RITOS INICIAIS
Sl 85, 3.5
ANTÍFONA DE ENTRADA: Tende compaixão de mim, Senhor, que a Vós clamo o dia inteiro. Vós, Senhor, sois bom e indulgente, cheio de misericórdia para aqueles que Vos invocam.
Introdução ao espírito da Celebração
Somos tentados a olhar o cristianismo e as suas exigências como coisas ultrapassadas e antiquadas.
Fala-se de «tempos novos» como pretexto para alimentar a preguiça nos deveres religiosos e para ressuscitar vícios que já dominaram noutros tempos. Em nome do progresso fala-se do aborto, do divórcio, da eutanásia e de outras aberrações da moral.
A palavra «moderno – ser moderno, ser actual –, dá a volta à cabeça de algumas pessoas e afasta-as do caminho da salvação.
Para ser moderno, actual, é preciso andar mais depressa, acelerar o passo, porque temos de acompanhar Jesus Cristo nesta viagem para o Céu. Bastará lembrar, para o compreender, a vida do Servo de Deus João Paulo II e de Bento XVI.
A isto nos convida toda a Liturgia da Palavra deste 22° Domingo do tempo comum.
ACTO PENITENCIAL
Reconheçamos humildemente as muitas desculpas que inventamos, para fugirmos às exigências do Evangelho, os pretextos a que nos agarramos para evitara radicalidade da nossa entrega a Jesus Cristo
Confiados na misericórdia do Senhor, peçamos-Lhe humildemente perdão.
(Tempo de silêncio. Apresentamos, como alternativa, elementos para o esquema C)
• Senhor: temos alimentado pensamentos de soberba,
julgando-nos, por vezes, superiores às outras pessoas.
Senhor, tende piedade de nós!
Senhor, tende piedade de nós!
• Cristo: sofremos muitas vezes e fazemos sofrer os outros,
porque não nos dão a importância que pensamos merecer.
Cristo, tende piedade de nós!
Cristo, tende piedade de nós!
• Senhor: exigimos sempre o que chamamos nossos direitos,
mas raramente falamos e cumprimos os nossos deveres.
Senhor, tende piedade de nós!
Senhor, tende piedade de nós!
Deus todo poderoso tenha compaixão de nós,
perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna.
ORAÇÃO COLECTA: Deus do universo, de quem procede todo o dom perfeito, infundi em nossos corações o amor do vosso nome e, estreitando a nossa união conVosco, dai vida ao que em nós é bom e protegei com solicitude esta vida nova. Por Nosso Senhor…
LITURGIA DA PALAVRA
Primeira Leitura
Monição: Muitos procuram a vitória desta vida na grandeza, na vaidade e na ostentação, julgando que a sua existência vale segundo a impressão que causam nos outros.
Ben-Sirá, divinamente inspirado, dá-nos um conselho simples e eficaz: Faz-te pequeno e alcançarás o favor de Deus.
Ben-Sirá 3, 19-21.30-31 (gr.17-18.20.28-29)
19Filho, em todas as tuas obras procede com humildade e serás mais estimado do que o homem generoso. 20Quanto mais importante fores, mais deves humilhar-te e encontrarás graça diante do Senhor. 21Porque é grande o poder do Senhor e os humildes cantam a sua glória. 30A desgraça do soberbo não tem cura, porque a árvore da maldade criou nele raízes. 31O coração do sábio compreende as máximas do sábio e o ouvido atento alegra-se com a sabedoria.
A leitura contém versículos respigados do capítulo 3 do Sirácida, ou Eclesiástico (na designação cristã), que são uma apologia da virtude da humildade. O texto litúrgico passa à frente aquelas passagens que poderiam ser hoje mal entendidos, como o desejo de querer sempre saber mais, que é apresentado isto como um «perigo», e mesmo aquele célebre adágio: «quem amam o perigo nele perecerá» (v. 25).
Salmo Responsorial
Sl 67 (68), 4-7ab.10-11 (R. cf. 11b)
Monição: Humildade e simplicidade são dois conselhos preciosos que o Senhor nos dá. Por isso, o salmo 67 (68) convida-nos a cantar:
Refrão: NA VOSSA BONDADE, SENHOR,
PREPARASTES UMA CASA PARA O POBRE.
Os justos alegram-se na presença de Deus,
exultam e transbordam de alegria.
