Roteiro Homilético – XXII Domingo do Tempo Comum – Ano A

RITOS INICIAIS

Salmo 85, 3.5

ANTÍFONA DE ENTRADA: Tende compaixão de mim, Senhor, que a Vós clamo o dia inteiro. Vós, Senhor, sois bom e indulgente, cheio de misericórdia para àqueles que Vos invocam.

Introdução ao espírito da Celebração

A liturgia do 22º Domingo do Tempo Comum convida-nos a descobrir a «loucura da cruz»: o acesso a essa vida verdadeira e plena que Deus nos quer oferecer passa pelo caminho do amor e do dom da vida.

ORAÇÃO COLECTA: Deus do universo, de quem procede todo o dom perfeito, infundi em nossos corações o amor do vosso nome e, estreitando a nossa união convosco, dai vida ao que em nós é bom e protegei com solicitude esta vida nova. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

LITURGIA DA PALAVRA

Primeira Leitura

Monição: Na primeira leitura, um profeta de Israel descreve a sua experiência de «cruz». Seduzido por Jahwéh, Jeremias colocou toda a sua vida ao serviço de Deus e dos seus projectos. Nesse «caminho», ele teve que enfrentar os poderosos e pôr em causa a lógica do mundo; por isso, conheceu o sofrimento, a solidão, a perseguição… É essa a experiência de todos aqueles que acolhem a Palavra de Deus no seu coração e vivem em coerência com os valores de Deus.

Jeremias 20, 7-9

7Vós me seduzistes, Senhor, e eu deixei-me seduzir; Vós me dominastes e vencestes. Em todo o tempo sou objecto de escárnio, toda a gente se ri de mim; 8porque sempre que falo é para gritar e proclamar: «Violência e ruína!» E a palavra do Senhor tornou-se para mim ocasião permanente de insultos e zombarias. 9Então eu disse: «Não voltarei a falar n’Ele, Não falarei mais em seu nome». Mas havia no meu coração um fogo ardente, comprimido dentro dos meus ossos. Procurava contê-lo, mas não podia.

Este texto é uma parte de uma das chamadas «confissões de Jeremias», as dolorosas lamentações do Profeta numa situação tremendamente dramática, após a trágica morte do rei Josias; prisioneiro da paixão por Deus, que o leva ao cumprimento fiel da sua espinhosa missão profética, Jeremias sente a repugnância instintiva do sofrimento que este desempenho lhe causa, pois isto era o pretexto para os seus adversários o acusarem de ser ele o culpado de todas as desgraças que desabavam sobre o povo, desgraças que haviam de culminar na conquista e destruição de Jerusalém por Nabucodonosor em 587 a. C. e no exílio de Babilónia. Jeremias chega ao ponto de, em dolorosos desabafos, amaldiçoar a sua vida, mas, ao mesmo tempo, mostrando uma inquebrantável confiança em Deus. Deixou-nos os mais belos textos literários que exprimem o drama da dor humana de um homem de fé: a fina e delicada sensibilidade de Jeremias como que se revolta, chega ao paroxismo e desata em doridos desabafos que se devem entender não como gritos de revolta, mas como queixumes ditados pela confiança e abandono nas mãos do Senhor. Deste texto depreende-se claramente a sobrenaturalidade da sua vocação profética: se este carisma fosse algo de imanente, não faria sentido que se queixasse a Deus de o ter seduzido – «Vós me seduziste, Senhor» (v. 7) – e de não conseguir dominar o impulso interior que o levava a profetizar: «mas havia no meu coração um fogo ardente… Procurava contê-lo, mas não podia» (v. 9). Pelas provações que teve de sofrer, o profeta celibatário, é considerado como uma figura de Cristo, casto e sofredor.

A notável obra do profeta de Anatot encontra-se muito desordenada, sem uma sequência natural, em parte ter sido mandada queimar pelo rei Joaquim; os seus oráculos, postos por escrito pelo seu secretário Baruc, foram recolhidos de modo muito disperso, como é fácil de verificar. As confissões de Jeremias encontram-se em: Jer 11, 18 – 12, 6; 15, 10-21; 17, 14-18; 18, 18-23; 20, 7-18.

Salmo Responsorial

Sl 62 (63), 2.3-4.5-6.8-9 (R. 2b)

Monição: Como filhos protegidos de Deus, bendigamos ao Senhor.

