Roteiro Homilético – Vigília Pascal – Ano A

 

Vigília pascal na Noite Santa

 

Segundo uma antiquíssima tradição, esta é uma noite de vigília em nome do Senhor (Ex 12, 42), noite que os fiéis celebram, segundo a recomendação do Evangelho (Lc 12, 35 ss.), de lâmpadas acesas na mão, à semelhança dos servos que esperam o Senhor, para que, quando Ele vier, os encontre vigilantes e os faça sentar à sua mesa.

A Vigília desta noite ordena-se deste modo: depois de um breve lucernário (primeira parte), a santa Igreja medita nas maravilhas que o Senhor, desde o princípio dos tempos, realizou em favor do seu povo confiante na sua palavra e na sua promessa (segunda parte: liturgia da palavra), até ao momento em que, ao despontar o dia da ressurreição, juntamente com os novos membros renascidos pelo Baptismo (terceira parte), é convidada para a mesa que o Senhor, com a sua morte e ressurreição, preparou para o seu povo (quarta parte).

Toda a celebração da Vigília Pascal se realiza de noite, isto é, não se pode iniciar antes do anoitecer do Sábado e deve terminar antes do amanhecer do Domingo.

A Missa da Vigília Pascal, ainda que termine antes da meia noite, é a Missa pascal do Domingo da Ressurreição. Quem participar nesta Missa pode comungar de novo na segunda Missa da Páscoa.

Quem celebrar ou concelebrar a Missa da Vigília pode celebrar ou concelebrar de novo na segunda Missa da Páscoa.

O sacerdote e os ministros revestem-se, desde o princípio, com paramentos brancos, como para a Missa.

Preparam-se velas para todos os que tomam parte na Vigília.

 

 

SOLENE INÍCIO DA VIGÍLIA OU LUCERNÁRIO

 

 

Introdução ao espírito da Celebração

 

Irmãos, nesta noite Santíssima, em que Nosso senhor Jesus Cristo passou da morte à vida, a Igreja convida todos os seus filhos a reunir-se em vigília de oração, para celebrar a maior de todas as vigílias.

Começamos com a bênção e aclamação do Círio Pascal, que simboliza a nova Luz que em Cristo ressuscitado brilhou para todos os homens.

Seguir-se-á a Proclamação da Palavra de Deus, na qual contemplamos e revivemos a história de amor de Deus para a salvação do mundo.

Uma terceira parte da Vigília consiste na Bênção da água do Baptismo que nos sintoniza com a Ressurreição de Cristo.

Finalmente, na quarta parte, teremos a celebração da Eucaristia da Ressurreição.

 

Bênção do fogo

 

As luzes da igreja devem estar apagadas.

Fora da igreja, em lugar apropriado, acende-se o lume. Reunido o povo nesse lugar, o sacerdote aproxima-se, acompanhado dos ministros, um dos quais leva o círio pascal.

 

Monição: Ao iniciar esta celebração pascal, procede-se à bênção do lume novo. Significa que Cristo é a Luz que brilhou nas trevas. Deixou-se apagar pela Sua morte, mas pela sua Ressurreição brilhou de novo para nunca mais morrer.

 

Onde não for possível acender o fogo fora da igreja, o rito será como se indica no n. 13.

O sacerdote saúda o povo na forma habitual e faz uma breve admonição sobre o significado desta vigília nocturna, com estas palavras ou outras semelhantes:

 

Caríssimos irmãos:

Nesta noite santíssima, em que Nosso Senhor Jesus Cristo passou da morte à vida, a Igreja convida os seus filhos, dispersos pelo mundo, a reunirem-se em vigília e oração. Vamos comemorar a Páscoa do Senhor, ouvindo a sua palavra e celebrando os seus mistérios, na esperança de participar no seu triunfo sobre a morte e de viver com Ele para sempre junto de Deus.

 

Em seguida, benze-se o fogo:

 

Oremos.

