Roteiro Homilético – XI Domingo do Tempo Comum – Ano C

RITOS INICIAIS

 

Salmo 26, 7.9

ANTÍFONA DE ENTRADA: Ouvi, Senhor, a voz da minha súplica. Vós sois o meu refúgio: não me abandoneis, meu Deus, meu Salvador.

 

Introdução ao espírito da Celebração

 

A celebração deste Domingo coloca a nossa inteligência e o nosso coração na grandeza da misericórdia de Deus.

Coloca-nos na verdade da nossa fragilidade e realidade de pecadores. Oferece-nos a sabedoria da humildade que permite descobrir e celebrar um encontro de salvação com Jesus Cristo, que nos liberta pela força operativa do seu amor.

Sim é maravilhosa a misericórdia de Deus em nossa vida! Em cada eucaristia, ao reconhecer-me sinceramente pecador, descubro como é grande o amor de Deus, e como sou convidado à conversão para poder responder em santidade e entrega a Deus e aos irmãos.

 

 

ORAÇÃO COLECTA: Deus misericordioso, fortaleza dos que esperam em Vós, atendei propício as nossas súplicas; e, como sem Vós nada pode a fraqueza humana, concedei-nos sempre o auxílio da vossa graça, para que as nossas vontades e acções Vos sejam agradáveis no cumprimento fiel dos vossos mandamentos. Por Nosso Senhor …

 

 

LITURGIA DA PALAVRA

 

Primeira Leitura

 

Monição: A Palavra de Deus permite que relendo a vida, sinta necessidade de conversão e de mudança de vida e atitudes.

 

Samuel 12, 7-10.13

Naqueles dias, 7disse Natã a David: «Assim fala o Senhor, Deus de Israel: Ungi-te como rei de Israel e livrei-te das mãos de Saul. 8Entreguei-te a casa do teu senhor e pus-te nos braços as suas mulheres. Dei-te a casa de Israel e de Judá e, se isto não é suficiente, dar-te-ei muito mais. 9Como ousaste desprezar a palavra do Senhor, fazendo o que é mal a seus olhos? Mataste à espada Urias, o hitita; tomaste como esposa a sua mulher, depois de o teres feito passar à espada pelos amonitas. 10Agora a espada nunca mais se afastará da tua casa, porque Me desprezaste e tomaste a mulher de Urias, o hitita, para fazeres dela tua esposa». 13Então David disse a Natã: «Pequei contra o Senhor». Natã respondeu-lhe: «O Senhor perdoou o teu pecado: Não morrerás».

 

A 1ª leitura foi escolhida, como acontece habitualmente em função do Evangelho de hoje, que fala do perdão de Jesus à pecadora. A corajosa denúncia do pecado de David – o adultério com Betsabea e o homicídio do seu marido Urias – feita pelo profeta Natã leva o rei pecador a um sincero arrependimento. Os vv. 11 e 12 são omitidos pela sua extrema dureza. A tradição judaico-cristã situa nesta ocasião o belíssimo Salmo Miserere (50/51).

 

Salmo Responsorial

Sl 31 (32), 1-2.5.7.11 (R. cf. 5c)

 

Monição: O Salmo é oração bela do pecador: reconhecer a grandeza de Deus-Amor; reconhecer a traição e o pecado; viver a consequente felicidade de ter sido perdoado; assumir vida nova.

 

Refrão:          PERDOAI, SENHOR, MINHA CULPA E MEU PECADO.

 

Feliz daquele a quem foi perdoada a culpa

e absolvido o pecado.

Feliz o homem a quem o Senhor não acusa de iniquidade

e em cujo espírito não há engano.

 

Confessei-vos o meu pecado

e não escondi a minha culpa.

Disse: Vou confessar ao Senhor a minha falta

e logo me perdoastes a culpa do pecado.

 

Vós sois o meu refúgio, defendei-me dos perigos,

fazei que à minha volta só haja hinos de vitória.

Alegrai-vos, justos, e regozijai-vos no Senhor,

exultai vós todos os que sois rectos de coração.

 

Segunda Leitura

 

Monição: Somos convidados a viver animados pela fé no Filho de Deus que nos ama e se entrega por nós. E daqui a pouco, na consagração, seremos testemunhas desse gesto de entrega e de amor.

