Solenidade de Todos os Santos, Domingo – 05/11/2023
Ap 7,2-4.9-14; Sl 23/24; 1 Jo 3,1-3; Mt 5,1-12
- Santo porque filho
“Que grande manifestação de amor nos deu o Pai: sermos chamados filhos de Deus. E nós o somos!” (1 Jo 3,1). Este é o princípio da nossa santificação, o fundamento mais profundo: nós fomos feitos filhos de Deus por graça. Para que, de fato, se realize a nossa santificação, basta que se desenvolva este dom da filiação divina: “Desde já somos filhos de Deus, mas o que nós seremos ainda não se manifestou” (1 Jo 3,2). Podemos tirar uma conclusão cheia de esperança: cada um de nós pode ser santo, basta ser cada vez mais filho de Deus, crescer na filiação, ter psicologia de filho de Deus, investir na filiação como dom.
Se nós vivermos esta verdade da nossa fé católica – sou filho de Deus – nós avançaremos muito rápido na vida espiritual, pois, como diz o Apóstolo: “Todo o que nele tem esta esperança, purifica-se a si mesmo como também ele é puro” (1 Jo 3,3). O motivo para lutar está nesta verdade muito simples, muito iluminadora e norteadora: Deus é meu Pai, eu sou seu Filho, farei tudo para agradar o meu Pai do céu. Quer segredo maior de santidade do que este? O Evangelho da Missa de hoje é o tradicional texto das bem-aventuranças (Mt 5,1-12), mas, para conseguirmos viver as bem-aventurança, é pressuposto ser muito filho de Deus. Efetivamente, como alguém pode ser pobre no espírito, manso, misericordioso, promotor da paz e perseguido, se não estiver ancorado em uma verdade que mova todo o seu ser, vontade e ações?
A palavra “bem-aventurado” significa “feliz” (“makários” na língua grega). Certamente o santo é feliz porque tem o melhor Pai de todos, porque é muito filho de Deus e, consequentemente, passa por este mundo fazendo o bem. Sofre, mas os seus sofrimentos estão afundados nas consolações da filiação. Quem crê de verdade que Deus é seu Pai, quem vive esta verdade, quem ama esta verdade, anda por este mundo erguido, com a cabeça levantada, com um sorriso nos lábios, com o desejo de levar muitas pessoas para Deus, com o coração apaixonado pelos projetos do seu Pai do céus e pelos gáudios da alma. Como Deus chamou você a ser santo, fez você seu filho. Entenda e ame esta verdade.
Pe. Françoá Costa
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