Roteiro Homilético – XVI Domingo do Tempo Comum – Ano C

RITOS INICIAIS

 

Salmo 53, 6.8

ANTÍFONA DE ENTRADA: Deus vem em meu auxílio, o Senhor sustenta a minha vida. De todo o coração Vos oferecerei sacrifícios, cantando a glória do vosso nome.

 

Introdução ao espírito da Celebração

 

A Liturgia deste Domingo lembra-nos que a oração frequente, na escuta atenta da Palavra de Deus, deve ocupar um lugar prioritário na nossa vida diária. Se o trabalho nos afasta de Deus, algo está errado. Deus criou-nos para O amarmos sobre todas as coisas e amarmos o próximo como a nós mesmos. Temos que fazer do trabalho um exercício de amor. Tudo devemos fazer para a glória de Deus.

 

ORAÇÃO COLECTA: Sede propício, Senhor, aos vossos servos e multiplicai neles os dons da vossa graça, para que, fervorosos na fé, esperança e caridade, perseverem na fiel observância dos vossos mandamentos. Por Nosso Senhor …

 

 

LITURGIA DA PALAVRA

 

Primeira Leitura

 

Monição: Abraão acolhe, no Hebron, com requintes de delicadeza, o próprio Deus que vem ao seu encontro, em forma humana, acompanhado por dois Anjos, também em forma humana. Como recompensa, o Senhor dá cumprimento à promessa que lhe fizera: dentro de um ano, Sara, sua esposa, dará à luz um filho.

 

Génesis 18, 1-10a

Naqueles dias, 1o Senhor apareceu a Abraão junto do carvalho de Mambré. Abraão estava sentado à entrada da sua tenda, no maior calor do dia. 2Ergueu os olhos e viu três homens de pé diante dele. Logo que os viu, deixou a entrada da tenda e correu ao seu encontro; prostrou-se por terra e disse: 3«Meu Senhor, se agradei aos vossos olhos, não passeis adiante sem parar em casa do vosso servo. 4Mandarei vir água, para que possais lavar os pés e descansar debaixo desta árvore. 5Vou buscar um bocado de pão, para restaurardes as forças antes de continuardes o vosso caminho, pois não foi em vão que passastes diante da casa do vosso servo». Eles responderam: «Faz como disseste». 6Abraão apressou-se a ir à tenda onde estava Sara e disse-lhe: «Toma depressa três medidas de flor da farinha, amassa-a e coze uns pães no borralho». 7Abraão correu ao rebanho e escolheu um vitelo tenro e bom e entregou-o a um servo que se apressou a prepará-lo. 8Trouxe manteiga e leite e o vitelo já pronto e colocou-o diante deles; e, enquanto comiam, ficou de pé junto deles debaixo da árvore. 9Depois eles disseram-lhe: «Onde está Sara, tua esposa?». Abraão respondeu: «Está ali na tenda». 10aE um deles disse: «Passarei novamente pela tua casa daqui a um ano e então Sara tua esposa terá um filho».

 

A Liturgia de hoje propõe-nos a hospitalidade de Abraão em função daquela outra hospitalidade das irmãs de Lázaro, também oferecida ao Senhor. Porém, à sombra do carvalho de Mambré (um pouco a Norte de Hebron), não se podia dizer, com propriedade, que Deus comia, ao passo que, quando Jesus tomava os manjares cuidadosamente preparados por Marta, era o próprio Deus que comia, em virtude do mistério da Incarnação.

2 «Viu três homens». Nesta misteriosa teofania, cujo relato fortemente antropomórfico evi­dencia a tradição javista, Deus aparece «em forma humana» não sendo reconhecido logo à primeira. O Senhor vem acompanhado de outras duas figuras, igualmente de forma humana, dois anjos, segundo adiante se diz (19, 1). Abraão tem para com os caminheiros uma magnífica hospitalidade (vv. 4-8), de estilo oriental, enquanto lhes vai reconhecendo, pouco a pouco, o carácter sobrenatural (vv. 9.13.14).