Cantai a Deus, entoai um cântico ao seu nome;
o seu nome é Senhor: exultai na sua presença.
Pai dos órfãos e defensor das viúvas,
é Deus na sua morada santa.
Aos abandonados Deus prepara uma casa,
conduz os cativos à liberdade.
Derramastes, ó Deus, uma chuva de bênçãos,
restaurastes a vossa herança enfraquecida.
A vossa grei estabeleceu-se numa terra
que a vossa bondade, ó Deus, preparara ao oprimido.
Segunda Leitura
Monição: O autor da Carta aos Hebreus fala-nos da grandeza do Senhor que o Povo de Deus contemplou no Sinai, para nos mover a uma atitude de humildade.
Hebreus 12, 18-19.22-24a
Irmãos: 18Vós não vos aproximastes de uma realidade sensível, como os israelitas no monte Sinai: o fogo ardente, a nuvem escura, as trevas densas ou a tempestade, 19o som da trombeta e aquela voz tão retumbante que os ouvintes suplicaram que não lhes falasse mais. 22Vós aproximastes-vos do monte Sião, da cidade do Deus vivo, a Jerusalém celeste, de muitos milhares de Anjos em reunião festiva, 23de uma assembleia de primogénitos inscritos no Céu, de Deus, juiz do universo, dos espíritos dos justos que atingiram a perfeição 24ae de Jesus, mediador da nova aliança.
Nesta impressionante passagem da epístola, o hagiógrafo põe em vivo contraste a Antiga e a Nova Aliança, simbolizada nos dois montes em que foram seladas: «o Monte Sinai» e o «Monte Sião»; este era o monte onde assentava o templo de Jerusalém, monte que se tornou o símbolo do novo e definitivo lugar de encontro com Deus, ao mesmo tempo firme e glorioso: a «Jerusalém celeste», que é a Igreja (cf. Gal 4, 25-26; Apoc 21, 2), a qual aqui engloba tanto os que já triunfam no Céu, como os que ainda militam na terra, considerados como um todo, por assim dizer. A Antiga Aliança é marcada pelo temor e pela majestade esmagadora de Deus (vv. 18-19); a Nova Aliança pela proximidade de Deus e intimidade com Ele, com os «Anjos» (v. 22), com os Santos do Céu («os justos que atingiram a perfeição» – v. 23) e sobretudo com o próprio «Jesus, mediador da Nova Aliança», juntamente com os restantes cristãos que ainda militam na terra, provavelmente aqui designados por «uma assembleia de primogénitos inscritos no Céu» (v. 23). Assim poderia traduzir-se à letra, «uma Igreja – ekklesía – de primogénitos»; a designação de «primogénitos» correspondia à situação privilegiada dos cristãos, pois então os primogénitos gozavam de direitos especiais, sobretudo relativamente à herança.
Aclamação ao Evangelho
Mt 11, 29ab
Monição: Muitas vezes, o peso da nossa cruz de cada dia é constituído exclusivamente pela nossa soberba, pela preocupação de parecermos maiores do que somos.
Nosso Senhor convida-nos a carregar antes o jugo da Sua lei, com humildade, que acaba por ser muito mais leve.
Aclamemos o Evangelho que nos anuncia tão belo conselho de Jesus.
ALELUIA
Tomai o meu jugo sobre vós, diz o Senhor,
e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração.
Evangelho
São Lucas 14, 1.7-14
Naquele tempo, 1Jesus entrou, a um sábado, em casa de um dos principais fariseus para tomar uma refeição. 7Todos O observavam. Ao notar como os convidados escolhiam os primeiros lugares, Jesus disse-lhes esta parábola:8«Quando fores convidado para um banquete nupcial, não tomes o primeiro lugar. Pode acontecer que tenha sido convidado alguém mais importante do que tu; 9então, aquele que vos convidou a ambos, terá que te dizer: ‘Dá o lugar a este’; e ficarás depois envergonhado, se tiveres de ocupar o último lugar. 10Por isso, quando fores convidado, vai sentar-te no último lugar; e quando vier aquele que te convidou, dirá: ‘Amigo, sobe mais para cima’; ficarás então honrado aos olhos dos outros convidados. 11Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado». 12Jesus disse ainda a quem O tinha convidado: «Quando ofereceres um almoço ou um jantar, não convides os teus amigos nem os teus irmãos, nem os teus parentes nem os teus vizinhos ricos, não seja que eles por sua vez te convidem e assim serás retribuído. 13Mas quando ofereceres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos; 14e serás feliz por eles não terem com que retribuir-te: ser-te-á retribuído na ressurreição dos justos.