 

Gálatas 2, 16.19-21

Irmãos: 16Sabemos que o homem não é justificado pelas obras da Lei, mas pela fé em Jesus Cristo; por isso acreditámos em Cristo Jesus, para sermos justificados pela fé em Cristo e não pelas obras da Lei, porque pelas obras da Lei ninguém é justificado. 19De facto, por meio da Lei, morri para a Lei, a fim de viver para Deus. Com Cristo estou crucificado. 20Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim. Se ainda vivo dependente de uma natureza carnal, vivo animado pela fé no Filho de Deus, que me amou e Se entregou por mim. 21Não quero tornar inútil a graça de Deus, porque, se a justificação viesse por meio da Lei, então Cristo teria morrido em vão.

 

Dos Domingos comuns 9º a 14º do ano C, temos como 2ª leitura excertos da Carta aos Gálatas. Nos últimos vv. do capítulo 2º, que hoje nos tocam, temos resumida a ideia central da Carta. S. Paulo quer desautorizar os cristãos judaizantes que tinham perturbado a comunidade, fazendo crer aos fiéis que, para se salvarem, não lhes bastava seguirem a Jesus Cristo, mas eram indispensáveis as práticas judaicas da Lei de Moisés, nomeadamente a circuncisão. A afirmação é categórica: «o homem não é justificado pelas obras da Lei, mas pela fé em Jesus Cristo» (v. 16); com efeito, se a salvação viesse por meio da Lei de Moisés, «então Cristo teria morrido em vão!» (v. 21).

19 «Por meio da Lei, morri para a Lei». Esta frase, entendida dentro do contexto, encerra uma grande profundidade de sentido. A Lei de Moisés é caduca, pois tem como fim conduzir a Cristo, e, bem entendida, leva a morrer para ela, para viver para Deus (Cristo): por meio da Lei de Cristo morre-se para a Lei de Moisés! Mais ainda: o cristão está de tal maneira unido a Cristo, que também está crucificado com Ele; estando assim satisfeitas as exigências punitivas da Lei, que exigia a morte do pecador, ele vive em Cristo já liberto das garras da Lei mosaica, já nada deve à Lei, tudo deve a Cristo.

 

Aclamação ao Evangelho             

 Jo 4, 10b

 

Monição: Fixemos o nosso olhar em Jesus: acolhe, sente-se comovido pelos gestos de amor de quem tem consciência que pecou, dá vida e dignidade a quem aceita a proposta das suas palavras, dos seus gestos de vida nova.

 

ALELUIA

 Deus amou-nos e enviou o seu Filho como vítima de expiação pelos nossos pecados.

 

 

Evangelho *

* O texto que se encontra entre parêntesis pertence à forma longa e pode omitir-se.

 

Forma longa: São Lucas 7, 36 – 8, 3;    forma breve: São Lucas 7, 36-50

Naquele tempo, 36um fariseu convidou Jesus para comer com ele. Jesus entrou em casa do fariseu e tomou lugar à mesa. 37Então, uma mulher – uma pecadora que vivia na cidade – ao saber que Ele estava à mesa em casa do fariseu, trouxe um vaso de alabastro com perfume; 38pôs-se atrás de Jesus e, chorando muito, banhava-Lhe os pés com as lágrimas e enxugava-lhos com os cabelos, beijava-os e ungia-os com o perfume. 39Ao ver isto, o fariseu que tinha convidado Jesus pensou consigo: «Se este homem fosse profeta, saberia que a mulher que O toca é uma pecadora». 40Jesus tomou a palavra e disse-lhe: «Simão, tenho uma coisa a dizer-te». Ele respondeu: «Fala, Mestre». Jesus continuou: 41«Certo credor tinha dois devedores: um devia-lhe quinhentos denários e o outro cinquenta. 42Como não tinham com que pagar, perdoou a ambos. Qual deles ficará mais seu amigo?» 43Respondeu Simão: «Aquele – suponho eu – a quem mais perdoou». Disse-lhe Jesus: «Julgaste bem». 44E voltando-Se para a mulher, disse a Simão: «Vês esta mulher? Entrei em tua casa e não Me deste água para os pés; mas ela banhou-Me os pés com as lágrimas e enxugou-os com os cabelos. 45Não Me deste o ósculo; mas ela, desde que entrei, não cessou de beijar-Me os pés. 46Não Me derramaste óleo na cabeça; mas ela ungiu-Me os pés com perfume. 47Por isso te digo: São-lhe perdoados os seus muitos pecados, porque muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama». 48Depois disse à mulher: «Os teus pecados estão perdoados». 49Então os convivas começaram a dizer entre si: «Quem é este homem, que até perdoa os pecados?» 50Mas Jesus disse à mulher: «A tua fé te salvou. Vai em paz». [8, 1Depois disso, Jesus ia caminhando por cidades e aldeias, a pregar e a anunciar a boa nova do reino de Deus. 2Acompanhavam-n’O os Doze, bem como algumas mulheres que tinham sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades. Eram Maria, chamada Madalena, de quem tinham saído sete demónios, 3Joana, mulher de Cusa, administrador de Herodes, Susana e muitas outras, que serviam Jesus com os seus bens.]