Senhor, que por meio do vosso Filho destes aos homens a claridade da vossa luz, santificai este lume novo e concedei-nos que a celebração das festas pascais acenda em nós o desejo do céu, para merecermos chegar com a alma purificada às festas da luz eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

Do fogo novo acende-se o círio pascal.

 

Preparação do Círio

 

Se a mentalidade do povo o aconselhar, pode ser oportuno realçar a dignidade e o significado do círio pascal mediante alguns símbolos. Isto pode fazer-se do seguinte modo:

Depois da bênção do lume novo, um acólito ou um dos ministros apresenta o círio pascal ao celebrante, o qual, com um estilete, grava no círio uma cruz; depois grava a letra grega Alfa por cima da cruz e a letra grega Ómega por debaixo e, entre os braços da cruz, grava os quatro algarismos do ano corrente. Enquanto grava estes símbolos, diz:

 

1. Cristo, ontem e hoje

Grava a haste vertical da cruz.

 

2. Princípio e fim

Grava a haste horizontal da cruz.

 

3. Alfa

Grava o Alfa por cima da haste vertical.

 

4. e Ómega.

Grava o Ómega por debaixo da haste vertical.

 

5. A Ele pertence o tempo

Grava no ângulo superior esquerdo o primeiro algarismo do ano corrente.

 

6. e a eternidade.

Grava no ângulo superior direito o segundo algarismo do ano corrente.

 

7. A Ele a glória e o poder

Grava no ângulo inferior esquerdo o terceiro algarismo do ano corrente.

 

8. para sempre. Amen.

Grava no ângulo inferior direito o quarto algarismo do ano corrente.

 

Depois de ter gravado a cruz e os outros símbolos, o sacerdote pode colocar no círio cinco grãos de incenso, em forma de cruz, dizendo:

 

1. Pelas Suas chagas                                                   1

2. santas e gloriosas,

3. nos proteja                                                    4       2       5

4. e nos guarde

5. Cristo Senhor. Amen.                                             3

 

O sacerdote acende do lume novo o círio pascal, dizendo:

A luz de Cristo gloriosamente ressuscitado nos dissipe as trevas do coração e do espírito.

 

Estes elementos podem ser utilizados, no todo ou em parte, conforme as circunstâncias pastorais do ambiente e do lugar. Entretanto, as Conferências Episcopais também podem determinar outras formas mais adaptadas à índole dos povos.

Quando, por justas razões, não se acende o fogo, a bênção do lume será adaptada convenientemente às circunstâncias. Reunido o povo na igreja, o sacerdote dirige-se para a porta da igreja, acompanhado dos ministros com o círio pascal. O povo, na medida do possível, volta-se para o sacerdote.

Feita a saudação e a admonição, como acima no n. 8, procede-se à bênção do lume (n. 9) e, se parecer oportuno, prepara-se e acende-se o círio (nn.10-12).

 

Procissão

 

Monição: A solene procissão do Círio Pascal lembra-nos que Cristo Ressuscitado é verdadeiramente a coluna luminosa que nos guia para a Jerusalém Celeste.

 

O diácono, ou, na falta dele, o sacerdote, toma o círio pascal e, levantando-o, canta sozinho:

 

V. A luz de Cristo.     Lumen Christi

R. Graças a Deus.    Deo gratias

 

As Conferências Episcopais podem estabelecer uma aclamação mais solene.

Dirigem-se todos para a igreja, indo à frente o diácono com o círio pascal. Se se usa o incenso, o turiferário, com o turíbulo aceso, vai à frente do diácono.

À porta da igreja, o diácono pára e, levantando o círio, canta pela segunda vez:

 

V. A luz de Cristo.     Lumen Christi

R. Graças a Deus.    Deo gratias

 

Acendem então as velas do lume do círio pascal. A procissão continua; e, ao chegar junto do altar, o diácono, voltado para o povo, canta pela terceira vez:

 

V. A luz de Cristo.     Lumen Christi.

R. Graças a Deus.    Deo gratias.

 

 

E acendem-se as luzes da igreja (mas não as velas do altar: cf. n. 31).