Refrão: A MINHA ALMA TEM SEDE DE VÓS, MEU DEUS.

Senhor, sois o meu Deus: desde a aurora Vos procuro.

A minha alma tem sede de Vós.

Por Vós suspiro,

como terra árida, sequiosa, sem água.

Quero contemplar-Vos no santuário,

para ver o vosso poder e a vossa glória.

A vossa graça vale mais do que a vida;

por isso, os meus lábios hão-de cantar-Vos louvores.

Assim Vos bendirei toda a minha vida

e em vosso louvor levantarei as mãos.

Serei saciado com saborosos manjares,

e com vozes de júbilo Vos louvarei.

Porque Vos tornastes o meu refúgio,

exulto à sombra das vossas asas.

Unido a Vós estou, Senhor,

a vossa mão me serve de amparo.

Segunda Leitura

Monição: A segunda leitura convida os cristãos a oferecerem toda a sua existência de cada dia a Deus. Paulo garante que é esse o sacrifício que Deus prefere. O que é que significa oferecer a Deus toda a existência? Significa, de acordo com Paulo, não nos conformarmos com a lógica do mundo, aprendermos a discernir os planos de Deus e a viver em consequência.

Romanos 12, 1-2

1Peço-vos, irmãos, pela misericórdia de Deus, que vos ofereçais a vós mesmos como vítima santa, viva, agradável a Deus, como culto racional. 2Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos, pela renovação espiritual da vossa mente, para saberdes discernir, segundo a vontade de Deus, o que é bom, o que Lhe é agradável, o que é perfeito.

Aqui S. Paulo começa a parte moral ou exortatória (12 – 15) da sua epístola, com a energia própria da sua autoridade de Apóstolo dos gentios. Foram precisamente estas palavras que deram ao pecador Agostinho para a sua conversão definitiva (Confissões).

1 «Vos ofereçais a vós mesmos como vítima…». Este apelo, com que S. Paulo inicia a parte moral ou parenética da epístola, está em perfeita consonância com aquele de S. Pedro (cf. 1 Pe 2, 5): pode-se ver aqui uma bela exortação a exercitarmos a alma sacerdotal vivendo o «culto racional», isto é, espiritual, de que fala; é um obséquio da mente a Deus, próprio do sacerdócio baptismal, comum a todos os fiéis. «A vós mesmos», à letra, «os vossos corpos», não no sentido de «o organismo físico do corpo humano», mas no sentido de «a própria pessoa», como neste caso e noutros se entende o termo sôma.

2 «Não vos conformeis com este mundo», isto é, o mundo em oposição aos planos de Deus, não propriamente as realidades mundanas, mas o «mundanismo», que a 1ª de João sintetiza em «concupiscência da carne, concupiscência dos olhos e estilo de vida orgulhoso» (1 Jo 2, 16). Conformar-se com este mundo é amoldar-se ao estilo de vida mundana, adoptar a sua escala de valores.

Aclamação ao Evangelho

Ef 1, 17-18

Monição: No Evangelho, Jesus avisa os discípulos de que o caminho da vida verdadeira não passa pelos triunfos e êxitos humanos, mas passa pelo amor e pelo dom da vida (até à morte, se for necessário). Jesus vai percorrer esse caminho; e quem quiser ser seu discípulo tem de aceitar percorrer um caminho semelhante.

ALELUIA

Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo,

ilumine os olhos do nosso coração,

para sabermos a que esperança fomos chamados.

Evangelho

São Mateus 16, 21-27

Naquele tempo, 21Jesus começou a explicar aos seus discípulos que tinha de ir a Jerusalém e sofrer muito da parte dos anciãos, dos príncipes dos sacerdotes e dos escribas; que tinha de ser morto e ressuscitar ao terceiro dia. 22Pedro, tomando-O à parte, começou a contestá-l’O, dizendo: «Deus Te livre de tal, Senhor! Isso não há-de acontecer!» 23Jesus voltou-Se para Pedro e disse-lhe: «Vai-te daqui, Satanás. Tu és para mim uma ocasião de escândalo, pois não tens em vista as coisas de Deus, mas dos homens». 24Jesus disse então aos seus discípulos: «Se alguém quiser seguir-Me, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me. 25Porque, quem quiser salvar a sua vida há-de perdê-la; mas quem perder a sua vida por minha causa, há-de encontrá-la. 26Na verdade, que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua vida? Que poderá dar o homem em troca da sua vida? 27O Filho do homem há-de vir na glória de seu Pai, com os seus Anjos, e então dará a cada um segundo as suas obras».