 

Não é fácil identificar quem seja esta mulher – «uma pecadora» (v. 37) – e que espécie de pecadora era ela, certamente de vida escandalosa. No Ocidente, a partir de S. Gregório Magno, foi habitualmente identificada com Maria Madalena e também com Maria de Betânia, a irmã de Lázaro, com uma única celebração litúrgica no dia 22 de Julho; no Oriente são celebradas como três pessoas diferentes em dias distintos. A nossa última reforma litúrgica, que celebra apenas a Madalena, tendo em conta a tradição oriental e exegese bíblica moderna, deixou de identificar estas figuras como sendo uma só. Com efeito, dificilmente se explica que S. Lucas, ao nomear imediatamente a seguir a este episódio o nome de Maria Madalena entre os que seguiam e serviam a Jesus (8, 2-3), não tenha dito que se tratava desta mesma pecadora; por outro lado, ao dizer que dela tinham saído sete demónios, não parece aludir a uma anterior vida pecaminosa, mas apenas à libertação de muitos males atribuídos ao demónio. A unção de Betânia, antes da Paixão, é contada por Mateus e Marcos e João diz o nome da mulher que ungiu a cabeça do Senhor (não os pés, como aqui): Maria, irmã de Lázaro; Lucas omite o relato desta unção pela sua tendência a evitar duplicados de relatos semelhantes (assim, omite a 2ª multiplicação dos pães). Lembre-se, a propósito, que em nenhuma parte do Evangelho se diz que as prostitutas seguiram Jesus, mas apenas se lê em Mt 21, 31-32, que elas creram na pregação do Baptista e que haviam de ir à frente das autoridades judaicas para o Reino de Deus. A pecadora deste relato é perdoada, mas não se diz que acompanhou Jesus. De qualquer modo, Madalena tornou-se o ícone do pecador arrependido que segue a Jesus até ao fim.

40-47 A parábola dos dois devedores, o de 500 e o de 50 denários. O denário era uma moeda romana com o valor equivalente ao salário de um dia de trabalho. Note-se que, na parábola que Jesus conta a Simão, o amor dos devedores perdoados aparece como consequência do perdão da dívida, ao passo que, nas palavras de Jesus do v. 47, o amor aparece como a causa do perdão: «a quem muito ama muito se lhe perdoa»; trata-se de uma inversão, ao estilo rabínico, discorrendo por alusões, sem se a exigência duma absoluta correspondência na comparação. Esta é a lição que Jesus quer dar: sem amor não há lugar para o perdão dos pecados; e Simão estava falto de amor, como deixa ver nos detalhes que descuidou (vv. 44-46), não obstante a sua aparente generosidade em oferecer um banquete a Jesus.

 

Sugestões para a homilia

 

Salvação operada em pessoas concretas.

Atitude de Deus.

Dinamismo do Perdão.

Salvação operada em pessoas concretas.

A Palavra de Deus deste Domingo coloca-nos diante de histórias de vida.

A primeira história é a de David. Desde as pastagens do rebanho e da unção realizada por Samuel, a vida de David é um crescendo de graça, de sucesso, de grandeza a todos os níveis. Mas é também uma história de fracasso pessoal, de pecado duro e grave, de consequências difíceis e trágicas para alguns, que estão entrelaçados neste misterioso processo.

Natã relê a David a história de amor de Deus para com ele. Diante dessa ternura, bênção e misericórdia é descoberta a profundidade da traição, do pecado.

