RITOS INICIAIS
ANTÍFONA DE ENTRADA: Depois do Baptismo do Senhor, abriram-se os Céus. Sobre Ele desceu o Espirito Santo em figura de pomba e fez-Se ouvir a voz do Pai: Este é o meu Filho muito amado, no qual pus as minhas complacências.
Diz-se o Glória.
Introdução ao espírito da Celebração
Os Hinos de louvor em honra do Deus Menino, que cantámos nas festas de Natal e da Epifania ainda estão bem dentro de nós. Com a festa do Baptismo a Igreja faz-nos passar dos Evangelhos da Santa Infância para a o início do ministério público de Jesus. Hoje termina a vida escondida no silêncio de Nazaré. Jesus é ungido com o Espírito Santo. Deus Pai faz a apresentação do Messias Salvador: “Este é o meu Filho muito amado!”
ORAÇÃO COLECTA: Deus eterno e omnipotente, que proclamastes solenemente a Cristo como vosso amado Filho quando era baptizado nas águas do rio Jordão e o Espírito Santo descia sobre Ele, concedei aos vossos filhos adoptivos, renascidos pela água e pelo Espírito Santo, a graça de permanecerem sempre no vosso amor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ou
Deus omnipotente, cujo Filho Unigénito Se manifestou aos homens na realidade da nossa natureza, concedei-nos que, reconhecendo-O exteriormente semelhante a nós, sejamos por Ele interiormente renovados. Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LITURGIA DA PALAVRA
Primeira Leitura
Monição: O Profeta Isaías fala-nos do Servo do Senhor que há-de levar a luz a todas as nações. O Baptismo no rio Jordão significa a unção de Jesus como Filho muito amado e Salvador da humanidade.
Isaías 42, 1-4.6-7
Diz o Senhor: 1«Eis o meu servo, a quem Eu protejo, o meu eleito, enlevo da minha alma. Sobre ele fiz repousar o meu espírito, para que leve a justiça às nações. 2Não gritará, nem levantará a voz, nem se fará ouvir nas praças; 3não quebrará a cana fendida, nem apagará a torcida que ainda fumega: 4proclamará fielmente a justiça. Não desfalecerá nem desistirá, enquanto não estabelecer a justiça na terra, a doutrina que as ilhas longínquas esperam. 6Fui Eu, o Senhor, que te chamei segundo a justiça; tomei-te pela mão, formei-te e fiz de ti a aliança do povo e a luz das nações, 7para abrires os olhos aos cegos, tirares do cárcere os prisioneiros e da prisão os que habitam nas trevas».
Este texto pertence ao primeiro dos quatro «cantos do Servo de Yahwéh», dispersos pelo Segundo Isaías (Is 40 – 55), mas que, na origem; talvez fizessem parte de um único poema.
«Eis o meu servo». Trata-se de um mediador através do qual Deus levará a cabo o seu plano de salvação. Torna-se difícil determinar quem é designado em primeiro plano, se é uma personalidade individual (um rei de Judá, o profeta, ou o messias), ou uma colectividade (todo o povo de Israel ou parte dele), ou um indivíduo como símbolo de todo o povo. O nosso texto deixa ver uma personagem deveras misteriosa, humilde (vv. 2-3) e poderosa (v. 4.7), escolhido por Deus e com uma missão universal (v. 1.6). Pondo de parte a complexa e discutida questão da personalidade originária deste magnífico poema, o certo é que o Novo Testamento está cheio de ressonâncias deste texto, vendo mesmo nesta figura singular um anúncio do Messias, com pleno cumprimento na pessoa de Jesus (v. 1: cf. Mt 3, 17 e Lc 9, 35; vv. 2-4: cf. Mt 12, 15-21; v. 6: Lc 1, 78-79 e 2, 32 e Jo 8, 12 e 9, 5; v. 7: Mt 11, 4-6 e Lc 7, 18-22). É evidente que foi escolhida esta leitura para hoje porque, assim Deus, pelo Profeta, apresenta o seu servo «enlevo da minha alma», sobre quem «fiz repousar o meu espírito»; é assim que também no Jordão Jesus é apresentado (cf. Evangelho de hoje e paralelos).
Salmo Responsorial
Salmo 28 (29), 1a.2.3ac-4.3b.9b-10 (R. 11b)
Monição: Este salmo é um hino de louvor a Deus Pai. Pelo Baptismo somos seus filhos. Com alegria cantamos e aclamamos a glória e o poder do Senhor que nos abençoa com a sua paz!
O senhor abençoará o seu povo na paz!
Refrão: O SENHOR ABENÇOARÁ O SEU POVO NA PAZ.