Com esta parábola, contada por ocasião duma refeição, Jesus não se limita a encarecer simplesmente uma atitude a ter no momento de escolher o lugar à mesa de um banquete, mas, acima de tudo, o que pretende com este exemplo é dar uma lição de humildade, válida para sempre, pois «quem se humilha será exaltado» (v. 11), entenda-se, por Deus, de acordo com o costume judaico seguido por Jesus, que evitava deliberadamente pronunciar o nome de Deus, recorrendo a uma forma passiva impessoal, que os gramáticos chamam o passivum divinum.
10 «Aquele que te convidou dirá». Tradução muito livre do original, com o fim de tornar menos chocante a leitura: «para que te diga». De facto, se o convidado escolhesse o último lugar com a secreta intenção de vir a ser «honrado aos olhos dos outros convidados», não estaria a viver a humildade, mas sim um refinado orgulho. Ora sucede que aqui a intenção expressa no texto não é a do convidado, mas sim a de Jesus que dá o conselho. Sendo assim, a tradução litúrgica facilita uma correcta interpretação. Um belo comentário a este ensinamento de Jesus podem ser as palavras da Imitação de Cristo: «Deseja que não te conheçam e te reputem por nada… Não perdes nada, se te consideras inferior a todos, mas prejudicas-te muito se te considerares superior a um só que seja» (I, 2.7).
12-14 Jesus não quer dizer que se podem convidar só aqueles que não nos possam retribuir. Esta maneira taxativa de falar, tão característica de Jesus, à maneira semítica, visa produzir impacto e chamar a atenção; o Senhor quer ensinar-nos que não devemos andar atrás de compensações humanas, mas daquilo que merece a aprovação e recompensa de Deus no Céu, aqui designado por «ressurreição dos justos» (que os maus também ressuscitam consta doutras passagens, como Jo 5, 29; Act 24, 15…).
Sugestões para a homilia
• Humildade, virtude fundamental
A humildade é indispensável
A humildade abre-nos os olhos
A humidade torna-nos simpáticos
• O caminho da humildade
O modelo da pessoa humilde
Ser pequeno e aceitar-se como tal
Sejamos verdadeiros sobre nós mesmos
1. Humildade, virtude fundamental
No início do século II antes de Cristo, quando a cultura helénica invadia a Palestina, e começava a minar a cultura e os valores tradicionais do Povo de Deus, muitos judeus incluindo membros de famílias de origem sacerdotal, deixavam-se seduzir pelo brilho desta cultura pagã, com todos os seus erros e corrupção, e abandonavam os valores em que tinham sido educados.
Ben-Sirá, orgulhoso da sua fé, e consciente do perigo que o Povo de Deus enfrentava, escreve o texto proclamado na primeira leitura.
Esta tentação é de sempre. Hoje, como ontem, muitos cristãos são tentados a julgar que a Lei de Deus está antiquada, fora de moda, e afastam-se da fidelidade ao Senhor.
Ser moderno, actual, proceder como os outros, é uma tentação perigosa, inspirada no orgulho. É também uma tentação dos cristãos de hoje. Deixam-se arrastar pela soberba de parecerem modernos.., e ressuscitam vícios antigos da Grécia e da Roma pagã.
Quem é fiel aos ensinamentos de Jesus Cristo – ensinados pela Igreja – não é um desactualizado.
A arma para combater esta tentação de soberba está na humildade, como indica o autor sagrado.
a) A humildade é indispensável. «Filho, em todas as tuas obras procede com humildade.»
A humildade é a verdade. Leva-nos a aceitarmo-nos como somos e a viver felizes na nossa condição. Somos pequenos e, fundamentalmente, todos iguais. Não há super-pessoas. Todas são iguais em dignidade, responsabilidade e liberdade. Os que receberam mais talentos para administrar terão de dar contas da sua administração.
Tudo o que temos, desde a vida às outras possibilidades que ela nos proporciona, é um puro dom de Deus. Por isso, pergunta-nos S. Paulo: «Que tens que não hajas recebido? E se o recebeste, por que te orgulhas, como se não o tivesses recebido?»