Algo tinha permanecido em David como graça constante: a humildade! Essa atitude torna-o grande, torna-o verdadeiro, torna-o capaz de perceber a ternura de Deus e até onde chegou a sua infidelidade, torna-o capaz de descobrir o perdão de Deus! Torna-o capaz de superar a morte!

A História do Evangelho – narrada pelo Evangelista da misericórdia, dos pequeninos – é a história da vida de uma mulher pecadora. Também ela pelo poder da humildade reconhece que foi infiel, mas reconhece sobretudo que Jesus Cristo a acolhe, a reconduz à sua dignidade, lhe propõe uma vida nova e a levanta para uma nova existência.

Também a segunda Leitura reflecte a vida de São Paulo refeita em Jesus Cristo. Por isso ele reconhece que diante do amor transbordante de Deus, em Jesus Cristo, só quer viver unicamente dele e entregar-se a Ele, como Ele O fizera dando a vida por Paulo.

A história do Fariseu é também um encontro como Deus-Amor. Será que ele aprendeu a linguagem do amor, da verdade e da humildade?

Atitude de Deus.

A atitude de Deus é algo de belo e maravilhoso. Os gestos de Deus rompem em demasia a nossa miserável lógica, a nossa inteligência e a mais prodigiosa das imaginações.

Se Jesus Cristo Seu Filho, não O tivesse revelado, quão distante estaríamos de O conhecer verdadeira e intensamente, como acolhimento, misericórdia, como Aquele que refaz a vida de pessoas destroçadas pelo pecado. Que maravilhoso é o nosso Deus! Que justiça misericordiosa leva a Sua Palavra! E sobretudo que loucura encerra o amor do Seu Filho, morrendo pelos pecadores!

Diante de Deus reconhecer-se pecador é ser sensível ao seu amor que chama à conversão, à mudança, ao momento de rectificar e de fazer parar a onda de mal e de injustiça. Ele não quer a morte do pecador!

O pecador que se reconhece pobre, frágil e mostra a quantidade, intensidade e qualidade das suas más acções é alguém sensível ao Espírito Santo, que o convoca para uma renovação profunda, para amizade com Deus e para a Vida Nova.

Assim a atitude deve ser de muita gratidão a Deus, de um louvor permanente, de gratidão pela acção que a Sua graça faz em nós. E tal atitude de amor faz brotar uma vida nova, gerada na paixão e morte de Cristo, a pedir dor e arrependimento, reparação e maior compromisso pela salvação dos irmãos.

Dinamismo do Perdão.

A palavra de Deus lembra-nos quatro atitudes: a mulher do Evangelho que se sente tocada pela palavra e pela pessoa de Jesus Cristo. Em audácia descomplexada aproxima-se de Cristo e manifesta-Lhe em gestos e atitudes quão arrependida está e como não deixa perder a oportunidade de manifestar ternura, amor e audácia reparadora.

Nesta figura estão todos os que são sensíveis à presença de Jesus Cristo e n’Ele recuperam a alegria de viver, a verdade das suas vidas, reconhecendo que são pecadores, e atitudes de vida nova: lágrimas de vida renovada e contrita, perfume da vida, agora transformada, em bom odor de Cristo. Quão importante e oportuno é ser fiel à graça e não deixar passar o momento em que a salvação está bem perto de nós. Quão grandes somos quando somos humildes!

A atitude de arrependimento e conversão de David tem como ajuda a palavra do profeta. Natã tem de fazer pensar a David a suas atitudes de pecado, de injustiça, de mãos manchadas de sangue. O profeta toma a ousadia, em nome de Deus, de o fazer pensar e de o levar à verdade da sua iniquidade, e ainda o levar ao arrependimento e ao conhecimento da ternura de Deus.

Esta figura faz lembrar tantas pessoas que diante do seu pecado se fecham: escondendo-o, justificando-se e deixa andar. É preciso profetas que anunciem a conversão, que denunciem o mal, que façam frente à onda de pecado. Profetas que denunciem o pecado dos grandes, dos poderosos. Que defendam os pequeninos, suas vítimas inocentes e silenciadas.

A atitude de Paulo que relê a sua vida no encontro com Cristo e a partir de então procura viver somente de Cristo e para Cristo.

A atitude do fariseu fechado nas suas seguranças, na sua pureza. Ele nem se dá conta como põe em questão, quer Jesus Cristo quer aquela mulher. Duvida que Jesus seja Profeta e não aceita aquela mulher, porque o preconceito o cegou, e já não é capaz de ver a vida nova que Cristo faz gerar nela. A sua arrogância interior fechou-o à descoberta da fraternidade, da verdade, da fragilidade comum a todos!