Tributai ao Senhor, filhos de Deus,
tributai ao Senhor glória e poder.
Tributai ao Senhor a glória do seu nome,
adorai o Senhor com ornamentos sagrados.
A voz do Senhor ressoa sobre as nuvens,
o Senhor está sobre a vastidão das águas.
A voz do Senhor é poderosa,
a voz do Senhor é majestosa.
A majestade de Deus faz ecoar o seu trovão
e no seu templo todos clamam: Glória!
Sobre as águas do dilúvio senta-Se o Senhor,
o Senhor senta-Se como Rei eterno.
Segunda Leitura
Monição: S. Pedro aceitou o convite que lhe foi dirigido para ir a casa do Centurião Cornélio. Este explicou a visão angélica que tivera. Depois acrescentou: “estamos na tua presença para ouvirmos o que Deus te ordenou”. Então, Pedro proclamou a boa nova da salvação, falando de “Jesus que é o Senhor de todos!” O texto bíblico diz que o “Espírito Santo desceu sobre quantos o escutaram e foram baptizados em nome de Jesus Cristo.” (Actos 10, 44.48)
Actos dos Apóstolos 10, 34-38
Naqueles dias, 34Pedro tomou a palavra e disse: «Na verdade, eu reconheço que Deus não faz acepção de pessoas, 35mas, em qualquer nação, aquele que O teme e pratica a justiça é-Lhe agradável. 36Ele enviou a sua palavra aos filhos de Israel, anunciando a paz por Jesus Cristo, que é o Senhor de todos. 37Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do baptismo que João pregou: 38Deus ungiu com a força do Espírito Santo a Jesus de Nazaré, que passou fazendo o bem e curando todos os que eram oprimidos pelo demónio, porque Deus estava com Ele».
Temos aqui uma pequenina parte do discurso de Pedro em casa do centurião Cornélio em Cesareia, quando recebeu directamente na Igreja os primeiros gentios, sem serem obrigados a judaizar. É surpreendente que um discurso dirigido a não judeus contenha alusões (não citações explícitas) ao Antigo Testamento: v. 34 – «Deus não faz acepção de pessoas» (cf. Dt 10, 17); v. 36 – «Ele enviou a sua palavra aos filhos de Israel» (cf. Salm 107, 20); «anunciando a paz» (cf. Is 52, 7); v. 38 «Deus ungiu com… Espírito Santo» (cf. Is 61, 1). Isto corresponde a que se está num ponto crucial da vida da Igreja, em que ela entra decididamente pelos caminhos da sua universalidade intrínseca, em confronto com o nacionalismo judaico. Por isso era importante recorrer àquelas passagens do A. T. que se opõem a qualquer espécie de privilégio de raça ou cultura: «a palavra aos filhos de Israel» deixa ver como Deus é o «Senhor de todos», imparcial, «não faz acepção de pessoas», e que a «paz» – a súmula de todos os bens messiânicos – Deus a destina a toda a humanidade. O discurso tem um carácter kerigmático evidente. E Lucas – o historiador-teólogo –, ao redigi-lo, quaisquer que possam ter sido as fontes utilizadas, terá em vista, mais ainda do que a situação concreta em que foi pronunciado, o efeito a produzir nos seus leitores. Convém notar que, no entanto, ao redigir os discursos – o grande recurso de Actos –, Lucas não os inventa; embora não sejam uma reprodução literal, considera-se que correspondem aos temas da pregação primitiva.
38 «Ungiu do Espírito Santo». Estamos aqui em face de uma expressão simbólica tipicamente hebraica, alusiva à união misteriosa com o Espírito Santo (algo que pertence ao mistério trinitário, o verdadeiro ser e missão de Jesus, que se torna visível na sua Humanidade, na teofania do Jordão). É clara a referência a textos do A. T. de grande densidade messiânica, como Is 11, 2; 61, 1 (cf. Lc 2, 18). Ver supra nota à 1ª leitura do 3º Domingo do Advento (nota ao v. 26).
Aclamação ao Evangelho cf. Mc 9, 6
Monição: Vamos escutar a voz de Deus Pai, apresentando Jesus, o seu Filho muito amado! Aclamemos jubilosos, cantando aleluia! Nós também somos os filhos em quem Deus Pai coloca toda a sua complacência!
ALELUIA
Abriram-se os céus e ouviu-se a voz do Pai:
«Este é o meu Filho muito amado: escutai-O».
