Homilia Quinta-feira da XXXII Semana do Tempo Comum | Ano A

Quinta-feira da 32ª semana do Tempo Comum – 16/11/2023 –  Lc 17,20-25

  • Reino e fim do mundo

Surpreendente: “A vinda do do Reino de Deus não é observável” (Lc 17,20). Portanto, não adianta ficar pensando no Reino escatológico e na parusia, procurando identificar o quando. De fato, sabe-se que 31 de dezembro de 1980 foi a data do fim do mundo, segundo um presságio árabe. Também os anos de 1874, 1914 e 1975 foram as três datas previstas pelas Testemunhas de Jeová para o fim do mundo. O fundador da igreja Millerita, William Miller, previu o fim do mundo para 1843. Emmanuel Swendenberg, consultando a alguns anjos, disse que o mundo se acabaria em 1757.  João de Toledo, à sua vez, disse que no dia 23 de setembro de 1186 o mundo se acabaria. Bernardo da Turingia em 960 afirmou que o mundo findaria em 992. Acontece que este nosso mundo é muito persistente e não tem obedecido às profecias!

De todas as maneiras, e contra qualquer teoria que pretenda saber mais que os desígnios do Altíssimo, no Evangelho, Jesus nos deixa de sobreaviso: “vede que não sejais enganados. Muitos virão em meu nome, dizendo: Sou eu; e ainda: O tempo está próximo. Não sigais após eles” (Lc 21,8). O texto de hoje diz a mesma coisa: “Não sigais” (Lc 17,23). É verdade: Jesus voltará, ressuscitaremos com os nossos corpos, seremos julgados, há prêmio (céu) e castigo (inferno), haverá um novo céu e uma nova terra. Essas são verdades da nossa fé que completam o Reino de Deus em nós. Mas, quando acontecerá? Em primeiro lugar, o Senhor nos diz que tenhamos cuidado para não sermos enganados e depois nos diz que não sigamos os falsificadores da verdade.

Quanto aos “presságios” do Novo Testamento sobre o fim – difusão do Evangelho, anticristo, conversão dos judeus –, parece que é preciso entendê-los como sinais enigmáticos presentes na história entre a primeira e a segunda vinda de Cristo que ajudam os cristãos a manter-se em estado de vigilância continua e a desejarem a vinda do Senhor. Há uma presença permanente de Cristo na história que se culminará com a sua Parusia gloriosa na consumação desses últimos tempos que estamos vivendo. Em efeito, já estamos nos últimos tempos desde a Encarnação do Filho de Deus: “Quando veio a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, que nasceu de uma mulher e nasceu submetido a uma lei” (Gl 4,4). Jesus voltará, pois o Reino de Deus está próximo!

Pe. Françoá Costa

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