Aqui começa o que se pode considerar a 2ª parte do ministério de Jesus, em que Ele é apresentado em Mateus a caminho de Jerusalém (Mt 16, 21 – 20, 34), que é o caminho da Cruz, uma dura realidade que Ele «começou a explicar» (v. 21), depois que estavam suficientemente seguros de que Jesus era o Messias (cf. Mt 16, 16).

23 «Vai-te daqui, Satanás». Pedro faz o mesmo papel do diabo, ao tentar desviar Jesus da sua missão, por isso ouve a mesma resposta (cf. Mt 4, 10). E ouve estas duras palavras, depois de, pouco antes, ter sido proclamado «bem-aventurado» (Mt 16. 17); então, tinha-se deixado mover pelo espírito de Deus; e agora, pelo seu próprio espírito.

24-27 Esta passagem evangélica, em termos fortemente paradoxais – um recurso semítico frequente em Jesus para chamar a atenção para um ensinamento importante e a não esquecer –, é uma daquelas que todos os cristãos deviam saber de cor, a par com as outras fórmulas do catecismo (cf. Cathechesi tradendæ). Aceitar e abraçar a cruz é fundamental para o homem alcançar a salvação: para viver é preciso morrer. O fim do homem é o próprio Deus, não é gozar dos bens deste mundo, que são puros meios. Para se chegar a Deus é preciso renegar-se a si mesmo, renunciando ao comodismo, egoísmo, apego aos bens terrenos, e «tomar a sua cruz», abraçando os sacrifícios que acarreta o dever bem cumprido. Na expressão do Catecismo da Igreja Católica, no nº 2015: «O caminho da perfeição passa pela Cruz. Não há santidade sem renúncia e combate espiritual. O progresso espiritual implica a ascese e a mortificação, que conduzem gradualmente a viver na paz e na alegria das bem-aventuranças».

Sugestões para a homilia

Seduzido por Deus

Renovação interior

Seguimento até à cruz

Dimensão profética do baptismo

A liturgia de hoje centra a atenção sobre as consequências dolorosas do ministério profético e do seguimento de Jesus. Tanto Jeremias como Mateus chamam a atenção sobre o conflito que o profeta e também Jesus devem enfrentar.

Seduzido por Deus

A experiência do exílio marcou a vida do povo de Israel. Foi um momento muito doloroso que exigiu traçar sua fé no Deus da Aliança. Nesse marco histórico encontra-se o Profeta Jeremias. Esta passagem põe em destaque o clamor do profeta porque Deus o seduziu e o forçou, foi objecto de zombaria de todos e a palavra foi motivo de dor e desprezo. Por isso o profeta quis escapar da missão, mas a Palavra foi mais forte e, praticamente, o venceu.

A maioria dos profetas bíblicos sofreu experiências similares às de Jeremias. São rechaçados pelos próprios irmãos e pelas autoridades correspondentes. Muitos deles sofreram a morte ou o desterro. No entanto, a fidelidade a Deus e a seu Povo foi mais forte que sua própria segurança e bem-estar. A Palavra de Deus age no profeta como um fogo abrasador que não o deixa tranquilo e o mantém sempre alerta no cumprimento de sua missão.

Renovação interior

A segunda leitura, da carta de Paulo aos cristãos de Roma, utiliza uma linguagem imperativa. S. Paulo fala-lhes não só como irmão na fé, mas com a autoridade de Apóstolo. Convida-os a fazer do seu corpo uma oferenda permanente a Deus. O verdadeiro culto não é o que se reduz a ritos externos, mas o que procede de uma vida recta e transparente. O corpo, veículo da vida interior, deve ser um canto de louvor e gratidão a Deus. Nisto consiste a conversão para Paulo: numa vida totalmente transformada pelo Espírito de Deus, na mudança de mentalidade, de valores, de horizonte. Só assim se poderão ter critérios de discernimento para buscar, encontrar e realizar a vontade de Deus.