Evangelho
São Marcos 1, 7-11
Naquele tempo, 7João começou a pregar, dizendo: «Vai chegar depois de mim quem é mais forte do que eu, diante do qual eu não sou digno de me inclinar para desatar as correias das suas sandálias. 8Eu baptizo na água, mas Ele baptizar-vos-á no Espírito Santo». 9Sucedeu que, naqueles dias, Jesus veio de Nazaré da Galileia e foi baptizado por João no rio Jordão. 10Ao subir da água, viu os céus rasgarem-se e o Espírito, como uma pomba, descer sobre Ele. 11E dos céus ouviu-se uma voz: «Tu és o meu Filho muito amado, em Ti pus toda a minha complacência».
São Marcos inicia o seu Evangelho com os brevíssimos relatos da pregação do Baptista no deserto, do Baptismo e das tentações de Jesus.
7-8 O contraste entre as duas personalidades, Jesus e João, reforça a superioridade de Jesus e do seu Baptismo: «não sou digno de me inclinar para desatar as correias das suas sandálias»; note-se que este gesto era considerado de tal modo humilhante, que nem sequer um judeu o podia impor a um criado da sua raça. É o próprio Baptista (assim chamado, sem mais, nos Sinópticos e também por Flávio Josefo) que estabelece o confronto entre o seu baptismo (banho) e o de Jesus: o seu apenas significava a graça e dispunha para a conversão; o de Jesus não só significa a graça purificadora e regeneradora. mas também a produz eficazmente: «Ele baptizar-vos-á no Espírito Santo». Ver nota a Jo 1, 26 (supra, 3º Domingo do Advento).
9 Jesus quer ser baptizado, mas não é para se inscrever como discípulo na escola do Baptista, nem sequer para ensinar a acatar a missão dum extraordinário enviado de Deus, nem mesmo simplesmente para nos deixar um exemplo de humildade; é sobretudo para realizar uma espécie de «acção simbólica», à maneira dos antigos profetas, como a entendeu a tradição patrística da Igreja: Ele que era a Vida (cf. Jo 1, 4; 14, 6), entra em contacto com a água para lhe dar a força vivificante de vir a ser a matéria do nosso Baptismo. Por outro lado, logo no início da vida pública, é-nos dado um sinal da divindade de Jesus, constituindo, por assim dizer, a sua apresentação pública como Messias e Filho de Deus, a inauguração solene do seu ministério público, credenciado pelas restantes Pessoas divinas. Também a SS. Trindade – que se manifesta no Baptismo do Senhor – toma posse da alma do fiel que é baptizado.
10 A «pomba», representa o Espírito Santo, porque os rabinos da época costumavam representar o Espírito de Deus por esta ave, a adejar sobre as águas na obra da criação (cf. Gn 1, 1). Segundo os Santos Padres, ela é o símbolo da paz e da reconciliação entre Deus e a Humanidade.
Sugestões para a homilia
Jesus veio de Nazaré da Galileia
Jesus veio de Nazaré. Nazaré era uma aldeia pobre, pequena, obscura e desconhecida. Ficava situada na Galileia, que também era uma terra desprezada, por ser habitada por gente pagã. Isto significa que Jesus era desconhecido de todos, em Israel. Mas esta cena do Baptismo vai dar início a uma vida pública. Jesus é apresentado por Deus Pai como Messias, Salvador! Os cerca de trinta anos de silêncio vão dar lugar a três anos de pregação luminosa que vão mudar a face da terra. A sua mensagem há-de ressoar por toda a Palestina e por toda a terra! Jesus tornar-se-á o Senhor do tempo, da história e da eternidade!
Foi baptizado no Jordão
O rio Jordão! Este é o rio mais singular, do mundo. Em hebraico, “Jordão” significa aquele que desce. Este rio tem a sua nascente no monte Hermon, a 520 metros de altitude. Percorre cerca de 220 quilómetros e vai desaguar no Mar Morto, o ponto mais baixo do globo: 394 metros abaixo do nível do mar! Que descida! Que significado espiritual tem esta descida? As pessoas vinham ter com João Baptista para serem baptizadas. Ele anunciava um novo baptismo no Espírito Santo. Quem seria o autor desse novo Baptismo? João fala de Alguém mais forte que ele. Esse Alguém é Jesus, o Filho de Deus, que sendo de condição divina, desceu até à nossa condição humana. Habitando no Céu, desceu até nós. Jesus, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, veio habitar connosco! Veio salvar os pecadores. Que humildade! Mas quem se humilha será exaltado! Desçamos nós também às águas do baptismo para sermos elevados à dignidade máxima da filiação divina!