 

PRECÓNIO PASCAL

 

Monição: Diante do Círio Pascal, sinal da presença gloriosa de Jesus Cristo, a Igreja entoa um hino triunfal, em que se juntam os Anjos, a Terra Inteira, a Igreja Universal e se celebra a libertação do primitivo Povo de Deus ao sair do Egipto, de noite, e a libertação de Jesus do sepulcro na noite de Páscoa, assim como a nossa passagem do pecado à graça e, finalmente, da Humanidade resgatada para a Luz eterna. Será a Páscoa eterna.

 

 

Ao chegar ao altar, o sacerdote dirige-se para a sua cadeira. O diácono coloca o círio pascal no respectivo candelabro, preparado no meio do presbitério ou junto ao ambão. Em seguida, se se usa incenso, faz-se como para o Evangelho na Missa: o diácono pede a bênção ao sacerdote, que diz em voz baixa:

 

V. O Senhor esteja no teu coração e nos teus lábios, para anunciares dignamente o seu precónio pascal. Em nome do Pai e do Filho + e do Espírito Santo.

R. Amen.

 

Se o precónio é cantado por outro que não seja diácono, omite-se esta bênção.

O diácono, ou, na sua falta, o sacerdote, depois de incensar o livro e o círio (se se usa o incenso), proclama o precónio pascal no ambão ou no púlpito, conservando-se todos de pé, com as velas acesas na mão.

O precónio pascal pode ser proclamado, se for necessário, por um cantor que não seja diácono. Nesse caso, omitirá as palavras Quapropter astantes vos (E vós, irmãos caríssimos) até ao fim do invitatório, bem como a saudação Dominus vobiscum (O Senhor esteja convosco).

O precónio pode ser cantado na forma mais breve.

Além disso, as Conferências Episcopais podem introduzir no precónio certas aclamações para serem ditas pelo povo.

As aclamações previstas pela Conferência Episcopal Portuguesa para se intercalarem no precónio pascal:

a. A luz de Cristo venceu as trevas da noite.

b. Cristo venceu o pecado e a morte.

c. Glória ao Senhor.

 

Exulte de alegria a multidão dos Anjos, exultem as assembleias celestes, ressoem hinos de glória para anunciar o triunfo de tão grande Rei. Rejubile também a terra, inundada por tão grande claridade, porque a luz de Cristo, o Rei eterno, dissipa as trevas de todo o mundo.

Alegre-se a Igreja, nossa mãe, adornada com os fulgores de tão grande luz, e ressoem neste templo as aclamações do povo de Deus.

[E vós, irmãos caríssimos, aqui reunidos para celebrar o esplendor admirável desta luz, invocai comigo a misericórdia de Deus omnipotente, para que, tendo-Se Ele dignado, sem mérito algum da minha parte, admitir-me no número dos seus ministros, infunda em mim a claridade da sua luz, para que possa celebrar dignamente os louvores deste círio] .

 

 

[V. O Senhor esteja convosco.

R. Ele está no meio de nós.]

 

V. Corações ao alto.

R. O nosso coração está em Deus.

 

V. Dêmos graças ao Senhor nosso Deus.

R. É nosso dever, é nossa salvação.

 

É verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação proclamar com todo o fervor da alma e toda a nossa voz os louvores de Deus invisível, Pai omnipotente, e do seu Filho Unigénito, Jesus Cristo, nosso Senhor.

Ele pagou por nós ao eterno Pai a dívida por Adão contraída e com seu Sangue precioso apagou a condenação do antigo pecado.

 

Celebramos hoje as festas da Páscoa, em que é imolado o verdadeiro Cordeiro, cujo Sangue consagra as portas dos fiéis.