Seguimento até à cruz

No Evangelho encontramos um belo esquema catequético sobre o seguimento de Jesus até a cruz. Jesus manifesta aos seus discípulos que o caminho da ressurreição está estritamente vinculado a experiência dolorosa da cruz. O núcleo principal é o primeiro anúncio da paixão. No entanto, os discípulos, simbolizados pela pessoa de Pedro, não compreenderam esta realidade. Estão convencidos do messianismo glorioso de Jesus que se coloca dentro das expectativas messiânicas do momento. Jesus recusa enfaticamente esta proposta, pois a vontade do Pai não coincide com a expectativa de Pedro e dos discípulos.

Os discípulos são convidados pelo Mestre a continuarem seu caminho porque ainda não alcançaram a maturidade própria de discípulos. Imediatamente Jesus dirige-se a todos eles para assinalar que o caminho do seguimento também abarca a cruz. Não existe verdadeiro discipulado se não se assume o mesmo caminho do Mestre. O anúncio do evangelho traz consigo perseguição e sofrimento. Tomar a cruz significa participar na morte e ressurreição de Jesus. Perder a vida por causa de Jesus habilita o discípulo para alcançá-la em plenitude junto de Deus.

Dimensão profética do baptismo

No Baptismo fomos consagrados sacerdotes e reis. Portanto a dimensão profética de nossa fé é intrínseca à consagração baptismal. Hoje não podemos prescindir da dimensão profética no seguimento de Jesus. E sabemos que as consequências do profetismo, vinculado estreitamente à missão evangelizadora, são a oposição, a perseguição, o desprezo e o martírio. Muitos homens e mulheres em distintas partes do mundo perderam a vida pela fé e pela defesa dos valores evangélicos. Se quisermos seguir a Jesus na fidelidade deveremos enfrentar muitas contradições, caminhar em contramão daquilo que propõe a ordem estabelecida, a cultura dominante e a globalização do mercado – que não é outra coisa senão a globalização da exclusão.

Desejaríamos viver um cristianismo cómodo, sem sobressaltos, sem conflitos. Mas Jesus é claro no seu convite: é preciso tomar sua cruz, arriscar a vida, perder os privilégios e seguranças oferecidos pela sociedade se quisermos ser fiéis ao Evangelho.

Como vivemos na nossa família e na comunidade cristã a dimensão profética do nosso baptismo? Estamos dispostos a correr os riscos exigidos pelo seguimento de Jesus?

LITURGIA EUCARÍSTICA

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS: Santificai, Senhor, a oferta que Vos apresentamos e realizai em nós, com o poder da vossa graça, a redenção que celebramos nestes mistérios. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

SANTO

Monição da Comunhão

Felizes somos nós quando reconhecemos em Cristo o Messias, o Filho de Deus Vivo, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

Salmo 30, 20

ANTÍFONA DA COMUNHÃO: Como é grande, Senhor, a vossa bondade para aqueles que Vos servem!

Ou

Mt 5, 9-10

Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus. Bem-aventurados os perseguidos por amor da justiça, porque deles é o reino dos céus.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO: Senhor, que nos alimentastes com o pão da mesa celeste, fazei que esta fonte de caridade fortaleça os nossos corações e nos leve a servir-Vos nos nossos irmãos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

RITOS FINAIS

Monição final

Hoje fomos convidados a «tomar a cruz»? É amar até às últimas consequências, até à morte. O seguidor de Jesus é aquele que está disposto a dar a vida para que os seus irmãos sejam mais livres e mais felizes. Por isso, o cristão não tem medo de lutar contra a injustiça, a exploração, a miséria, o pecado. Sabe que em Cristo encontra a verdadeira e duradoura felicidade.

HOMILIAS FERIAIS

22ª SEMANA

2ª Feira, 1-IX: S. Beatriz da Silva: A Boa nova de Cristo crucificado.

Cor 2, 1-5 / Lc 4, 16-30

Ao ouvirem estas palavras todos, na sinagoga, ficaram furiosos. Ergueram-se então e expulsaram Jesus da cidade.

Jesus apresenta-se na sinagoga de Nazaré e explica aos seus conterrâneos a sua missão. Inaugura o anúncio da Boa Nova, citando uma passagem de Isaías (cf Ev). É mal recebido, não encontrando boas disposições nos ouvintes.

