O ano sacerdotal foi concluído em Roma com o maior encontro de sacerdotes da História da Igreja. Mais de 80 cardeais, 350 bispos e 15.000 presbíteros, de todas as partes do mundo, participaram da grande cocelebração Eucarística, presidida pelo Santo Padre na Praça de São Pedro. Certamente, este ano sacerdotal, foi um ano de muitas graças para os sacerdotes de todo o mundo, pois muitíssimos redescobriram a beleza da própria vocação e cresceram na certeza de que são chamados, com urgência, à santidade de vida.
Gostaria de compartilhar algumas experiências vividas na vigília de oração que precedeu à grande Celebração do dia 11 de junho. Certamente, todos os que tivemos a oportunidade de viver esses momentos inesquecíveis, se sentem na obrigação de transmitir aos outros as maravilhas operadas por Deus nesses dias.
A vigília de oração foi presidida pelo Santo Padre na tarde da quinta-feira anterior à festa do Sagrado Coração. Foi uma experiência única ver a grande Praça de São Pedro praticamente tomada por sacerdotes de todo o mundo. Todos mostravam muita alegria por estarem ali, no coração da Igreja, e tão próximos do Santo Padre.
A vigília começou com uma série de belos testemunhos: do pároco de Ars, atual sucessor de São João Maria Vianney; o bispo auxiliar do Patriarcado latino de Jerusalém; um diácono de Roma, que estava há poucos dias de ser ordenado; um sacerdote de Veneza, que falava da centralidade da vida de oração no seu ministério; um jovem sacerdote de Buenos Aires, que realiza um trabalho extraordinário com jovens e crianças numa grande favela daquela cidade; um sacerdote da paróquia de Hollywood, que contava como na sua paróquia há uma grande participação de fiéis nas Missas diárias e no Sacramento da Penitência; também testemunhou um casal alemão, que possui seis filhos: um é sacerdote, um outro é seminarista, uma filha é virgem consagrada, duas são casadas e uma outra, virgem pelo Reino dos Céus; também falou uma irmã de clausura, das Adoradoras Perpétuas do Santíssimo Sacramento, sobre a importância da maternidade espiritual e da beleza de Cristo, que é o que realmente “salva o mundo”.
Depois desses belos testemunhos, veio o momento tão esperado por todos: a chegada do Santo Padre. Esse momento nos trouxe um enigma e uma grande surpresa. O Papa entrou na Grande Praça, repleta de sacerdotes, no conhecido Papa-móvel e percorreu boa parte da Praça. Todos os sacerdotes o saudavam com grande alegria, entusiasmo e carinho. Aí percebemos alguma coisa que parecia muito estranha. O Papa, que é naturalmente tímido, parecia ainda mais comedido, mais discreto que de costume. Isso parecia-nos desproporcional com a grande alegria do momento: sacerdotes do mundo inteiro demonstravam seu amor ao Papa com grande efusão e ele se mostrava tão timidamente. Não entendíamos o que estava acontecendo. Uma vez que o Santo Padre subiu as escadas da Praça e apareceu diante de todo aquele imenso público, ficou evidente para nós o porquê daquela reação “estranha” do Papa: ele estava extremamente emocionado. As câmeras focaram bem o rosto do Santo Padre e naquela hora todos nós tivemos uma imensa surpresa: o grande Papa alemão estava timidamente chorando!
Era-nos difícil acreditar naquilo que nós estávamos vendo. Mas as imagens transmitidas nos grandes telões na Praça de São Pedro nos mostraram com evidência os fatos. Viam-se, perfeitamente, as lágrimas de emoção nos olhos do Santo Padre. Imediatamente se produziu duas reações na Praça São Pedro: a primeira, começamos todos a gritar: Benedetto! Benedetto! E, a segunda, choramos com ele.
Evidentemente tudo foi muito rápido, foi em alguns poucos minutos. Podemos dizer que esse choro foi um “choro sacerdotal”: tímido, discreto, sincero. Nem mesmo a imprensa internacional o percebeu (incluída a imprensa católica). Cada sacerdote, naturalmente, fazia de tudo para ocultar a própria emoção àqueles que estavam ao lado. Felizmente a penumbra da tarde nos ajudava nessa difícil tarefa. Ninguém queria revelar aquelas inesperadas lágrimas ao que estava ao lado; mas diante das lágrimas públicas e sinceras do Santo Padre, a tarefa parecia impossível.
