Homilia Quarta-Feira da IV Semana da Quaresma | Ano A

Quarta-feira, 22/03/2023 – Jo 5,17-30

  • Ele é Deus!

Esta declaração da divindade de Jesus Cristo é claríssima: ele “dizia ser Deus seu próprio pai, fazendo-se, assim, igual a Deus” (Jo 5,18). Em geral, o Evangelho segundo João tem a seguinte finalidade: “para que acrediteis que Jesus é o Messias, o Filho de Deus, e para que, acreditando, tenhais a vida em seu nome” (Jo 20,31). João quer ser instrumento para que Deus suscite a fé em seu Filho, que é Deus como o Pai é Deus, porque dá vida. Tendo presente essa finalidade, depois do Prólogo (1,1-18), São João apresenta Jesus como Messias através de seus milagres (1,19 – 12,50). Nesse primeiro momento, destaca-se o milagre das bodas de Caná, no qual Jesus “manifestou a sua glória, e acreditaram nele os discípulos” (2,11). A cura daquele homem que estava doente há trinta e oito anos foi o contexto para Jesus manifestar sua divindade, ao igualar-se ao Pai; leiamos de novo o texto: “os judeus mais se esforçavam por lhe dar a morte, não só por violar o sábado, mas também por chamar a Deus seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus” (5,18).

Na segunda parte, a finalidade também é apresentar o Messias-Filho de Deus, mas agora através dos sofrimentos e da glória (13,1 – 21,25), principalmente através da Ceia, da Paixão e das Aparições de Jesus Cristo. No contexto da última Ceia é admirável a oração sacerdotal (Jo 17), na qual Jesus pede ao Pai a unidade dos que nele creem. Lendo com calma o relato da Paixão, vemos aparecer diante de nós grandes temas veterotestamentários como o “Eu Sou” (18,5-8) e a apresentação de Jesus como o Cordeiro (19,31). Nesse sentido, aparece também na linguagem joanina “a Mulher” do Antigo Testamento (cf. Gn 3,15) em vários momentos, mas, sem dúvida, tem grande importância o momento em que ela, Maria, a Mulher do Novo Testamento, se encontra aos pés da Cruz no maior ato de confissão de fé (Jo 19,25-27). Jesus confia a Maria seu “discípulo amado”, no qual estávamos representados, e protege, por assim dizer, nossa frágil fé na sua divindade na fé robusta da Mulher.

Pe. Françoá Costa

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