Homilia do Padre Françoá Costa – XXXII Domingo do Tempo Comum |Ano A

Domingo 32º do Tempo Comum – 12/11/2023

Sb 6,12-16; Sl 62/63; 1 Ts 4,13-18; Mt 25,1-13

  • De noiva para esposa

Como tudo veio de Deus, tudo lhe pertence. Por mais que haja variadas coisas, tudo o que existe participa no ser, que não lhes veio por si mesmas, pois foi Deus quem as chamou à existência. Isso significa, de verdade, que tudo pertence ao Senhor. Neste sentido, pode-se afirmar que as coisas que existem pedem entrar em comunhão com aquele do qual vieram. No caso do ser humano, por causa da sua alma racional com capacidade de conhecer a verdade e amar o bem, essa tendência para Deus chega a ser verdadeiramente como que esponsal. Sempre podemos dizer: “O noivo vem aí! Saí ao seu encontro!” (Mt 25,6).

Como diz o livro do Apocalipse: “O Espírito e a Esposa dizem: “Vem!” (22,17). A Igreja é a Esposa do Cordeiro. Nesta linguagem toda espiritual, cada alma também é Esposa do Senhor. Não que Jesus Cristo tenha várias esposas, mas a unidade de tudo o que existe é sua “esposa”, pois lhe pertence não somente ontologicamente, mas por direito adquirido pelo sangue de sua Paixão sacratíssima.

As dez virgens do Evangelho de hoje (Mt 25,1-13) pertencem a Deus, são de Deus. Algumas estão mais unidas ao Esposo; outras, porém, são mais distraídas e não conservam o óleo da graça e, por isso, não podem participar da festa: fecha-se a porta (Mt 25,10). Livre-nos Deus de ter a porta da eternidade feliz batida na frente do nosso rosto desconcertado. Seria a maior derrota sofrida, a queda existencial mais drástica de qualquer ser humano. Nós viemos de Deus e temos que voltar para ele. Caso contrário, a nossa vida será uma história não resolvida e, portanto, infeliz nas trevas exteriores.

Conservemos sempre conosco o óleo que mantém acesas as nossas lâmpadas. Se, em algum momento, vier a faltar, vamos buscá-lo imediatamente pela confissão, pela penitência, pela oração insistente. Observem bem: o ser humano busca tantas coisas com ânsia – dinheiro, comida, prazeres – e, contudo, deixa o mais importante para depois: vida, céu, felicidade. Busque o seu Deus com ânsia, pois é o mais importante para a sua existência e para conseguir a finalidade mais bela de uma vida. Busque com ânsia, com ardor, com insistência, com lágrimas, com penitências, com zelo. Viva em Deus já aqui na terra, sem cansaço e sem descanso. Quando Jesus voltar, você estará com as lâmpadas acesas, cheio de desejo santo de estar para sempre junto com o Senhor, não mais tendo a sua alma somente como noiva espiritual, mas como esposa igualmente espiritual.

Pe. Françoá Costa

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