Naquela tarde, tive a impressão de estar vivendo algo único, um momento especial da História. Quantas vezes nós não vimos, nos meios de comunicação, imagens do amado Papa João Paulo II? Quantas cenas impressionantes dele não trazemos na memória? Embora essa infinidade de imagens daquele grande e amado Papa, não me lembro de jamais tê-lo visto, e de outros papas, chorar publicamente. E diante de milhares de sacerdotes! Isso me parecia inacreditável. Certamente, para todos os que estávamos lá, será impossível esquecer esses momentos.
Então me veio à mente a seguinte pergunta: mas por que chora o Papa? É difícil julgar, mas me parecia que ele sinceramente chorava de alegria. Não conseguia conter as lágrimas diante do espetáculo adiante: mais de 15.000 sacerdotes vindos de todo o mundo para estar com ele, para agradecê-lo por tudo o que ele tem feito por nós e pela Igreja; para escutar suas palavras valiosas, cheias de sabedoria e simplicidade; para rezar com ele por todos os sacerdotes, por toda a Igreja e por todo o mundo! Nesse momento só pude dizer a Deus: “obrigado, Senhor, por tua Igreja, pelo Papa que tu nos concedeste, pela vocação maravilhosa que tu me deste! Abençoa sempre o nosso amado Papa, dá-lhe muitos anos de vida e a tua valiosa proteção contra os ataques do inimigo!”
Depois disso foi lido o sugestivo Evangelho de João 17, texto tantas vezes comentado pelo Papa, e que nos relata a oração sacerdotal do Senhor, quando Ele, entre lágrimas, rezava pelos seus discípulos de todos os tempos, pedindo especialmente os dons da caridade e da unidade.
Então começou o momento tão esperado por nós todos: cinco sacerdotes (um de cada continente) fizeram uma pergunta ao Santo Padre. Ele então escutava com toda atenção e respondia com toda simplicidade, sabedoria e caridade.
A primeira pergunta foi de um sacerdote brasileiro. Perguntou ao Santo Padre o que tantos párocos deviam fazer quando as suas, as nossas paróquias, são cada vez mais extensas e cada vez parece mais difícil de atender a todas as necessidades daqueles que nos são confiados.
O Papa começou sua resposta dizendo que estava muito contente de estar ali naquela noite conosco. Depois quis dizer a todos os párocos do mundo que estavam vivendo a situação anteriormente apresentada um grande “muito obrigado”.
Continuava dizendo aos párocos que é necessário ser humildes para reconhecer que nem sempre se pode fazer tudo o que desejamos. Ao mesmo tempo, dizia que a principal prioridade pastoral dos párocos é sua vida de oração. Se o sacerdote tem verdadeira intimidade com Deus e é humilde, as pessoas serão compreensivas e perdoarão os limites naturais dos seus sacerdotes. Então ele lembrava o texto de Marcos 6 quando os Apóstolos, depois de serem enviados por Jesus às gentes em missão, voltaram a Jesus, cheios de alegria pelo que haviam feito e, ao mesmo tempo, “totalmente estressados”. “Não tivemos tempo para fazer tudo o que gostaríamos”, teriam dito os Apóstolos a Jesus. E nesse momento, Jesus, surpreendentemente, disse aos discípulos: “Vinde à parte para algum lugar deserto, e descansai um pouco.” Então concluía o Papa: “os sacerdotes devem também ter a humildade e a coragem de saber descansar!” A esse momento, a Praça explodiu em aplausos.
Veio-me então à mente: “O Santo Padre realmente conhece os seus sacerdotes! Sabe que a grande maioria trabalha incessantemente na sua missão. Sabe que isso leva a alguns a cair num lógico ativismo, que os leva a descuidar da própria vida espiritual, da vida de oração e, até mesmo, de suas horas de descanso.” Pensei então que ele certamente sabe que a maioria dos sacerdotes agradece a Deus quando consegue ver seus familiares uma vez ao mês, quando consegue ter um dia de folga, na semana. E assim crescia em mim a certeza de que o Papa nos conhece e quer que cuidemos de nós mesmos, de nossa vida espiritual, do nosso descanso e, principalmente, ele quer que cuidemos uns dos outros.