Anúncio da palavra de Deus e conversão estão indissoluvelmente unidas. No fundo o êxito está em retirar as pessoas dos esquemas de pecado e reconduzi-las a Deus. E todos temos necessidade de conversão, até aqueles que estão seguros nas suas torres de pureza legal, ou nos tesouros dos seus méritos, ou nas suas posições de superior autoridade!

A humildade da resposta é força dinamizadora, porque além de quebrar e romper com um esquema de pecado, lança a pessoa na reconciliação com Deus e com os irmãos.

O perdão é algo dinâmico: ele transforma pessoas e ambientes em beleza interior, desenvolvimento, paz. Evita tragédias de grande envergadura.

Nos tempos que vivemos é necessário descobrir que Deus tem uma proposta de perdão para todos. Esse perdão que é medicinal, provoca estabilidade, paz e respeito pelas pessoas. Esse perdão é pedido como atitude para todos os que ofendem ou são ofendidos.

Se celebrarmos cada vez mais e melhor o sacramento da reconciliação levamos a vida por caminhos de santidade, que nos permite ser livres, justos, santos, irmãos e amigos.

 

 

LITURGIA EUCARÍSTICA

 

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS: Senhor nosso Deus, que pelo pão e o vinho apresentados ao vosso altar dais ao homem o alimento que o sustenta e o sacramento que o renova, fazei que nunca falte este auxílio ao nosso corpo e à nossa alma. Por Nosso Senhor …

 

SANTO

 

Monição da Comunhão

 

Comungar Jesus Cristo é participar na comunhão máxima com Deus e com os irmãos, a Igreja. Eu não o poderei fazer se a minha vida rompeu com Deus e com a Igreja, com aqueles pecados ou atitudes, que ferem gravemente a comunhão.

Comungar Jesus Cristo deve ser o sinal lógico de quem na vida, com as suas atitudes e opções, manifesta essa comunhão com Jesus Cristo e com a Sua Igreja.

 

Salmo 26, 4

ANTÍFONA DA COMUNHÃO: Uma só coisa peço ao Senhor, por ela anseio: habitar na casa do Senhor todos os dias da minha vida.

 

Ou

Jo 17.11

Pai santo, guarda no teu nome os que Me deste, para que sejam em nós confirmados na unidade, diz o Senhor.

 

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO: Fazei, Senhor, que a sagrada comunhão nos vossos mistérios, sinal da nossa união convosco, realize a unidade na vossa Igreja. Por Nosso Senhor …

 

 

RITOS FINAIS

 

Monição final

 

Conscientes de que somos discípulos de Cristo e enviados, não podemos descurar a necessidade permanente e constante de conversão, de luta pela tarefa da santidade, às vezes árdua e difícil.

Que possamos rejubilar com a transformação que o perdão de Deus nos oferece, mas também com o perdão que oferecemos aos irmãos que nos ofendem.

Que no silêncio do meu coração possa escutar a voz suave, forte e maternal de Maria: «Não ofendam mais a Nosso Senhor que já está muito ofendido».

 

 

 

HOMILIAS FERIAIS

 

 

2ª Feira, 17-VI: Uma nova mentalidade.

Reis 21, 1-16 / Mt 5, 38-42

Levaram-no então para fora da cidade, apedrejaram-no e ele morreu. Depois, mandaram dizer a Jezabel…

Um episódio de intriga, inveja e mentira, que acaba num autêntico homicídio (Leit.).

Pelo contrário, Jesus pede uma nova mentalidade no convívio com as outras pessoas. É altura de acabar com a lei de Talião: olho por olho, dente por dente. Agora deve prevalecer o amor ao próximo (Ev.), que exige capacidade de humilhação, desprendimento do próprio eu, espírito de serviço desinteressado e ajuda aos mais necessitados. E a rejeição da vingança e da ira: «Mais ainda, Cristo exige do seu discípulo que ofereça a outra face (Ev.)» (CIC, 2262).

 

3ª Feira, 18-VI: Caridade heróica.

Reis 21, 17-29 / Mt 5, 43-48

Amai os vossos inimigos e orai por aqueles que vos perseguem, para serdes filhos do vosso Pai que está nos céus.

