Vocação Religiosa – Proposta aos Jovens

Mons. José  Maria Pereira

        No terceiro domingo do mês Vocacional celebramos a Vocação Religiosa. Quando nos referimos à vida religiosa, temos presente os homens e as mulheres que, vivendo em comunidade, buscam a perfeição pessoal e assumem a missão própria do seu Instituto, Ordem ou Congregação. Na solenidade da Assunção de Maria ao Céu, a Igreja lembra que a Mãe de Jesus é modelo para todos os cristãos, e, de forma particular, dos  que se consagram a Deus pelos conselhos evangélicos: pobreza, castidade e obediência. Hoje existem diferentes formas de vida consagrada, desde os que testemunham a fé em comunidades apostólicas, contemplativas e monásticas, até os que, pessoalmente, se inserem nas realidades profissionais e evangelizadoras, e aí vivem sua consagração e missão. Recordamos aqui os inúmeros institutos seculares.

       O fundamento evangélico da vida consagrada está na relação que Jesus estabeleceu com alguns de seus discípulos, convidando-os a  colocarem a sua existência ao serviço do Reino, deixando tudo e imitando mais de perto a sua forma de vida. A origem da vida consagrada está, pois, no seguimento de Jesus Cristo a partir da profissão pública dos conselhos evangélicos. A referência vital e apostólica são os carismas de fundação. Sua função consiste em dar testemunho de santidade e do radicalismo das bem-aventuranças.

       Eis alguns ensinamentos do Documento de Aparecida sobre os consagrados:” A vida consagrada é um dom do Pai, por  rmeio do Espírito, à sua Igreja. É um caminho de especial seguimento de Cristo, para dedicar-se a Ele com o coração indiviso e colocar-se, como Ele, a serviço de Deus e da humanidade, assumindo a forma de vida que Cristo escolheu para vir a este mundo: vida virginal, pobre e obediente” (Nº 216). Falando do valor do testemunho da vida contemplativa, continua Aparecida: “De maneira especial, a América Latina e o Caribe necessitam da vida contemplativa, testemunha de que somente Deus basta para  preencher a vida de sentido e de alegria. “Em um mundo que continua perdendo o sentido do divino, diante da supervalorização do material, vocês queridas religiosas, comprometidas desde seus claustros a serem testemunhas dos valores pelos quais vivem, sejam testemunhas do Senhor para o mundo de hoje, infundam com sua oração um novo sopro de vida na Igreja e no homem atual”(Nº 221 e Discurso de João Paulo II às Relegiosas de Clausura ,México, 30/01/1979).

       O Papa Bento XVI, no Discurso de Abertura da V Conferência, em Aparecida, referindo-se aos jovens e à pastoral vocacional, expressou: “Na América Latina a maioria da população está formada por jovens. A este respeito, devemos recordar-lhes que sua vocação é ser amigos de Cristo, discípulos, sentinelas do amanhã, como costumava dizer o meu predecessor João Paulo II. Os jovens não temem o sacrifício, mas, sim, uma vida sem sentido. São sensíveis à chamada de Cristo que os convida a segui-lo. Podem responder a essa chamada como sacerdotes, como consagrados e consagradas, ou ainda como pais e mães de família, dedicados totalmente a servir aos seus irmãos com todo o seu tempo, sua capacidade de entrega e com a vida inteira. Os jovens encaram a existência como constante descoberta, não se limitando às modas e tendências comuns, indo mais além com uma curiosidade radical acerca do sentido da vida, e de Deus Pai-Criador e Deus-Filho Redentor no seio da família humana. Eles devem se comprometer por uma constante renovação do mundo á luz de Deus. Mais ainda: cabe-lhes a tarefa de opor-se às fáceis ilusões da felicidade imediata e dos paraísos enganosos da droga, do prazer, do álcool, junto com todas as formas de violência”(D.I,5).

       Que, cada vez mais, os religiosos, as religiosas e consagrados sejam para o mundo testemunhas de que existe outra forma de viver com sentido. Rezemos para que sejam entre nós sinais vivos e confiáveis do amor de Deus e de seu Reino. Com eles vamos formar a grande comunidade, que é a Igreja, em sua missão de  evangelização. E que muitos jovens descubram que vale a pena dar a vida Àquele que por primeiro deu a  Sua vida por nós, Cristo Jesus.

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