Depois foram feitas outras ótimas perguntas. Uma sobre Teologia. Um sacerdote africano pediu ao Papa que, como “grande teólogo”, nos iluminasse, pois muitas vezes vemos uma Teologia separada da pastoral, da espiritualidade e da vida real da Igreja.
Bento XVI começou sua resposta dizendo que atualmente há um grande número de teólogos em todo o mundo fazendo uma ótima Teologia. E a esses o Papa queria dizer também um grande muito obrigado.
Então, o grande Papa teólogo lembrava que já São Boaventura, no século XIII, distinguia dois tipos de Teologia: uma que é fruto da “arrogância da razão” e, outra, que está realmente a serviço da fé da Igreja de todos os tempos. A primeira se parece mais com um sistema de teses sobre Deus, na qual se faz de Deus o mero objeto da Teologia. Na segunda, se sabe que Deus é, na verdade, o sujeito da Teologia. Com isso, ele se referia ao que os grandes mestres medievais consideravam a Teologia sistemática como uma “ciência subalterna”, ou seja, a Teologia primeira é o conhecimento que Deus tem de si mesmo (e que é comunicado em primeiro lugar aos bem-aventurados); a essa Teologia está subordinada a Teologia que nós conhecemos aqui nessa vida. Essa é sempre uma reflexão da razão, movida pelo amor ao amado, sempre a partir do que nos foi revelado. Nesse sentido, a verdadeira Teologia é sempre um refletir a fé na Igreja, na companhia dos santos e da grande Tradição da Igreja de todos os tempos.
A seguir, o Sumo Pontífice indicou como critério seguro para discernir hoje a verdadeira Teologia: o atual Catecismo da Igreja Católica – enfatizou que este foi deixado à Igreja pelo Santo Padre João Paulo II. Nesse ponto, vemos algo extraordinário: a humildade. Verdadeiramente o Catecismo da Igreja Católica foi publicado durante o Magistério de João Paulo II. Mas todos sabem que quem realmente coordenou o trabalho de redação do Catecismo foi justamente o então Cardeal Ratzinger. Precisamente ele escreveu a maior parte do Catecismo. Esse grande homem de Igreja dedicou vários anos da sua vida na execução desse grande tesouro da nossa fé e, naquela tarde, ele atribuiu o Catecismo totalmente ao Papa João Paulo II. Podemos, assim, reconhecer a imensa modéstia do Papa Bento XVI, coerente com a sua primeira mensagem à Igreja, em que se definiu como “humilde operário da vinha do Senhor”. Dessa forma, até mesmo nas palavras do Papa que passam quase despercebidas, vemos sempre uma profunda sabedoria e uma serena humildade, que desconcerta sempre a todos: católicos, não-católicos, não-cristãos e até mesmo os mais críticos.
Depois ele citou algo bastante simpático. Dizia que acompanha a Teologia desde 1946. E que, dessa forma, ele conheceu três gerações de teólogos. Algumas teses teológicas (que pareciam ser as teses do futuro) dos anos 40, 60 e 80, hoje, envelheceram. Acrescentou que envelheceram mais rápidas do que ele mesmo (o próprio Papa), de forma que hoje essas são consideradas “ridículas”. Portanto, alertava aos teólogos a não idolatrar a “cientificidade”, que muitas vezes significa fechar-se intelectualmente à possibilidade da intervenção de Deus na história e convidava a todos a refletir sempre a fé da Igreja. Dessa forma, ele nos animava a cultivar a verdadeira Teologia que é “uma Teologia que quer conhecer mais por amor ao amado, que, estimulada pelo amor e guiada pelo amor, quer conhecer mais do amado. Essa é a verdadeira Teologia, que provém do amor de Deus, de Cristo, e que deseja entrar em comunhão mais profunda com Cristo.”