O demónio faz às pessoas como o vento aos papéis e às folhas secas das plantas: levanta-as no ar e leva-as, depois, para onde quer, arrastando-as pelo chão.
b) A humildade abre-nos os olhos. «Quanto mais importante fores, mais deves humilhar-te.»
O orgulho cega-nos, contra toda a evidência. Leva-nos a ver ofensas à nossa pessoa em toda a parte.
Alimentamos imagens falsas, ilusórias, acerca de nós mesmos. Presumimos sabedoria e qualidades que não temos. É como se andássemos com uns óculos cujas lentes fossem espelhos. Só nos veríamos a nós mesmos e sempre maiores do que somos, porque nos vemos ao perto.
O orgulho cega as pessoas de tal modo que, às vezes, toda gente vê que uma pessoa segue por um caminho errado, no qual encontrará a ruína, menos ela.
c) A humidade torna-nos simpáticos. Se fores humilde, «serás mais estimado do que o homem generoso.»
A soberba afasta as pessoas e ela mesma acha que é mais importante quando está em destaque. Aliás, a pessoa dominada pelo orgulho coloca-se num pedestal tão alto – julga assim que é! – que ninguém a alcança.
Recorre-se a meios exteriores à pessoa para firmar uma superioridade que não existe: um carro de marca, um modo de vestir, alarde de façanhas ou lugares em que se passam férias, etc.
A humildade é naturalidade. Como está perfeitamente no seu lugar, não chama nem quer chamar a atenção dos outros.
2. O caminho da humildade
Temos diante de nós um trabalho para toda a vida, porque – no dizer de um santo – só deixaremos de ser orgulhosos depois de tomarmos um banho de terra fria. Nunca poderemos dizer, durante a vida, que já somos profundamente humildes e, por isso, não precisamos de fazer mais esforços.
A soberba alimenta-se:
• dos êxitos – atribuindo-os a nós, e não às ajudas das outras pessoas e, principalmente, a Deus;
• das vitórias sobre a soberba. Pensamos: «que humilde sou já!»
• dos fracassos, porque, se os aceitamos bem, convencemo-nos de que já somos humildes.
a) O modelo da pessoa humilde. É o próprio Jesus Cristo que nos lança este desafio: «Aprendei de Mim, que sou manso e humilde do coração.» De facto, Ele vive a sua existência terrena com:
Naturalidade. Como qualquer criança, entra no mundo permanecendo nove meses no seio virginal de Maria, sem qualquer sinal extraordinário que manifeste a Sua presença. Cresce com toda a naturalidade como qualquer ser humano. Tudo isto é uma exigência de verdade na vida.
Dignidade. Uma pessoa humilde não é o mesmo que apagada, diminuída, abdicando constantemente dos seus direitos e deveres. Jesus Cristo veste bem, com gosto – a tal ponto que os soldados recusam-se a dividir a Sua túnica, porque é muito digna – e chama a atenção quando não cumprem para com Ele as atenções que Lhe são devidas. Pense-se no episódio passado no banquete em casa de Simão leproso.
b) Ser pequeno é aceitar-se como tal. «Por isso, quando fores convidado (para um banquete), vai sentar-te no último lugar.»
Na maior parte dos banquetes, os lugares estão já marcados previamente e foram abandonadas muitas formalidades de outros tempos. No entanto, a recomendação de Jesus continua a ser actual, pois temos muitas ocasiões em que podemos e devemos escolher o último lugar, sem falsa humildade, e sem que os outros se apercebam disso.
• Na conversa, sabendo dar lugar a que os outros contem as suas experiências. Só devemos falar obrigatoriamente quando é preciso defender a verdade.
• Na mesa, ao servirmo-nos da comida e da bebida. Não se trata de ficar sempre para o último lugar, mas de reservar para os ouros aquilo que já sabemos que é mais apreciado por eles.
• Na opinião acerca de um assunto: Se se trata de um assunto que pode ser abordado de diversos ângulos, com diversas opiniões, todas elas válidas, por que havemos de fazer da nossa opinião um dogma de fé?
Aconselha-se a que à mesa se evitem conversas sobre futebol ou partidos políticos, a não ser quando se trata de um programa de governo que é irreconciliável com a fé e a moral. Quantas teimosias e amuos desnecessários podem ser evitados!
c) Sejamos verdadeiros sobre nós mesmos. Às vezes sofremos inutilmente, porque nos imaginamos muito grandes e importantes, e achamos sempre que não nos dão a importância que merecemos.
