Homilia Quinta-feira XXI Semana do Tempo Comum | Ano C

Quinta-feira, 25/08/2022 – Mt 24,42-51

Divino ladrão

E se os ladrões avisassem quando chegariam para que nós lhes preparemos um chazinho com umas bolachinhas? Quiçá nesse momento de amabilidade, o pobre ladrão se arrependeria de pensar em roubar algo de nós. Ainda que pareça bastante absurda essa minha proposta de tratar os ladrões, não o é quando se trata de Cristo comparando-se a um ladrão que virá como se fosse um ladrão “numa hora que não pensais” (Mt 24,44). O certo é que devemos receber muito bem o divino ladrão, Jesus Cristo.

Mais que pelo valor do sujeito que rouba, o que nos surpreende é a própria parábola no que ela tem de realismo: Jesus, de fato, roubou o nosso coração e nos fez pessoas apaixonadas pelo Reino de Deus. De nossa parte, estamos preparando para ele um chá das cinco, à moda inglesa, para que ele delicie-se com a nossa companhia cada vez mais. Exatamente, o nosso chá com o nosso divino ladrão será às cinco da tarde, ainda que não seja muito surpresa. A exatidão da hora é para nos lembrar que devemos estar sempre preparados, corretamente educados para a sua vinda. Por outro lado, cada um de nós sabe o quanto custa manter sempre uma mesa bem arrumada, segundo a etiqueta, para que a qualquer momento seja “cinco da tarde”. Coloquemos a mesa e vigiemos pela oração, pela penitência e pelas boas obras do cristão. A vinda do divino ladrão será tão alegre quanto as outras visitas que ele já nos fez e nos deixou igualmente felizes.

Pe. Françoá Costa
Instagram: @padrefcosta

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