3 «Meu Senhor…» Abraão dirigia-se àquele que lhe perece ser o chefe da comitiva. Muitos Padres, fazendo uma exegese espiritual, viram aqui um prenúncio da futura revelação da SS. Trindade: é célebre a frase de Santo Hilário «tres vidit et unum adoravit» («viu três e adorou um»).

10 «Daqui a um ano», à letra, «no tempo da vida» (ka‘et hayyáh), que alguns traduzem «daqui a nove meses» (o tempo da gravidez).

 

Salmo Responsorial

Sl 14 (15), 2-3a.3cd-4ab.5 (R. 1a)

 

Monição: O Salmo Responsorial que vamos meditar é um convite à pureza evangélica, nas nossas relações com Deus e com os nossos irmãos.

 

Refrão:          QUEM HABITARÁ, SENHOR, NO VOSSO SANTUÁRIO?

 

Ou:               ENSINAI-NOS, SENHOR:

QUEM HABITARÁ EM VOSSA CASA?

 

O que vive sem mancha e pratica a justiça

e diz a verdade que tem no seu coração

e guarda a sua língua da calúnia.

 

O que não faz mal ao seu próximo,

nem ultraja o seu semelhante,

o que tem por desprezível o ímpio,

mas estima os que temem o Senhor.

 

O que não falta ao juramento mesmo em seu prejuízo

e não empresta dinheiro com usura,

nem aceita presentes para condenar o inocente.

Quem assim proceder jamais será abalado.

 

Segunda Leitura

 

Monição: S. Paulo esquece-se de si para se dar aos outros; por isso sente-se alegre, mesmo quando sofre, «completando em si próprio o que falta às tribulações de Cristo, em benefício da Igreja».

 

Colossenses 1, 24-28

Irmãos: 24Agora alegro-me com os sofrimentos que suporto por vós e completo na minha carne o que falta à paixão de Cristo, em benefício do seu corpo que é a Igreja. 25Dela me tornei ministro, em virtude do cargo que Deus me confiou a vosso respeito, isto é, anunciar em plenitude a palavra de Deus, 26o mistério que ficou oculto ao longo dos séculos e que foi agora manifestado aos seus santos. 27Deus quis dar-lhes a conhecer as riquezas e a glória deste mistério entre os gentios: Cristo no meio de vós, esperança da glória. 28E nós O anunciamos, advertindo todos os homens e instruindo-os em toda a sabedoria, a fim de os apresentarmos todos perfeitos em Cristo.

 

24 «Completo». O verbo grego (ant-ana-plêrô), sendo composto de duas preposições que lhe enriquecem o significado, é difícil de traduzir em toda a sua expressividade: «antí» encerra a ideia de «em vez de (outrem)»; «aná», a ideia de «até cima» (isto é, a transbordar). Há pois uma realidade inacabada que há que completar plenamente («até cima»). S Paulo não diz que a obra da Salvação, enquanto Redenção objectiva, não tenha sido perfeita, ou lhe falte algo para atingir o seu valor intrínseco, mas deixa ver como ele próprio tem uma missão a cumprir plenamente em benefício da Igreja, isto é, em ordem à salvação das almas, e esta missão tem de a levar a cabo «em vez de» alguém, que é Cristo, de quem se tornou «ministro» (v. 23) e «embaixador» (cf. 2 Cor 5, 20). E, neste sentido, há algo que falta à «paixão de Cristo». A palavra traduzida por «paixão» é expressa em grego por um termo que nunca aparece no Novo Testamento aplicado à Paixão de Jesus: «thlípsai» (tribulações). E que tribulações de Cristo são estas? São as que Cristo sofreu na sua vida mortal, ou as que sofrem os cristãos, membros do Corpo (místico) de Cristo? Uns, seguindo os Padres Gregos, pensam que se deve entender a expressão referida aos próprios padecimentos de Jesus, não no sentido de que tivesse faltado algo à sua Paixão para poder redimir os homens, mas no sentido de que Deus conta com o sacrifício e a colaboração dos homens para aplicar a todas as pessoas os méritos da Redenção (Redenção subjectiva), o que está de acordo com 1 Cor 3, 5-15; 4, 1-5; segundo esta opinião, S. Paulo quer dizer que é à própria Paixão de Cristo que falta a nossa quota parte (para que os seus méritos sejam aplicados). Outros, seguindo Santo Agostinho, entendem por «tribulações de Cristo» as tribulações padecidas pelos membros do seu Corpo Místico, pois a Paixão de Cristo continua-se nos membros da Igreja que sofrem em união com Cristo; em favor desta opinião está o termo grego que, como disse, nunca se aplica à Paixão de Jesus. De qualquer modo, exprime-se sempre neste texto uma realidade misteriosa e sobrenatural: é que temos uma missão a levar a cabo – completar em benefício de Igreja –, a favor da salvação de todos, «com os sofrimentos que suporto»; e esta missão é co-redentora.