Daí, os melindres, amuos, zangas, e pessoas e famílias desavindas.
Também na nossa relação dom Deus, na oração, devemos proceder com humildade, reconhecendo, desde o início, a nossa pequenez.
Quando ficamos em crise de fé, zangados com Deus ou com os santos, porque não nos concedem determinada graça, está a soberba por detrás: julgamo-nos merecedores, pela nossa vida; e queremos impor o nosso querer ao de Deus que nos ama e sabe infinitamente mais do que nós o que nos convém.
Maria Santíssima ajuda-nos a compreender melhor o que é a humildade, passando em silêncio pela vida. Não aparece nas horas de triunfo de Jesus, tomando para si um pouco da glória que Lhe é tributada, mas não falta nas horas em que Jesus é humilhado, na Sua Paixão e Morte.
LITURGIA EUCARÍSTICA
INTRODUÇÃO
Vamos entrar na segunda parte da Santa Missa, sentando-nos à Mesa da Eucaristia.
Jesus aniquila-Se inteiramente aos nossos olhos, exigindo de nós uma fé profunda para O reconhecermos aqui presente. No Presépio, oculta a Sua divindade e aparece como uma frágil criança; no Calvário sacrifica o Seu bom nome e aparece como um criminoso, alguém que andou a enganar as pessoas nos três anos de vida pública; aqui oculta, finalmente, a Sua humanidade, de tal modo que parece pão e vinho. A fé ensina-nos que Ele estará vivo e real sobre o altar, tão real e perfeitamente como está no Céu, depois da Consagração que Ele vai operar, pelo ministério do sacerdote.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS: Santificai, Senhor, a oferta que Vos apresentamos e realizai em nós, com o poder da vossa graça, a redenção que celebramos nestes mistérios. Por Nosso Senhor…
SANTO
SAUDAÇÃO DA PAZ
Sem verdadeira humildade, não pode haver paz duradoira entre as pessoas.
Neste momento, o Senhor convida-nos a um sincero exame de consciência, para descobrirmos se estamos de bem com todos e dispostos perdoar os pequenos ou grandes agravos recebidos.
Com este desejo,
Saudai-vos na paz de Cristo!
Monição da Comunhão
A Santíssima Eucaristia é uma prova desconcertante da humildade do nosso Deus. Dá-Se-nos sob as aparências do pão e do vinho.
Aproximemo-nos com reverência a recebe-1’O.
Sl 30, 20
ANTÍFONA DA COMUNHÃO: Como é grande, Senhor, a vossa bondade para aqueles que Vos servem!
Ou: Mt 5, 9- 1 0
Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus. Bem-aventurados os perseguidos por amor da justiça, porque deles é o reino dos céus.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO: Senhor, que nos alimentastes com o pão da mesa celeste, fazei que esta fonte de caridade fortaleça os nossos corações e nos leve a servir-Vos nos nossos irmãos. Por Nosso Senhor…
RITOS FINAIS
Monição final
Demos testemunho do amor de Deus, na vida de cada dia, por um comportamento humilde e manso.
Com a simplicidade do nosso trato, procuremos tornar feliz a vida dos nossos irmãos.
HOMILIAS FERIAIS
22ª SEMANA
2ª Feira, 2-IX: A Boa Nova de Cristo Crucificado.
1 Cor 2, 1-5 / Lc 4, 16-30
Ao ouvirem estas palavras todos, na sinagoga, ficaram furiosos. Ergueram-se então e expulsaram Jesus da cidade
Jesus apresenta-se na sinagoga de Nazaré, onde tinha sido criado, e explica aos seus conterrâneos a sua missão. Inaugura o anúncio da Boa Nova, citando uma passagem do profeta Isaías (Ev.). É mal recebido, não encontrando boas disposições nos ouvintes
S. Paulo recorda aos Coríntios que a sua pregação da Boa Nova foi muito simples e se apoiava em Cristo Crucificado (Leit.). Para entendermos melhor os planos de Deus é necessário termos uma grande fé, que não se fundamenta na sabedoria humana, mas na força de Deus e na sabedoria da Cruz (Leit.).
3ª Feira, 3-IX: O homem natural e o homem espiritual.
1 Cor 2, 10-16 / Lc 4,31-37
Encontrava-se então na sinagoga um homem que tinha o espírito de um demónio impuro.