 

Esta é a noite, em que libertastes do cativeiro do Egipto os filhos de Israel, nossos pais, e os fizestes atravessar a pé enxuto o Mar Vermelho.

 

Esta é a noite, em que a coluna de fogo dissipou as trevas do pecado.

Esta é a noite, que liberta das trevas do pecado e da corrupção do mundo aqueles que hoje por toda a terra crêem em Cristo, noite que os restitui à graça e os reúne na comunhão dos Santos.

Esta é a noite, em que Cristo, quebrando as cadeias da morte, Se levanta vitorioso do túmulo. De nada nos serviria ter nascido, se não tivéssemos sido resgatados.

 

Oh admirável condescendência da vossa graça! Oh incomparável predilecção do vosso amor! Para resgatar o escravo, entregastes o Filho.

Oh necessário pecado de Adão, que foi destruído pela morte de Cristo! Oh ditosa culpa, que nos mereceu tão grande Redentor!

Oh noite bendita, única a ter conhecimento do tempo e da hora em que Cristo ressuscitou do sepulcro!

Esta é a noite, da qual está escrito: A noite brilha como o dia e a escuridão é clara como a luz.

Esta noite santa afugenta os crimes, lava as culpas; restitui a inocência aos pecadores, dá alegria aos tristes; derruba os poderosos, dissipa os ódios, estabelece a concórdia e a paz.

Nesta noite de graça, aceitai, Pai santo, este sacrifício vespertino de louvor, que, na solene oblação deste círio, pelas mãos dos seus ministros Vos apresenta a santa Igreja.

Agora conhecemos o sinal glorioso desta coluna de cera, que uma chama de fogo acende em honra de Deus: esta chama que, ao repartir o seu esplendor, não diminui a sua luz; esta chama que se alimenta de cera, produzida pelo trabalho das abelhas, para formar este precioso luzeiro.

 

Oh noite ditosa, em que o céu se une à terra, em que o homem se encontra com Deus!

 

Nós Vos pedimos, Senhor, que este círio, consagrado ao vosso nome, arda incessantemente para dissipar as trevas da noite; e, subindo para Vós, como suave perfume, junte a sua claridade à das estrelas do céu. Que ele brilhe ainda quando se levantar o astro da manhã, aquele astro que não tem ocaso: Jesus Cristo vosso Filho, que, ressuscitando de entre os mortos, iluminou o género humano com a sua luz e a sua paz e vive glorioso pelos séculos dos séculos.

 

R. Amen.

 

 

LITURGIA DA PALAVRA

 

Nesta Vigília, mãe de todas as vigílias, propõem-se nove leituras: sete do Antigo Testamento e duas (Epístola e Evangelho) do Novo Testamento.

Por motivos de ordem pastoral, pode reduzir-se o número de leituras do Antigo Testamento. Mas tenha-se sempre em conta que a leitura da palavra de Deus é parte fundamental desta Vigília Pascal. Lêem-se pelo menos três leituras do Antigo Testamento, ou, em casos muito especiais, pelo menos duas. Nunca se deve omitir a leitura do cap. 14 do Êxodo.

Todos os presentes apagam as suas velas e se sentam. Antes de se iniciarem as leituras, o sacerdote dirige ao povo uma breve admonição, com estas palavras ou outras semelhantes:

 

Irmãos caríssimos:

Depois de iniciarmos solenemente esta Vigília, ouçamos agora, de coração tranquilo, a palavra de Deus. Meditemos como Deus outrora salvou o seu povo e como, na plenitude dos tempos, enviou Jesus Cristo, nosso Salvador. Oremos para que Deus realize esta obra pascal de salvação e seja consumada a redenção do mundo.

 

Seguem-se as leituras. O leitor vai ao ambão e faz a primeira leitura. Seguidamente o salmista ou cantor diz o salmo, a que o povo responde com o refrão. Depois todos se levantam; o sacerdote diz Oremos e todos oram em silêncio durante alguns momentos; o sacerdote diz então a oração colecta.

