Homilia Quarta-feira – I Semana do Advento | Ano B

Quarta-feira da 1ª semana do Advento, 06/12/2022 – Mt 15,29-37

  • A menor graça é maior que todo o Universo

            Era dia 6 de dezembro, dia de São Nicolau. Santo Tomás de Aquino, o mais santo entre os doutos e o mais douto entre os sábios, encontrava-se em oração. Certamente Santo Tomás estava há muitos anos com Jesus, tinha ele uns 49 ou 50 anos, mas seguia o Senhor conscientemente pelo menos desde os seus 5 anos. De Santo Tomás, podemos parafrasear as palavras de Jesus: “já faz três dias que está comigo, e nada tem para comer. Não quero mandá-los embora com fome, para que não desmaiem no caminho” (Mt 15,32). Tomás de Aquino estava com Jesus durante os três dias  de sua vida, isto é, todos, ultimamente, porém, estava vivendo uma união transformante com aquele que tanto conhecia e amava.

            Depois daquela oração profunda, uma sóbria ebriedade, Santo Tomás não quis mais terminar de escrever sua obra mais importante, a Suma de Teologia. Seu amigo e diretor espiritual, Frei Reginaldo, não podia aceitar que o nosso santo deixasse de terminar uma obra que daria tanta glória a Deus, por isso insiste e persiste com Frei Tomás que escreva. Diante de tanta insistência e interpelado que dissesse algo por amor de Deus, Santo Tomás respondeu ao Frei Reginaldo: – Como me pediste por amor de Deus, digo-te que não posso mais escrever porque depois daquelas coisas maravilhosas que eu vi no dia 6 de dezembro, não consigo mais escrever, pois tudo o que eu disse até o momento parece-me muito pouco diante das belezas que Deus me mostrou, as quais são indescritíveis, pois a linguagem humana não basta para descrevê-las; o que eu escrevi diante daquilo que vi é palha a ser queimada.

            Ainda bem que o Frei Reginaldo não queimou os escritos de Santo Tomás de Aquino, pois essa palha riquíssima tem alimentada os doutos e menos doutos nos últimos séculos. Contudo, a beleza de Deus é como o alimento que só ele pode dar, que vem a nós como que por multiplicação milagrosa, pois é graça maravilhosa que nos deixa estupefactos, cada vez que Deus no concede alguma dedada do mel celestial.

Pe. Françoá Costa

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