 

Aclamação ao Evangelho

 Lc 8, 15

 

Monição: Ouvir a Palavra de Deus e pô-la em prática é o que há de mais importante na nossa vida. Ouçamos o que nos diz o Evangelho.

 

ALELUIA

 

Felizes os que recebem a palavra de Deus de coração sincero e generoso e produzem fruto pela perseverança.

 

 

Evangelho

 

São Lucas 10, 38-42

Naquele tempo, 38Jesus entrou em certa povoação e uma mulher chamada Marta recebeu-O em sua casa. 39Ela tinha uma irmã chamada Maria, que, sentada aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra. 40Entretanto, Marta atarefava-se com muito serviço. Interveio então e disse: «Senhor, não Te importas que minha irmã me deixe sozinha a servir? Diz-lhe que venha ajudar-me». 41O Senhor respondeu-lhe: «Marta, Marta, andas inquieta e preocupada com muitas coisas,42quando uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada».

 

38 «Entrou em certa povoação». É razoável pensar que se trata de Betânia, «aldeia de Maria e de Marta» (Jo 11, 1; 12, 1-3), situada na vertente oriental do Monte das Oliveiras, a cerca de uns 3 km a leste de Jerusalém, hoje chamada El-’azariye (isto é, a terra de Lázaro). Só S. Lucas relata este verdadeiro «idílio familiar», o que denota quanto Jesus era amigo daqueles três irmãos; o facto de omitir o nome da aldeia pode dever-se a querer evitar apresentar Jesus já em Jerusalém ainda antes de terminar a secção da «grande viagem» rumo a Jerusalém.

41 «Marta, Marta, andas inquieta e agitada…» Marta é quem recebe Jesus como verdadeira dona de casa, activa, cuidando todos os pormenores: Maria é uma «alma interior», contemplativa, silenciosa. O génio activo de Marta, obcecado pelo cuidado de preparar para Jesus um bom acolhimento, entra em choque com a aparente inactividade contemplativa da irmã e este choque toma a forma dum protesto dirigido a Jesus, que parecia favorecer a inactividade da irmã: «Senhor, não te importas…» (v. 40). Mas Jesus dá razão a Maria! A única coisa necessária é privar com o Mestre, estar atento às suas palavras. Esta única coisa necessária parece ter, pois, um sentido espiritual já na própria intenção de Jesus ao falar; não se trata de uma só coisa (para comer), como se Jesus quisesse apenas dizer: um prato chega. Alguns tradu­zem «há necessidade de poucas coisas, ou melhor, uma só»,baseados em códices de muito valor. Neste caso, nas palavras de Jesus, haveria a passagem de um sentido material – «poucas coisas» – para um sentido espiritual – «uma só». No texto original, a parte escolhida por Maria é designada como «a boa porte», o que deixa ver uma suave censura à preocupação de Marta, não porque seja reprovável preparar uma boa refeição a Jesus, mas sim o dar a este trabalho um valor exagerado, pois os seus discípulos não devem andar «inquietos» com as coisas de comer e de beber, mais do que com as coisas do Reino de Deus (cf. Lc 12, 29-31; Mt 6, 25-34).

 

Sugestões para a homilia

 

1. O trabalho feito por amor.

2. A fadiga e o cansaço no trabalho humano.

3. Buscar somente a glória de Deus.

O trabalho feito por amor.