Em vez do salmo responsorial, pode guardar-se um tempo de silêncio sagrado; neste caso, omite-se a pausa depois do Oremos.

 

 

Monição às leituras do Antigo Testamento

 

Depois de proclamado o Precónio Pascal, a Igreja convida-nos a escutar atentamente a Palavra de Deus. Começando pelo Antigo Testamento, as leituras bíblicas vão-nos recordar uma vez mais a presença fiel de Deus junto dos homens, com os quais constrói a História da Salvação. Deus, desejando a redenção de toda a humanidade, começou por escolher um povo, com quem estabeleceu uma Aliança e a quem fez as Suas promessas, as quais se foram realizando ao longo dos tempos até atingir a plenitude em Jesus Cristo.

 

Primeira Leitura*

 

Monição: Deus tudo criou por amor. O seu amor está patente na ordem, na beleza e na sabedoria com que fez todas as coisas, visíveis e invisíveis.

 

* O texto que está entre parêntesis pertence à forma longa e pode ser omitido

 

Forma longa: Génesis 1, 1 – 2, 2         Forma breve: Génesis 1, 1.26-31a

No princípio, Deus criou o céu e a terra. [A terra estava deserta e vazia, as trevas cobriam a superfície do abismo e o espírito de Deus pairava sobre as águas. Disse Deus: «Faça-se a luz». E a luz apareceu. Deus viu que a luz era boa, e separou a luz das trevas. Deus chamou ‘dia’ à luz e ‘noite’ às trevas. Veio a tarde e, em seguida, a manhã: era o primeiro dia. Disse Deus: «Haja um firmamento no meio das águas, para as manter separadas umas das outras». Deus fez o firmamento e separou as águas que estavam debaixo do firmamento das águas que estavam por cima dele. E ao firmamento chamou ‘céu’. Veio a tarde e, em seguida, a manhã: foi o segundo dia. Disse Deus: «Juntem-se as águas que estão debaixo do firmamento num só lugar e apareça a terra seca». E assim sucedeu. À parte seca Deus chamou ‘terra’ e ‘mar’ ao conjunto das águas. E Deus viu que isto era bom. Disse Deus: «Cubra-se a terra de verdura: ervas que dêem sementes e árvores de fruto, que produzam sobre a terra frutos com a sua semente, segundo a própria espécie». E assim sucedeu. A terra produziu verdura: erva que produz semente, segundo a sua espécie, e árvores que dão frutos com a sua semente, segundo a própria espécie. Deus viu que isto era bom. Veio a tarde e, em seguida, a manhã: foi o terceiro dia. Disse Deus: «Haja luzeiros no firmamento do céu, para distinguirem o dia da noite e servirem de sinais para as festas, os dias e os anos, para que brilhem no firmamento do céu e iluminem a terra». E assim sucedeu. Deus fez dois grandes luzeiros: o maior para presidir ao dia e o menor para presidir à noite; e fez também as estrelas. Deus colocou-os no firmamento do céu para iluminarem a terra, para presidirem ao dia e à noite e separarem a luz das trevas. Deus viu que isto era bom. Veio a tarde e, em seguida, a manhã: foi o quarto dia. Disse Deus: «Povoem as águas inúmeros seres vivos e voem as aves na terra sob o firmamento do céu». Deus criou os monstros marinhos e todos os seres vivos que se movem nas águas, segundo as suas espécies, e todos os animais voadores, segundo as suas espécies. Deus viu que isto era bom; e abençoou-os, dizendo: «Crescei e multiplicai-vos, enchei as águas dos mares e multipliquem-se as aves sobre a terra». Veio a tarde e, em seguida, a manhã: foi o quinto dia. Disse Deus: «Produza a terra seres vivos, segundo as suas espécies: animais domésticos, répteis e animais selvagens, segundo as suas espécies». E assim sucedeu. Deus fez os animais selvagens, segundo as suas espécies, os animais domésticos, segundo as suas espécies, e todos os répteis da terra, segundo as suas espécies. Deus viu que isto era bom.] Disse Deus: «Façamos o homem à nossa imagem e semelhança. Domine sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, sobre os animais selvagens e sobre todos os répteis que rastejam pela terra». Deus criou o ser humano à sua imagem, criou-o à imagem de Deus. Ele o criou homem e mulher. Deus abençoou-os, dizendo: «Crescei e multiplicai-vos, enchei e dominai a terra. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se movem na terra». Disse Deus: «Dou-vos todas as plantas com semente que existem em toda a superfície da terra, assim como todas as árvores de fruto com semente, para que vos sirvam de alimento. E a todos os animais da terra, a todas as aves do céu e a todos os seres vivos que se movem na terra dou as plantas verdes como alimento». E assim sucedeu. Deus viu tudo o que tinha feito: era tudo muito bom. Veio a tarde e, em seguida, a manhã: foi o sexto dia. Assim se completaram o céu e a terra e tudo o que eles contêm. Deus concluiu, no sétimo dia, a obra que fizera e, no sétimo dia, descansou do trabalho que tinha realizado.