Este homem que tinha o espírito de um demónio (Ev.) representa o pecador que se quer converter a Deus e tem que se libertar de Satanás e do pecado. No Pai-nosso pedimos a Deus que nos liberte do Maligno e para sermos livres de todos os males, presentes, passados e futuros (CIC, 2853).
O homem natural (Leit.) não aceita o que vem de Deus, porque não pode entendê-lo. E o homem espiritual (Leit.) é aquele que fala «com as palavras que o Espírito de Deus nos ensina» (Leit.), que tem o pensamento de Cristo (Leit.) e com essa luz julga todos os acontecimentos e pessoas.
4ª Feira, 4-IX: Superação da visão puramente humana.
1 Cor 3, 1-9 / Lc 4, 38-44
Se, entre vós, na verdade, há ciúme e discórdia, não é certo que sois puramente naturais e procedeis de maneira simplesmente humana?
S. Paulo queixa-se da falta da dimensão sobrenatural nos Coríntios: têm uma visão demasiado humana (Leit.).
A atitude Jesus indica-nos o modo de adquirirmos essa dimensão sobrenatural. Em primeiro lugar, através da oração: «ao romper do dia dirigiu-se a um sítio ermo» (Ev.). E também pelo conhecimento da Boa Nova: «Tenho que ir ás outras cidades anunciar a Boa Nova do reino de Deus» (Ev.). É por estes meios que aprendemos a ver as coisas, as pessoas e os acontecimentos, como Deus as vê. Meditemos pois, com frequência, nas palavras e nas acções de Jesus.
5ª Feira, 5-IX: Indispensável contar com Deus.
1 Cor 3, 18-23 / Lc 5, 1-11
Simão: Mestre, andámos na faina toda a noite e não apanhámos nada. Mas, já que o dizes, largarei as redes.
Diz S. Paulo que «a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus» (Leit.). Assim aconteceu com os pescadores do lago de Genesaré: uma noite inteira sem apanhar nada (eles eram pescadores profissionais) mas, com a sabedoria de Deus, apanharam uma grande quantidade de peixes.
Na nossa vida cristã de pouco serve o esforço, o emprego exclusivo de meios humanos, mesmo que sejam muito bons. Precisamos contar sempre com ajuda do Senhor: da sua graça, da sua sabedoria, do seu exemplo e dos seus ensinamentos. Foi Ele quem o disse noutra ocasião: ‘Sem mim nada podeis fazer’.
6ª Feira, 6-IX: Fidelidade à graça de Deus.
1 Cor 4, 1-5 / Lc 5, 33-39
Ninguém recorta um remendo de um vestido novo, para o deitar em vestido velho… E ninguém deita vinho novo em odres novos.
Jesus recorda-nos, com estas comparações, que devemos estar bem preparados para recebermos as graças de Deus. Os pecados veniais, as faltas de correspondência às inspirações do Espírito Santo, o pouco empenho na vida espiritual, ajudam a ‘envelhecer’ a alma.
«Nós somos administradores dos negócios de Deus…o que se requer nos administradores é que cada um deles se mostre fiel» (Leit.). A fidelidade às graças de Deus pode consistir em: uma boa preparação para o receber na Comunhão; ler e ouvir com mais atenção a sua Palavra; rezar mais actos de contrição…
Sábado, 7-IX: Aprender a perdoar.
1 Cor 4, 6-15 / Lc 6, 1-5
Insultados, perdoamos; perseguidos, aguentamos; difamados, dizemos palavras de concórdia.
Recorda S. Paulo o modo como os primeiros cristãos viviam a caridade, quando suportavam calúnias, insultos e difamações (Leit.). Deste modo, imitavam Jesus, que a todos perdoava.
Temos que amar, em Deus e com Deus, as pessoas que não nos agradam. E olhá-las, como as olhava Jesus: «Eu vejo com os olhos de Cristo e posso dar ao outro… o olhar de amor de que ele precisa» (Deus é Amor, 18). Procuremos viver o mandato do Senhor – amai-vos uns aos outros – na vida familiar, no trabalho, nos momentos de convívio, etc.
Celebração e Homilia: FERNANDO SILVA
Nota Exegética: GERALDO MORUJÃO
Homilias Feriais: NUNO ROMÃO
Sugestão Musical: DUARTE NUNO ROCHA