Não e fácil seguir este conselho de Jesus (Ev.), sobretudo quando é preciso perdoar ou aceitar melhor aqueles que nos incomodam. Quando vivemos bem o amor ao próximo, ele torna-se um anúncio feliz para todas as pessoas, porque torna patente o amor de Deus, que não abandona ninguém.

O rei Acab arrependeu-se de todo o mal que tinha feito e Deus perdoou-lhe (Leit.). Se alguma vez maltratarmos alguém, sempre temos uma oportunidade de compensarmos esse mal, arrependendo-nos e pedindo desculpa.

 

4ª Feira, 19-VI: Aspectos da conversão do coração.

Reis 2, 1. 6-14 / Mt 6, 1-6. 16-18

Tu, porém, quando rezares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora a teu Pai, presente no segredo.

Ao fazermos as nossas práticas religiosas, o Senhor pede-nos que as vivamos com rectidão de intenção (Ev.). É, pois, importante, que haja uma conversão do nosso interior: «Jesus insiste na conversão do coração desde o sermão da Montanha: a reconciliação com o irmão antes de apresentar a oferta no altar; o amor dos inimigos; orar ao Pai ‘no segredo’ (Ev.)» (CIC, 2608).

Eliseu não pediu a Elias muitos bens, mas sim o espírito com que ele vivia: «Que eu possa herdar uma dupla porção do teu espírito» (Leit.).

 

5ª Feira, 20-VI: A força que vem da oração.

Sir 48, 1-15 / Mt 6, 7-15

Quando orardes, não digais muitas palavras como os pagãos. Orai, pois, deste modo: Pai-nosso, que estais nos céus…

Pai-nosso reúne, em poucas palavras o que podemos pedir a Deus: «Depois de nos termos posto na presença de Deus, nosso Pai, para o adorarmos, amarmos e bendizermos, o Espírito filial faz brotar dos nossos corações sete petições, que são sete bênçãos. As três primeiras, mais teologais, atraem-nos para a glória do Pai; as quatro últimas, como caminhos para Ele, expõem a nossa miséria à sua graça» (CIC, 2803).

Elias realizou grandes prodígios, graças à sua oração, e foi levado para o céu num carro de fogo (Leit.). Graças ao espírito herdado de Elias, para Eliseu nada era difícil, tendo realizado grandes prodígios (Leit.).

 

 

6ª Feira, 21-VI: Qual é o nosso tesouro?

Reis 11, 1-4. 9-18. 20 / Mt 6, 19-23

Onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração.

coração é, em sentido bíblico, o fundo do ser (as entranhas), em que a pessoa se decide ou não por Deus (CIC, 368). O tesouro é o próprio Deus: «O Doador é mais precioso do que o dom concedido, é o tesouro, e é n’Ele que está o coração do Filho; o dom é dado por acréscimo (Ev.)» (CIC, 2604). É o que manifestamos no Prefácio: «O nosso coração está em Deus».

Jóiada, o sacerdote, tinha o coração em Deus e no seu povo e conseguiu estabelecer uma aliança com Deus, o rei e o povo, e todos ficaram cheios de alegria e de paz (Leit.).

 

Sábado, 22-VI: A Providência e as fraquezas.

Cron 24, 17-25 / Mt 6, 24-34

Não vos inquieteis como dia de amanhã, que esse dia tratará das suas inquietações.

A filiação divina conduz-nos a um abandono na Providência: «Nós acreditamos que a Omnipotência é universal; amorosa; misteriosa, porque só a fé pode descobrir quando Ele actuará plenamente na fraqueza» (CIC, 268). AProvidência aplica-se também ao tempo: «O ensinamento de Jesus sobre a oração ao nosso Pai está na mesma linha que o ensino sobre a Providência: o tempo está nas mãos do Pai: é no presente que nós o encontramos; não ontem nem amanhã, mas hoje» (CIC, 2659).

Descontente com as idolatrias, Zacarias, cheio do Espírito Santo, disse: «Uma vez que abandonastes o Senhor, também Ele vai abandonar-vos» (Leit.).

 

 

 

 

 

 

Celebração e Homilia:          ARMANDO R. DIAS

Nota Exegética:                     GERALDO MORUJÃO

Homilias Feriais:                    NUNO ROMÃO

Sugestão Musical:                  DUARTE NUNO ROCHA

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