 

Salmo Responsorial

 

Sl 103 (104), 1-2a.5-6.10.12.13-14.24.35c (R. cf. 30)

 

Monição: Cantemos a grandeza do Senhor, manifestada nas obras da Sua Sabedoria.

 

Refrão:        ENVIAI, SENHOR, O VOSSO ESPÍRITO E RENOVAI A FACE DA TERRA.

 

Bendiz, ó minha alma, o Senhor.

Senhor, meu Deus, como sois grande!

Revestido de esplendor e majestade,

envolvido em luz como num manto!

 

Fundastes a terra sobre alicerces firmes:

não oscilará por toda a eternidade.

Vós a cobristes com o manto do oceano,

por sobre os montes pousavam as águas.

 

Transformais as fontes em rios

que correm entre as montanhas.

Nas suas margens habitam as aves do céu;

por entre a folhagem fazem ouvir o seu canto.

 

Com a chuva regais os montes,

encheis a terra com o fruto das vossas obras.

Fazeis germinar a erva para o gado

e as plantas para o homem, que tira o pão da terra.

 

Como são grandes as vossas obras!

Tudo fizestes com sabedoria:

a terra está cheia das vossas criaturas.

Glória a Deus para sempre.

 

Segunda Leitura*

 

Monição: No sacrifício de Isaac a Igreja viu sempre uma figura do sacrifício Pascal de Jesus Cristo.

 

* O texto que está entre parêntesis pertence à forma longa e pode ser omitido

 

Forma longa: Génesis 22, 1-18                           Forma breve: Génesis 22, 1-2.9a.10-13.15-18

