Homilia do Padre Françoá Costa – XXVIII Domingo do Tempo Comum |Ano A

Domingo 28º do Tempo Comum – 15/10/2023

Is 25,6-10; Sl 22/23; Fl 4,12-20; Mt 22,1-14

  • Sem veste nupcial não se pode comungar

O Pai celebra as núpcias de seu Filho (Mt 22,2) com a Igreja. Trata-se de um acontecimento todo espiritual. De fato, a Igreja é a esposa de Jesus Cristo, conforme a Carta aos Efésios, no capítulo 5. O casamento de Jesus com a Igreja torna Jesus o Esposo, a Igreja é a Esposa: uma união inseparável que explica o ar de família que existe na Igreja Católica e que nós devemos cultivar sempre. Também explica a indissolubilidade do matrimônio: assim como a união entre Cristo e a Igreja é inseparável, assim também a união entre um homem e uma mulher no sacramento do matrimônio é indissolúvel.

Para participar deste casamento, é preciso ter os trajes adequados. Explico-me: para entrar na Igreja, basta o batismo, basta ser convidado e entrar na festa, mas para participar mais intimamente da realidade da união entre Jesus e sua Igreja é preciso comungar. Neste sentido, exige-se algo a mais: é preciso estar preparado. Uma pessoa que vai comungar sem a veste da graça de Deus, ou seja, sem a devida preparação, recebe, como castigo, a prisão dos pés e das mãos e o lançamento nas trevas exteriores (Mt 22,13). Não podemos comungar sem estar preparados e o mínimo desta preparação é estar na graça de Deus, ou seja, não ter consciência de pecado mortal ou desde o batismo ou pelo menos desde a última confissão bem feita. Aqueles católicos que enganam os outros ao dizer que Deus acolhe a todos os pecadores para a santa comunhão do Corpo e do Sangue de Jesus, apoiando-se em sua misericórdia, simplesmente mentem e injuriam a divina misericórdia, fazendo-a, falsamente, cúmplice de condenações eternas.

É um defeito dos nossos dias: acolher a todos sem discernir as coisas na Verdade. Quando pedimos a uma pessoa que está em pecado mortal que comungue em nome da “nossa misericórdia”, o que estamos fazendo com essa pessoa, na realidade, é afundado-a mais na própria condenação, já que, “aquele que come e bebe sem discernir o Corpo come e bebe a própria condenação” (1 Cor 11,29). Não, irmãos, não sejamos tão maldosos. De fato, se não podemos ajudar as almas a ir para o céu, pelo menos não as mergulhemos mais ainda no fogo do inferno. Livre-nos Deus de causar dano aos outros. De nossa parte, também nós, além da graça de Deus, preparemo-nos para comungar com atenção, com devoção e com piedade, guardando também aquele pequeno jejum de uma hora antes da comunhão sem comer nem beber nada, exceto águas e remédios.

Pe. Françoá Costa

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