Temos de ser santos através do trabalho ordinário, realizado com perfeição. Temos de amar a Deus e os homens, pondo amor nas coisas pequenas da jornada diária, procurando descobrir «esse algo divino que está escondido» nos pequenos pormenores.

«A vida de Jesus é inequívoca: pertence ao mundo do trabalho, reconhece e respeita o trabalho humano…Ele olha com amor o trabalho, as suas diversas manifestações, vendo em cada uma delas um aspecto particular de semelhança do homem com Deus, Criador e Pai» (João Paulo II, Laborem exercens, n.26).

«Tudo fez bem feito» (Mc. 7, 37). Estas palavras resumem bem o que foi a vida de Jesus na terra. O trabalho feito ao calor do amor de Deus faz crescer e melhorar em todas as virtudes, purificando-nos das escórias e impurezas que pouco a pouco se vão amontoando na nossa vida. O nosso trabalho deve ser feito:

– com generosidade, sem regatear tempo e esforço, enchendo as horas de trabalho intenso e bem feito. Abraão, como ouvimos na 1ª leitura, foi generoso e esforçou-se delicadamente no acolhimento dos três Personagens misteriosos que o visitaram.

– com ordem, fazendo em cada momento o que se deve fazer e estando atentos ao que se está fazendo (Cfr. Caminho 815). Jesus chama a atenção de Marta para que não esqueça outros deveres e para não andar demasiado inquieta com o seu trabalho, esquecendo Aquele para quem estava a trabalhar.

– com justiça e caridade, virtudes essenciais para santificar o trabalho.

– com audácia e fortaleza, perante o possível comportamento imoral de companheiros de trabalho.

– com mortificação e esforço. Também Jesus conheceu o cansaço e a fadiga que acompanham as tarefas diárias e experimentou a monotonia dos dias sempre iguais.

A fadiga e o cansaço no trabalho humano.

«O suor e a fadiga que o trabalho leva consigo necessariamente na condição actual da humanidade oferecem ao cristão e a cada homem, que foi chamado a seguir Cristo, a possibilidade de participar no amor à Obra da Redenção que Cristo veio realizar. Esta obra de salvação realizou-se precisamente através do sofrimento e da morte na Cruz. Suportando a fadiga do trabalho em união com Cristo crucificado por nós, o homem colabora de certo modo com o Filho de Deus na Redenção da humanidade. Mostra-se verdadeiro discípulo de Jesus, levando por sua vez a cruz de cada dia na actividade que foi chamado a realizar» (João Paulo II, Laborem exercens,n.27).

Todo o trabalho, segundo o desígnio de Deus, deve referir-se a Deus, pois trata-se de colaborar com o Criador na construção o mundo. O trabalho pode converter-se em algo «monótono» e «aborrecido», algo «sem sentido», se o último fim do mesmo é apenas a obtenção de meios económicos para o sustento próprio e da família, ou o ficar bem perante as pessoas das quais dependemos.

Também o afã profissional pode converter-se em «obsessão» o numa espécie de «droga»: trabalha-se muito, perdendo o verdadeiro sentido do trabalho, convertendo num fim aquilo que não é nem deve ser mais que um meio, arruinando-se a si mesmo e à família.

«O trabalho é somente uma possibilidade de servir a todos os homens por amor de Deus. A dignidade do trabalho está fundamentada no amor. O grande privilégio do homem é poder amar. Por isso, não devemos limitar-nos a fazer coisa, a construir objectos. O trabalho nasce do amor, manifesta-se no amor, ordena-se ao amor» (Cfr. S. Josemaria, Cristo que passa, 48).

Buscar somente a glória de Deus.

«Vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus» (Mt 6, 1).

Movidos pelo amor, seremos capazes de contemplar a Deus no nosso trabalho, santificando e santificando-nos a nós nesse trabalho. Assim, faremos de todo o nosso trabalho oração, num diálogo ininterrupto com Aquele para quem trabalhamos, oferecendo a Deus Pai todas as nossas obras em união com o Sacrifício da Cruz, que se renova sacramentalmente na Eucaristia.

