Homilia Quarta-feira III Semana do Tempo Comum | Ano A

Quarta-feira, 25/01/2023 – Mc 16,15-18

  • Conversão e teoria da subordinação

Jesus mandou proclamar o Evangelho a toda criatura (Mc 16,15): é nosso encargo, nossa obrigação! Em 1964, alguns teólogos fizeram, em Bombay, uma declaração na qual ressaltava que todas as religiões são caminhos de salvação. No entanto, a salvação é dom de Deus e o único caminho é Cristo, que incorpora a si e à sua Igreja como sacramento universal de salvação. São Paulo tinha pleno conhecimento desta realidade. O livro dos Atos dos Apóstolos, no capítulo 9, descreve a conversão do Apóstolo e o início do seu ministério. Ele pertencia a uma religião muito nobre, o judaísmo, que fora predestinado a ser preparatório para a Igreja de Jesus Cristo, e, no entanto, Saulo (Paulo) teve que converter-se ao Cristo e à sua Igreja. É preciso continuar a pregar às pessoas a conversão: não basta que elas permaneçam em suas ideias, em suas religiões, em seu comodismo. Devem, para serem salvas, abraçar a fé e a Igreja Católica.

Contra algumas teologias que brilham pela ausência do afã evangelizador e apostólico da Igreja, é preciso combater uma teoria da subordinação à humanidade como condição de salvação. Esta teoria diria que a humanidade recebeu a vida de Jesus Cristo e o caminho normal de salvação seria subordinar-se a ela e nela ser salvo. A subordinação à Igreja seria algo excepcional. Há uma inversão nessa maneira de pensar: antes se dizia que a Igreja é o caminho ordinário de salvação e que, extraordinariamente, poderiam ser salvos membros de outras religiões. Nessa teoria, o caminho ordinário de salvação seria entrar na humanidade como um todo, e, extraordinariamente, entrar na Igreja.

Dá pena quando vemos tanta indiferença por aí com relação à Jesus Cristo e à sua Igreja, inclusive em ambientes eclesiásticos. Em geral, pode-se afirmar que há uma falta de fé, certa adesão a um subjetivismo que elimina paulatinamente o cristianismo da esfera pública. Na verdade, o mais importante é o sagrado e a dimensão da adoração. A história sagrada é a história das eleições de Deus numa autêntica concatenação: ele escolheu a Noé, a Abraão, a Isaac e a Jacó e, finalmente, um povo para salvá-lo. Jesus também quis escolher os seus discípulos e, entre eles, os Doze, e assim por diante. Jesus constitui assim a sua Igreja, Casa de Deus na qual cabem todos. A Igreja é o Povo de Deus, a esse povo todos os outros estão chamados a pertencer. Rezemos para que entre os membros da Igreja se recupere esta fé firme e apostólica, verdadeiramente evangelizadora.

Pe. Françoá Costa

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