Homilia Quarta-feira XXXI Semana do Tempo Comum | Ano C

Quarta-feira, 02/11/2022 – Finados

  • Purgatório e indulgências

“Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23,46). Quem dera morrer com essa frase na boca e no coração! Sobretudo, quem dera morrer totalmente consumidos no serviço de Deus, numa entrega de amor cheia de intensidade! Começamos a nossa vida espiritual entregando-nos a Deus no momento do batismo, reafirmamos essa entrega durante toda a nossa vida e, naquele momento – Deus sabe quando! – quereríamos também colocar-nos nas mãos do nosso Pai do céu e morrer com a confiança de uma criança que simplesmente dorme nos braços do seu pai para acordar sob a contemplação do olhar amoroso do Eterno Pai.

Quando vamos morrer? Não sabemos. Talvez não seja interessante conhecê-lo. Não nos esqueçamos de que a nossa conversão é, principalmente, obra da graça, o qual não quer dizer que não devamos trabalhar. Talvez por esquecer-nos da primazia e da eficácia da graça de Deus nas nossas vidas, pensamos, ingenuamente, que se soubéssemos o dia da nossa morte nos converteremos. Enganamo-nos! Repito: a conversão e a santidade são, principalmente, obras de Deus nas nossas vidas. É muito melhor viver na confiança e no amor: somos filhos de Deus, ele quer que cheguemos aos céus e nos dará todas as graças para alcançá-lo. Se fizermos o que está da nossa parte podemos confiar com a certeza que a fé nos dá de que veremos a Deus face a face.

Quando morrermos, é bastante provável que não nos encontraremos totalmente purificados para irmos ao céu nem totalmente pecadores para irmos ao inferno. Seguindo a linha do raciocínio da purificação que Deus faz em nós, quando nos confessamos são-nos perdoados todos os pecados, mas perdoada a culpa fica a pena, ou parte dela; logicamente não fica a pena eterna, que seria o inferno. Permanece a pena temporal, pela qual merecemos entrar num estado de purificação (purgatório). Para aqueles fiéis que se encontram nesse estado, a Igreja lhe ajuda com as indulgências, que são aplicações dos méritos de Cristo e dos Santos para que sejam retiradas de nós ou daquelas almas a pena temporal merecida pelos pecados.

Uma indulgência pode ser plenária, que retira toda a pena temporal merecida, ou parcial, que a retira só em parte. Para ganhar uma indulgência plenária (somente uma cada dia) é necessário: 1) confessar-se (com uma só confissão é possível ganhar várias indulgências); 2) comungar no dia em que se realiza a obra com a qual se merece a indulgência plenária; 3) realizar a obra indulgenciada estando em estado de graça (sem nenhum pecado mortal desde a última confissão bem feita); 4) desapego de todos os pecados, inclusive dos veniais; 5) rezar nas intenções do Santo Padre, o Papa. Em concreto, neste mês de novembro, concede-se indulgência plenária aplicável somente às almas do purgatório às seguintes obras (indulgenciadas): 1º) aos fiéis que visitarem devotamente um cemitério, do dia 1º ao dia 8º de novembro, e rezarem pelos fiéis defuntos; 2º) aos fiéis que, no dia em que se celebra a Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos (2 de novembro), visitarem piedosamente a igreja ou oratório. Nesta piedosa visita recita-se o Pai-Nosso e o Credo.

Pe. Françoá Costa

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