Os céus abriram-se
Abriram-se os céus! Há quem pense que o céu está fechado! Há quem diga que Deus não fala! Contudo, Deus faz ecoar aos nossos ouvidos a sua voz para nos repetir que Jesus é o seu Filho muito amado! Nós que acreditamos em Jesus e fomos baptizados em seu nome também somos seus filhos! Filhos em quem Deus Pai coloca toda a Sua complacência! O Baptismo abre-nos as portas do Céu! Nas águas do rio Jordão começou uma nova criação! Na água do nosso baptismo renascemos para a vida nova da graça divina! “ Pelo baptismo fomos sepultados na morte de Jesus Cristo, para que, tal como Jesus ressuscitou de entre os mortos, também nós caminhemos numa vida nova e participemos na Sua ressurreição” (Rom 6,4-5).
Fala o Santo Padre
«Mediante o Baptismo, a pessoa humana é inserida na relação única e singular de Jesus com o Pai.»
No Domingo hodierno, que se segue à solenidade da Epifania, celebramos o Baptismo do Senhor. Foi este o primeiro acto da sua vida pública, narrado nos quatro Evangelhos. Tendo chegado à idade de cerca de trinta anos, Jesus deixou Nazaré, foi ao rio Jordão e, no meio de muitas pessoas, fez-se baptizar por João. O Evangelista Marcos escreve: “No momento em que saía da água, viu os céus abertos e o Espírito descer sobre Ele em forma de pomba. E dos céus veio uma voz: Tu és o meu Filho muito amado, em ti pus toda a minha complacência” (Mc 1, 10-11). Nestas palavras: “Tu és o meu Filho muito amado”, revela-se o que é a vida eterna: é a relação filial com Deus, do modo como Jesus a viveu e no-la revelou e concedeu.
[…] Eis a maravilhosa realidade: mediante o Baptismo, a pessoa humana é inserida na relação única e singular de Jesus com o Pai, de tal forma que as palavras ressoadas do céu sobre o Filho unigénito se tornam verdadeiras para cada homem e cada mulher que renasce da água e do Espírito Santo: Tu és o meu Filho muito amado. […]
Bento XVI, Angelus, Praça de São Pedro, 11 de Janeiro de 2009
LITURGIA EUCARÍSTICA
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS: Aceitai, Senhor, os dons que a Igreja Vos oferece, ao celebrar a manifestação de Cristo vosso Filho, para que a oblação dos vossos fiéis se transforme naquele sacrifício perfeito que lavou o mundo de todo o pecado. Por Nosso Senhor.
Prefácio
O Baptismo do Senhor
V. O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.
V. Corações ao alto.
R. O nosso coração está em Deus.
V. Dêmos graças ao Senhor nosso Deus.
R. É nosso dever, é nossa salvação.
Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente, é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação dar-Vos graças, sempre e em toda a parte:
Nas águas do rio Jordão, realizastes prodígios admiráveis, para manifestar o mistério do novo Baptismo: do Céu fizestes ouvir uma voz, para que o mundo acreditasse que o vosso Verbo estava no meio dos homens; pelo Espírito Santo, que desceu em figura de pomba, consagrastes Cristo vosso Servo com o óleo da alegria, para que os homens O reconhecessem como o Messias enviado a anunciar a boa nova aos pobres.
Por isso, com os Anjos e os Santos do Céu, proclamamos na terra a vossa glória, cantando numa só voz:
Santo, Santo, Santo.
Monição da Comunhão
Jesus foi ungido pelo Espírito Santo para realizar a missão que o Pai Lhe confiou. Pelo baptismo também nós somos discípulos de Jesus. Temos sido testemunhas desse programa salvífico de Deus? Temos cultivado a nossa relação íntima com Deus pela oração? Vivemos como “filhos muito amados”?
ANTÍFONA DA COMUNHÃO: Eis Aquele de quem João dizia: Eu vi e dou testemunho de que Ele é o Filho de Deus.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO: Senhor, que nos alimentais com este dom sagrado, ouvi benignamente as nossas súplicas e concedei-nos a graça de ouvirmos com fé a palavra do vosso Filho Unigénito para nos chamarmos e sermos realmente vossos filhos. Por Nosso Senhor.
RITOS FINAIS
Monição final
Jesus “passou pelo mundo fazendo o bem e libertando todos os que eram oprimidos” (Actos 10,38). Que belo programa para todos os baptizados! Deu-nos o exemplo para o imitarmos!
Pediu: Ide, ensinai e baptizai! Aceitemos este convite! Somos discípulos de Jesus e queremos colaborar com Ele para que a salvação de Deus chegue a todos os povos da terra.
HOMILIAS FERIAIS
3ª Feira: A nossa colaboração na Redenção.