Meditemos frequentemente no trabalho redentor de Jesus na sua vida oculta.

«Senhor, concede-nos a tua graça. Abre-nos as portas da oficina de Nazaré, com o fim de aprendermos a contemplar-Te a Ti, com Tua Mãe Santíssima e com o Santo Patriarca José…dedicados os três a uma vida de trabalho santo. Remover-se-ão os nossos pobres corações, buscar-Te-emos e Te encontraremos num trabalho diário, que Tu desejas que convertamos em obra de Deus, em obra de amor» (S. Josemaria, Amigos de Deus, 72).

 

 

LITURGIA EUCARÍSTICA

 

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS: Senhor, que levastes à plenitude os sacrifícios da Antiga Lei no único sacrifício de Cristo, aceitai e santificai esta oblação dos vossos fiéis, como outrora abençoastes a oblação de Abel; e fazei que os dons oferecidos em vossa honra por cada um de nós sirvam para a salvação de todos. Por Nosso Senhor…

 

SANTO

 

Monição da Comunhão

 

Comungar o Corpo e o Sangue de Jesus é penhor de salvação. Deus, na sua infinita bondade, deu-nos o seu Filho Unigénito. Quem acredita n’Ele tem a vida eterna. Só na medida em que permanecemos unidos a Ele daremos frutos de boas obras.

Para poder comungar é necessário acreditar, estar na graça de Deus e respeitar o jejum eucarístico.

Aproximemo-nos, pois, com devoção e comamos deste Pão descido do Céu.

Aprendamos com Jesus a amar e a dar a vida pelos nossos irmãos.

 

Salmo 110, 4-5

ANTÍFONA DA COMUNHÃO: O Senhor misericordioso e compassivo instituiu o memorial das suas maravilhas, deu sustento àqueles que O temem.

 

Ou

Ap 3, 20

Eu estou à porta e chamo, diz o Senhor. Se alguém ouvir a minha voz e Me abrir a porta, entrarei em sua casa, cearei com ele e ele comigo.

 

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO: Protegei, Senhor, o vosso povo que saciastes nestes divinos mistérios e fazei-nos passar da antiga condição do pecado à vida nova da graça. Por Nosso Senhor…

 

 

RITOS FINAIS

 

Monição final

 

Iluminados pela luz de Cristo, levemo-la para a nossa vida quotidiana, para que muitos possam acreditar no Amor com que Deus nos ama.

A certeza da Sua presença e da Sua graça não nos faltarão, estimulando-nos a um apostolado mais vibrante.

 

 

HOMILIAS FERIAIS

 

16ª SEMANA

 

2ª Feira, 22-VII: O sacrifício agradável a Deus.

Miq 6, 1-4. 6-8 / Mt 12, 38-42

Agradarão ao Senhor milhares de cabritos, dezenas de milhares de torrentes de azeite?

Qual o sacrifício que mais pode agradar a Deus? «Todas as actividades dos leigos, orações, iniciativas apostólicas, a sua vida conjugal e familiar, o seu trabalho de cada dia, os seus lazeres do corpo e do espírito, se forem vividos no Espírito de Deus, e até as provações da vida, se pacientemente suportadas, tudo se transforma em sacrifício espiritual, agradável a Deus, por Jesus Cristo» (CIC, 901).

Jesus lembra igualmente a boa correspondência dos habitantes de Nínive ao pedido de Jonas (Ev.): arrependeram-se e abandonaram o mal que estavam a praticar.

 

3ª Feira, 23-VII: A misericórdia e o amor de Deus.

Miq 7, 14-15. 18-20 / Mt 12, 46-50

Qual o deus semelhante a vós que tira o pecado e perdoa o delito deste resto que é o vosso domínio?

O profeta fica espantado com um Deus que é misericordioso, que perdoa os pecados (Leit). De facto, «Deus revela que é rico de misericórdia, ao ponto de entregar o seu próprio Filho» (CIC, 211). Não deixemos de agradecer a Deus, que nunca se cansa de perdoar os nossos pecados.

