Homilia Quarta-feira da XXXII Semana do Tempo Comum | Ano A

Quarta-feira da 32ª semana do Tempo Comum – 15/11/2023 – Lc 17,11-19

  • Estrangeiros prestam?

Certamente há pessoas boas em todos os lugares, em todas as religiões, em todos os povos. Dos dez leprosos que foram curados (Lc 17,11-19), apenas o estrangeiro voltou para agradecer, um samaritano. Falando desta maneira, não estou a dizer que todas as religiões são boas, mas apenas a reconhecer que há pessoas boas em alguma ou outra religião. Não podemos confundir as coisas, pois uma das tarefas mais belas de um intelectual católico é distinguir para encontrar a verdade sobre cada coisa.

É preciso reconhecer o agradecimento do samaritano, pois Jesus também o valorizou. Ao escrever estas palavras, penso nas guerras que estão a acontecer entre ucranianos e russos, entre palestinos e israelenses. Jamais negarei que sou muito averso ao comunismo russo e ao islamismo palestino, contudo devo reconhecer que há pessoas boas tanto no comunismo quanto no islamismo. A verdade deve sempre vencer. Eu mesmo devo deixar-me vencer pela verdade de que muçulmanos causaram grandes danos ao cristianismo durante séculos, de que judeus são os meus irmãos mais velhos na Fé de Abraão, de que islâmicos tem mais convicção do que os homens ocidentais, de que há muitos judeus poderosos, de que os comunistas apodreceram o nosso mundo ocidental, de que a legítima defesa deve esperar o ataque do adversário e não atuar em previsão de um possível ataque.

Desculpem as comparações bélicas e de nações, mas o motivo pelo qual trato as coisas desta maneira hoje é que o Evangelho deixa bem claro que o único agradecido era um estrangeiro. Lembrei-me então dos estrangeiros, da política externa e da assim chamada geopolítica. Mas não há de ser nada, pois o mais importante é que sejamos agradecidos. Penso que a ação de graças rendida do samaritano, ex-leproso, foi uma preparação, um preâmbulo, para receber o dom da fé cristã. Penso que depois de tudo isso, aquele ex-leproso passou a ser um bom católico.

Pe. Françoá Costa

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