S. Paulo recorda aos Coríntios que a sua pregação da Boa Nova se apoiava em Cristo crucificado (cf Leit). Precisamos ter uma grande fé, que não se funda na sabedoria humana mas na força de Deus (cf Leit). É o que pedimos, por intercessão de S. Beatriz da Silva: buscar na terra a verdadeira sabedoria (cf Oração).

3ª Feira, 2-IX: O homem natural e o homem espiritual.

Cor 2, 10-16 / Lc 4, 31-37

Encontrava-se então na sinagoga um homem que tinha um espírito de um demónio impuro.

Nas Leituras de hoje encontramos personagens que têm três tipos de espíritos.

O primeiro é o que tem o espírito de um demónio (cf Ev), e que representa o pecador que se quer converter a Deus e tem que se libertar de Satanás e do pecado. O segundo é o homem natural (cf Leit), que não aceita o que vem de Deus, que é loucura para ele e não pode entendê-lo. E o terceiro é o homem espiritual (cf Lei), que tem o pensamento de Cristo e, a essa luz, julga todos os acontecimentos e pessoas.

4ª Feira, 3-IX: S. Gregório Magno: Superação da visão humana.

Cor 3, 1-9 / Lc 4, 38-44

Não pude falar-vos como a homens que têm o espírito de Deus, mas como a homens puramente naturais.

S. Paulo queixa-se da falta de dimensão sobrenatural dos Coríntios, pois têm uma visão demasiado humana (cf Leit).

O comportamento do Senhor indica-nos os meios para adquirirmos essa dimensão sobrenatural. Em primeiro lugar, a oração: «ao romper do dia, Jesus dirigiu-se a um sítio ermo» (Ev). Depois, o conhecimento do Evangelho: «Tenho que ir às outras cidades anunciar o reino de Deus» (Ev). Por intercessão de S. Gregório Magno pedimos a Deus o mesmo espírito de sabedoria que ele teve (cf Oração).

5ª Feira, 4-IX: Indispensável contar com Deus.

Cor 3, 18-23 / Lc 5, 1-11

(Simão): Mestre, andámos na faina toda a noite e não apanhámos nada. Mas, já que o dizes, largarei as redes.

Diz S. Paulo que a «sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus» (Leit). Assim aconteceu com os pescadores do lago de Genesaré: uma noite inteira sem apanhar nada (e eles eram os ‘sábios’ humanos da pesca) mas, com a sabedoria de Deus, apanharam uma grande quantidade de peixes.

Na nossa vida de pouco serve o esforço, o emprego exclusivo dos meios humanos. Precisamos contar sempre com a ajuda do Senhor, com a sua sabedoria.

6ª Feira, 5-IX: A recepção das graças de Deus

Cor 4, 1-5 / Lc 5, 33-39

Ninguém recorta um remendo de um vestido novo para o deitar em vestido velho.

Com esta comparação, Jesus quer recordar-nos que a nossa alma deve estar bem preparada para receber as graças e os ensinamentos de Deus. Os pecados veniais, o pouco empenho na vida espiritual, ajudam a ‘envelhecer’ a alma.

Além disso, devemos corresponder fielmente a essas graças: «O que se quer nos administradores (dos mistérios de Deus) é que cada um deles se mostre fiel» (Leit). Procuremos, por isso, ler e ouvir com mais atenção a sua Palavra e pô-la em prática quanto antes.

Sábado, 6-IX: Aprender a perdoar.

Cor 4, 6-15 / Lc 6, 1-5

Insultados, bendizemos; perseguidos, aguentamos; difamados, dizemos palavras de conforto.

Recorda S. Paulo o modo como os primeiros cristãos viviam a caridade, quando confrontados com calúnias, insultos e difamações (cf Leit). Deste modo, imitaram Jesus, que perdoou a todos e foi compreensivo com o problema das espigas (cf Ev).

Continuemos a viver o mandato do Senhor (amai-vos uns aos outros) na vida familiar, no trabalho, manifestando um sorriso de compreensão, dizendo alguma palavra amável, confortando os que sofrem, rezando pelos antipáticos, etc.

Celebração e Homilia:           NUNO WESTWOOD

Nota Exegética:                      GERALDO MORUJÃO

Homilias Feriais:                   NUNO ROMÃO

Sugestão Musical:                 DUARTE NUNO ROCHA

Facebook
Twitter
LinkedIn

Biblioteca Presbíteros