1 Sam 1, 9-20 / Mc 1, 21-28
Ana orou ao Senhor: Se vos dignardes conceder-me um filho varão, eu hei-de consagrá-lo ao Senhor por toda a vida.
Conforme prometera, Ana consagrou o seu filho Samuel ao Senhor, colocando-o no Templo ao serviço do Sumo-Sacerdote Eli.
Também Jesus coloca toda a sua vida ao serviço do mistério da Redenção. «Este mistério está actuante em toda a vida de Cristo: já na sua Encarnação…; na vida oculta…; na palavra que purifica os seus ouvintes, nas curas e expulsões dos demónios (Ev.), pelo que toma sobre si as nossas enfermidades e carrega com as nossas doenças» (CIC, 517). Podemos igualmente colaborar na obra da Redenção com a nossa vida de trabalho e de oração, com cada uma das nossas acções.
4ª Feira: Oração: dedicação e disponibilidade.
1 Sam 3, 1-10. 19-20 / Mc 1, 29-39
De manhãzinha, ainda muito escuro, (Jesus) levantou-se e saiu. Retirou-se para um sítio ermo e aí começou a orar.
«O pequeno Samuel teve de aprender de Ana, sua mãe, e do sacerdote Eli, como devia escutar a palavra de Deus: ‘Falai, Senhor, que o vosso servo escuta (Leit.)» (CIC, 2578).
Jesus dá-nos exemplo de dedicação à oração logo de manhãzinha cedo (Ev.). Vendo este desejo do Mestre, peçamos-lhe que nos aumente o desejo de orar. É na oração que aprenderemos a escutar o que Deus espera de nós, como aconteceu com Samuel. E estejamos sempre dispostos a falar com Deus: «Aqui estou» (Leit.).
5ª Feira: Significado da Arca da Aliança e das curas.
1 Sam 4, 1-11 / Mc 1, 40-45
Vamos buscar a Silo a Arca da Aliança do Senhor: que ela venha para o meio de nós e nos salve das mãos dos inimigos.
«Já no Antigo Testamento, Deus ordenou ou permitiu a instituição de imagens, que conduziriam à salvação pelo Verbo Encarnado: por exemplo, a serpente de bronze, a Arca da Aliança (Leit.)» (CIC, 2130).
As curas (Ev.) têm igualmente o mesmo significado: «As curas que (Jesus) fazia eram sinais da vinda do reino de Deus. Anunciavam uma cura mais radical: a vitória sobre o pecado e sobre a morte, mediante a Páscoa» (CIC, 1505). Os sacramentos da Penitência e da Eucaristia curam as nossas feridas e revestem-nos da santidade de Deus.
6ª FeiraI: Cristo, Rei e Médico divino
1 Sam 8, 4-7. 10-22 / Mc 2, 1-12
Que é mais fácil, dizer ao paralítico: ‘os teus pecados são-te perdoados’, ou dizer: ‘levanta-te e anda’?
Os anciãos de Israel manifestaram a Samuel o seu desejo de ter um rei: «o nosso rei é que há-de governar-nos; há-de comandar-nos em combate» (Leit.).
Jesus é igualmente Rei, pois as curas que vai realizando indicam que o reino de Deus está próximo. Ele veio curar o homem na sua totalidade, alma e corpo (Ev.): «Ele dirige-se pessoalmente a cada um dos pecadores: ‘Meu filho, os teus pecados são-te perdoados’ (Ev.). Ele é o Médico que se inclina sobre cada um dos doentes. A confissão pessoal é, pois, a forma mais significativa de reconciliação» (CIC, 1484).
Sábado: A salvação dos pecadores.
1 Sam 9, 1-4. 17-19; 10, 1 / Mc 2, 13-17
Tu Saul, é que hás-de reger o povo do Senhor e o salvarás dos inimigos que o rodeiam.
Samuel ungiu Saul para uma missão de governo e salvação dos inimigos. Cristo é também ungido para o cumprimento de uma missão divina.
A sua missão divina consiste na salvação dos pecadores: «Jesus convida os pecadores para a mesa do Reino. ‘Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores’ (Ev.). Convida-os à conversão, sem a qual não se pode entrar no Reino» (CIC, 545). Seguindo a Jesus, procuremos igualmente convidar os nossos amigos e conhecidos a uma conversão, para se sentarem à mesa do Reino.
Celebração e Homilia: JOSÉ ROQUE
Nota Exegética: GERALDO MORUJÃO
Homilias Feriais: NUNO ROMÃO
Sugestão Musical: DUARTE NUNO ROCHA