Depois veio, a meu modo de ver, o momento auge desse momento: um jovem sacerdote eslovaco, que trabalha na Rússia, dizia que quando celebra a Missa e diz: “Isto é o meu corpo entregue por vós”, ele compreende perfeitamente a razão de ser do celibato. É uma união a Cristo que se entrega totalmente por sua Igreja (incluída na sua corporalidade e na sua capacidade de amar.). E, ao mesmo tempo, ele dizia que escutava com dor as freqüentes críticas ao celibato da Igreja Católica, na atualidade. Por isso, ele pedia humildemente ao Santo Padre que ilustrasse o valor teológico do celibato na vida dos sacerdotes.
A resposta do Santo Padre a essa pergunta foi extremamente genial e surpreendente. Dizia que realmente na Eucaristia, o sacerdote se une a Cristo. Ou melhor, Cristo, o único Sacerdote, atrai o seu ministro para si. Assim, o presbítero se une a Cristo, à sua nova vida de ressuscitado. O sacerdote tem em si a nova vida de Cristo e está chamado a ser, no seu contexto, presença dessa vida nova aos que vivem ao seu redor. O ministro de Deus começa a viver no futuro de Deus, que na verdade é o seu presente, onde “os homens não terão mulheres nem as mulheres, maridos; mas serão como os anjos de Deus no céu.” (Mat. 22, 30) O celibato é, pois, uma vida em Cristo ressuscitado, já aqui nessa Terra. “O celibato é uma antecipação do Céu”, dizia o Papa. Isso no mundo atual significa um verdadeiro escândalo – o escândalo que Deus verdadeiramente existe e dá sentido pleno a um grande número de homens e de mulheres, assim como em todos os tempos da História da Igreja. Esse é o verdadeiro escândalo do celibato, que o mundo não quer reconhecer. Para se atenuar esse escândalo, se busca sempre acentuar escândalos secundários, frutos da miséria humana. Entretanto, esses escândalos secundários não podem ocultar o verdadeiro escândalo: Deus está no nosso meio, podemos viver na eternidade de Deus e, com o celibato, damos testemunho de que Deus existe e realmente importa para nossas vidas.
Ainda o Papa acentuava um aspecto paradoxal da sociedade atual: há tantas críticas ao celibato num tempo em que aumenta cada vez mais o número de pessoas que não se casam (Nesse momento, os aplausos soaram forte na Praça). “Essas pessoas que escolhem não se casar,” dizia o Papa, “tomam essa escolha por amor a uma certa forma de autonomia, de liberdade mal entendida. Essa “forma moderna de celibato” é um “não” ao compromisso, àquilo que é definitivo.” E alertava o Papa: “esse não é o sentido do celibato eclesiástico! Esse não se baseia num ‘não’ ao compromisso, mas é exatamente o contrário: é um grande ‘sim’ ao amor verdadeiro; dessa forma, o celibato está ao serviço do matrimônio verdadeiro, que é o que construiu a civilização ocidental, e que tem o compromisso de levá-la adiante. O celibato confirma o ‘sim’ do matrimônio com seu ‘sim’ ao mundo futuro, e, assim, queremos seguir adiante e tornar presente este escândalo de uma fé que coloca toda a sua existência em Deus”, concluiu o Papa.
Houve ainda duas perguntas ótimas: uma sobre como vencer a tentação do “clericalismo” na atualidade e a outra sobre as vocações sacerdotais. A sobre o clericalismo, o Papa respondeu essencialmente que para combater o clericalismo, que é uma tentação presente em todos os tempos da História da Igreja, os sacerdotes devem viver de verdade a Missa, que deve ser celebrada com fé e piedade todos os dias. Dessa forma, “viver a Eucaristia em seu sentido original, em sua verdadeira profundidade, é uma escola de vida, é a proteção mais segura contra toda forma de clericalismo”. E acrescentava: “A Eucaristia é, em si, um ato de amor e nos obriga a esta realidade do amor pelos demais. O sacrifício de Cristo é a comunhão de todos em seu Corpo. E, portanto, devemos aprender com a Eucaristia, que é precisamente o contrário do clericalismo, do fechar-se em si mesmo”
A última pergunta foi sobre o que devemos fazer para despertar mais vocações sacerdotais, visto que em algumas partes do mundo tende-se a reduzir o número de sacerdotes. O Papa disse que para podermos despertar vocações é indispensável estarmos plenamente convencidos da nossa própria e viver de acordo com essa. Depois é indispensável pedir ao Senhor da messe que continue enviando sacerdotes santos à sua messe, pois Ele sempre escuta a quem reza com confiança nessa intenção.
