aplica-se ao nosso caso concreto. Não se trata de ser “espertinhos” e interpretar a Lei de maneira “malandrinha”, mas de conhecer, em primeiro lugar, o enunciado e significado da Lei, depois é preciso conhecer cada pessoa em sua individualidade e nas circunstâncias nas quais vive. São José não deixou de seguir a Lei do Senhor, mas ouviu a interpretação de Deus sobre o que o próprio Deus queria naquele momento concreto da sua existência. Não é que Deus mude a sua Lei, mas concede novas luzes para que entendamos a sua Lei. Que amemos a Lei de Deus guiados pelo seu Espírito.

Pe. Françoá Costa

Instagram: @padrefcosta

Facebook
Twitter
LinkedIn

Biblioteca Presbíteros