Uma correta evangelização

Uma correta evangelização

30/11/2021 – Terça-feira da primeira semana Advento – C

Leituras: Rm 10,9-18; Sl 18 (19); Mt 4,18-22

O salmo 18 (19) afirma que o universo manifesta algo da glória de Deus. De fato, houve muitas pessoas que, olhando para a natureza, reconheceram algo da grandeza de Deus. Houve também outros que se fecharam à ciência presente na criação e não reconheceram a existência de Deus. De todas as maneiras essa preparação (prolegômenos da fé) não é ainda a fé sobrenatural, aquela na qual nos lançamos nas mãos de Deus aderindo à sua verdade pelo motivo que foi ele mesmo quem revelou e a deixou como tal em sua Igreja.

Quando a razão do ser humano é iluminada por essa virtude sobrenatural chamada fé, ele costuma ver todas as coisas segundo Deus: pensa, ama e sente segundo o querer de Deus. A razão, propensa a equivocar-se nos seus raciocínios, quando auxiliada pela virtude da fé, se vê fortalecida no seu modo de pensar e livre de erros em relação às realidades mais excelsas e que lhe são (à pessoa humana) de uma importância verdadeiramente decisiva, pois trata-se da própria salvação.

O caso de Santo André é exemplar. Diante do chamado de Deus, “deixando imediatamente” (Mt 4,20.22) tudo, ele seguiu Jesus Cristo. Foi um dos primeiros quatro discípulos, juntamente com Pedro, seu irmão, e Tiago e João. Como dizia o Doutor Místico: “O amor consiste em despojar-se e desapegar-se, por Deus, de tudo o que não é ele” (São João da Cruz, Subida, II, V, 7). Assim fê-lo Santo André, homem  inquieto pelas coisas de Deus, pois, de fato, antes de seguir Jesus Cristo já era discípulo de João Batista. Depois da ressurreição do Senhor, Santo André pregou muito o Evangelho da salvação e foi crucificado, imitando Jesus Cristo inclusive nesse momento atroz.

A vida de fé nos leva a ter essa visão nova, típica de Santo André e de todos os demais santos de Deus. A fé também cura a nossa inteligência e nos faz ver que o universo e toda a criação nos falam de Deus. Efetivamente, uma penetração mais profunda da natureza das coisas nos preserva de erros no conhecimento natural de Deus, como a idolatria (dar culto às criaturas), a superstição (crer que as coisas naturais operam milagres) e o ecologismo como subordinação do ser humano aos animais ou à natureza ou aos astros. Como diria o Doutor Angélico: “o erro acerca das criaturas leva à falsa ciência de Deus e afasta a mente dos seres humanos de Deus e da fé” (Santo Tomás de Aquino). Certamente, a pregação de Santo André por entre aquelas terras pagãs, era não somente levar o amor de Deus entre aquelas pessoas, mas também levar-lhes a visão correta sobre a natureza das coisas. Não precisamos falar por muitas palavras o quanto isso faz-se necessário em nossa época tão relativista.

Padre Françoá Costa
E-mail: [email protected]
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