Houve ainda grandes momentos na Praça de São Pedro nessa Vigília. Só gostaria de acrescentar ainda a Adoração Eucarística. O Senhor Jesus entrou no nosso meio e aquele encontro que já era maravilhoso, tornou-se ainda melhor. Jesus foi exposto sobre o altar diante do Papa e de todos aqueles sacerdotes. Então aconteceu algo comovente, incrível, creio que único na História da Igreja: mais de 15.000 sacerdotes se colocaram de joelhos nos paralelepípedos duros da Praça de São Pedro diante de Jesus Sacramentado. Isso permaneceu assim por mais de meia hora, num clima de silêncio, de oração, de emoção forte. Ninguém ousava dizer nada nesses momentos, nem mesmo se fazia fotografias. Naquele momento toda aquela multidão de sacerdotes de todo o mundo se ajoelhava, juntamente com o Vigário de Cristo na Terra para rezar ao mesmo tempo. Creio que então todos rezavam pela Igreja, pelos sacerdotes, pelo mundo inteiro. Como não ter a certeza de que nossas orações estavam sendo escutadas? Como não supor que essa oração produzirá uma imensa obra de renovação espiritual na Igreja e em todo o mundo? Como não ter a certeza de que Deus está conosco, de que ele nos ajudará sempre, de que nós, sacerdotes, teremos realmente os corações transformados pela graça misericordiosa de Cristo?
Esses momentos de oração foram momentos de grande meditação para mim. Momentos para pensar nas palavras do Papa, para pensar em todos os amigos sacerdotes que tenho, especialmente os que passam momentos de dificuldade. Sentíamos um suave vento na Praça, parecia ser a suave brisa do Espírito Santo que vinha alegrar nossos corações.
Então, o Papa e seus sacerdotes elevaram a Jesus Sacramentado a belíssima oração de São João Maria Vianney:
Eu Vos amo, meu Deus, e o meu único desejo é amar-Vos até o último suspiro da minha vida.
Eu Vos amo, Deus infinitamente amável, e prefiro morrer amando-Vos A viver um só instante sem Vos amar.
Eu Vos amo, Senhor, e a única graça que Vos peço é a de amar-Vos eternamente.
Eu Vos amo, meu Deus, e desejo o céu para ter a felicidade de Vos amar perfeitamente.
Eu Vos amo, meu Deus infinitamente bom, e temo o infernoPorque lá não haverá nunca a consolação de Vos amar.
Meu Deus, se a minha língua não Vos pode dizer a todo o momento que Vos amo, quero que o meu coração Vo-lo repita cada vez que respiro.
Meu Deus, concedei-me a graça de sofrer amando-Vos e de Vos amar sofrendo.
Eu Vos amo, meu divino Salvador, porque fostes crucificado por mim e porque me tendes aqui em- baixo crucificado por Vós.
Meu Deus, concedei-me a graça de morrer amando-Vos e de saber que Vos amo.
Amém”.
Ao final dessa belíssima oração, outro momento surpreendente: mais de 15.000 sacerdotes cantando o Adore te Devote, em latim, diante de Jesus Sacramentado. Esse belíssimo hino, escrito por Santo Tomás de Aquino no século XIII, unia nossos corações e nossas vozes à voz suave e fatigada do Santo Padre. Nesse momento único, umas lágrimas desobedientes insistiam em fugir dos meus olhos. Mas como poderia ser diferente?
Ao final de tudo, a Bênção do Santo Padre vinha para completar esses momentos únicos em nossas vidas. Ao sair dali pensava: “obrigado, Senhor, por tudo, obrigado por tudo isso que não mereço! Agora, renova-nos sempre com a tua graça. Abençoa sempre o nosso amado Papa que, nessa noite luminosa, nos ensinou, nos animou e chorou conosco!”
Pe. Anderson Alves
Revisão: Prof. Francisco da Silva Rodrigues
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