Homilia Quinta-Feira da III Quaresma | Ano A

Quinta-feira, 16/03/2023 – Lc 11,14-23

  • Uma interpretação diferente sobre o demônio mudo

A Escritura afirma no dia de hoje que Jesus “expulsava um demônio que era mudo” (Lc 11,14) e talvez também nós tenhamos que nos perguntar se nós temos um demônio mudo para pedir a Jesus que o expulse de nossas vidas. Mas, o que é um demônio mudo? É aquele que não fala, que não deixa falar. Há pessoas que vão se confessar e não falam o pecado que mais interessa porque têm vergonha. É como ir ao médico e não falar onde está doendo para que se examine e se aplique o remédio. Pessoas que calam os próprios pecados por vergonha ou por medo, não ficam curadas porque não foi aplicada a medicina sobre suas feridas. Não podemos ficar calados diante dos males que nos atrapalham.

Preste atenção nessas verdades que pretendo expor de maneira ordenada e que são importantíssimas para a sua vida espiritual. Em primeiro lugar, é preciso confessar todos os pecados mortais, inclusive dizendo, na medida do possível, quantas vezes os cometeu. Certamente, uma coisa é matar uma vez; outra, matar duas vezes. A segunda verdade sobre a confissão é que você não pode, conscientemente, ocultar um pecado mortal, pois neste caso, toda a confissão fica invalidada e você não recebe o perdão nem do que confessou nem do que não confessou. A terceira verdade que há que dizer é que se você não falou um pecado mortal porque se esqueceu, não há problema, pois, Deus que conhece seu coração, perdoou você totalmente, inclusive daquilo que não foi confessado. Contudo, na próxima confissão você dirá o pecado mortal esquecido na confissão anterior, porque se você tivesse se lembrado você teria falado. Finalmente, em se tratando de pecado veniais, não há necessidade de dizê-los todos, pois não há obrigação de confessar pecados veniais. Na prática, bastaria você escolher dois ou três pecados veniais entre os vários que você sabe que tem e dizê-los no sacramento da confissão; ditos somente esses poucos, ainda que conscientemente, tudo fica perdoado, também aqueles não ditos ficam igualmente absolvidos. Não vale a pena ter um demônio mudo no coração, fale para o bem da sua alma.

Pe. Françoá Costa

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