Também ficamos admirados por Ele querer que façamos parte da sua família: «Tornar-se discípulo de Jesus é aceitar o convite para pertencer à família de Deus, para viver em conformidade com a sua maneira de viver: ‘Todo aquele que fizer a vontade de meu Pai (Ev.)» (CIC, 2233).

 

4ª Feira, 24-VII: O anúncio do Evangelho.

Jer 1, 1. 4-10 / Mt 13, 1-9

O semeador saiu para semear. Quando semeava, caíram sementes à beira do caminho, outras caíram em sítios rochosos.

A semente, que é a palavra de Deus, tem que continuar a ser lançada à terra: «O Evangelho da esperança, entregue à Igreja e por ela assimilado, precisa ser diariamente anunciado e testemunhado» (J. Paulo II). Poderemos talvez dizer, como o profeta Jeremias, que não sabemos falar, mas Deus anima-nos: «Não tenhas receio diante deles, pois Eu estarei contigo» (Leit.).

A sementeira há-de chegar a terrenos muitos diversificados: ao campo da cultura, aos meios de comunicação social, às terras de missão, ao campo do trabalho e da vida familiar.

 

5ª Feira, 25-VII: S. Mª Madalena: Amor e perseverança na procura de Jesus.

Cant. 3, 1-4 / Jo, 20, 1. 11-18

No primeiro dia da semana, Maria de Magdala foi de manhãzinha, ainda escuro, ao túmulo do Senhor.

«Maria Madalena e as santas mulheres, que vinham para acabar de embalsamar o corpo de Jesus, as primeiras pessoas a encontrar-se com o Ressuscitado. Assim as mulheres foram as primeiras mensageiras da ressurreição de Cristo» (CIC, 641).

Imitemos S.Mª Madalena na perseverança em procurar Jesus durante o nosso dia. E também o amor com que O procurou: «A contemplação procura ‘aquele que o meu coração ama’ (Leit.), que é Jesus, e n’Ele, o Pai. Ele é procurado, porque desejá-lo é sempre o princípio do amor» (CIC, 2709).

 

6ª Feira, 26-VII: S. Brígida: O rosto espiritual da Europa.

Gal 2, 19-20 / Jo 15, 1-8

Quando alguém permanece em mim e Eu nele, esse é que dá muito fruto porque, sem mim, nada podeis fazer.

Recorramos à protecção de Santa Brígida, Padroeira da Europa, para que todos nos aproximemos mais de Deus. Lembremo-nos que «Jesus conheceu-nos e amou-nos, a todos e a cada um, durante a sua vida, a sua agonia, a sua paixão, entregando-se por cada um de nós (Leit.)» (CIC, 478).

Ajudaremos na tarefa da recristianização da Europa se estivermos muito unidos a Jesus: «Jesus fala duma comunhão ainda mais íntima entre Ele e os que O seguem (Ev.) (CIC, 787). A comunhão eucarística é um meio excelente para conseguirmos alcançar este objectivo.

 

Sábado, 27-VII: Purificação e unidade de vida.

Jer 3, 14-17 / Mt 13, 24-30

Enquanto as pessoas dormiam veio o inimigo dele, semeou, por sua vez, o joio no meio do trigo e retirou-se.

«Todos os membros da Igreja…devem reconhecer-se pecadores. Em todos eles, o joio do pecado encontra-se ainda misturado com a boa semente do Evangelho até ao fim dos tempos» (Ev.)» (CIC, 827). É necessária uma tarefa constante de purificação pelos nossos pecados.

O Senhor também se queixa daqueles que se portam mal: «Vós roubais, sacrificais ao deus Baal e, depois, vindes aqui apresentar-vos diante de mim». É indispensável que haja uma unidade de vida, para evitar este comportamento duplo.

 

 

 

 

 

 

Celebração e Homilia:          ALFREDO MELO

Nota Exegética:                     GERALDO MORUJÃO

Homilias Feriais:                    NUNO ROMÃO

Sugestão Musical:                  DUARTE NUNO ROCHA

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