Naqueles dias, Deus quis pôr à prova Abraão e chamou-o: «Abraão!» Ele respondeu: «Aqui estou». Deus disse: «Toma o teu filho, o teu único filho, a quem tanto amas, Isaac, e vai à terra de Moriá, onde o oferecerás em holocausto, num dos montes que Eu te indicar». [Abraão levantou-se de manhã cedo, aparelhou o jumento, tomou consigo dois dos seus servos e o seu filho Isaac. Cortou a lenha para o holocausto e pôs-se a caminho do local que Deus lhe indicara. Ao terceiro dia, Abraão ergueu os olhos e viu de longe o local. Disse então aos servos: «Ficai aqui com o jumento. Eu e o menino iremos além fazer adoração e voltaremos para junto de vós». Abraão apanhou a lenha do holocausto e pô-la aos ombros do seu filho Isaac. Depois, tomou nas mãos o fogo e o cutelo e seguiram juntos o caminho. Isaac disse a Abraão: «Meu pai». Ele respondeu: «Que queres, meu filho?» Isaac prosseguiu: «Temos aqui fogo e lenha; mas onde está o cordeiro para o holocausto?» Abraão respondeu: «Deus providenciará o cordeiro para o holocausto, meu filho». E continuaram juntos o caminho.] Quando chegaram ao local designado por Deus, Abraão levantou um altar e colocou a lenha sobre ele, [atou seu filho Isaac e pô-lo sobre o altar, em cima da lenha.] Depois, estendendo a mão, puxou do cutelo para degolar o filho. Mas o Anjo do Senhor gritou-lhe do alto do Céu: «Abraão, Abraão!» «Aqui estou, Senhor», respondeu ele. O Anjo prosseguiu: «Não levantes a mão contra o menino, não lhe faças mal algum. Agora sei que na verdade temes a Deus, uma vez que não Me recusaste o teu filho, o teu filho único». Abraão ergueu os olhos e viu atrás de si um carneiro, preso pelos chifres num silvado. Foi buscá-lo e ofereceu-o em holocausto, em vez do filho. Abraão deu ao local este nome: «O Senhor providenciará». E ainda hoje se diz: «Sobre a colina o Senhor providenciará». O Anjo do Senhor chamou Abraão, do Céu, pela segunda vez, e disse-lhe: «Por Mim próprio te juro ― oráculo do Senhor ― já que assim procedeste, e não Me recusaste o teu filho, o teu filho único, abençoar-te-ei e multiplicarei a tua descendência como as estrelas do céu e como a areia que está nas praias do mar, e a tua descendência conquistará as portas das cidades inimigas. Porque obedeceste à minha voz, na tua descendência serão abençoadas todas as nações da terra».

 

Salmo Responsorial

 

 Ex 15, 1-2.3-4.5-6.17-18 (R. 1a)

 

Monição: Deus está sempre presente para abençoar os que n’Ele confiam.

 

Refrão:        CANTEMOS AO SENHOR, QUE FEZ BRILHAR A SUA GLÓRIA.

Ou:               DEUS FEZ MARAVILHAS: O SEU NOME É SENHOR.

 

Cantarei ao Senhor, que fez brilhar a sua glória:

precipitou no mar o cavalo e o cavaleiro.

O Senhor é a minha força e a minha protecção:

a Ele devo a minha liberdade.

 

Ele é o meu Deus: eu O exalto;

Ele é o Deus de meu pai: eu O glorifico.

O Senhor é um guerreiro, Omnipotente é o seu nome;

precipitou no mar os carros do Faraó e o seu exército.

 

Os seus melhores combatentes afogaram-se no Mar Vermelho,

foram engolidos pelas ondas, caíram como pedra no abismo.

A vossa mão direita, Senhor, revelou a sua força,

a vossa mão direita, Senhor, destroçou o inimigo.

 

Levareis o vosso povo e o plantareis na vossa montanha,

na morada segura que fizestes, Senhor,

no santuário que vossas mãos construíram.

O Senhor reinará pelos séculos dos séculos.

 

Terceira Leitura

 

Monição: Por iniciativa e intervenção de Deus, os Hebreus foram libertados da escravidão do Egipto e atravessaram o Mar Vermelho. Foi um acontecimento salvífico que anunciou o Baptismo cristão, Sacramento da nossa libertação e da nossa passagem do pecado para a vida da graça.

 

Êxodo 14, 15-31; 15, 1

 

Naqueles dias, disse o Senhor a Moisés: «Porque estás a bradar por Mim? Diz aos filhos de Israel que se ponham em marcha. E tu ergue a tua vara, estende a mão sobre o mar e divide-o, para que os filhos de Israel entrem nele a pé enxuto. Entretanto, vou permitir que se endureça o coração dos egípcios, que hão-de perseguir os filhos de Israel. Manifestarei então a minha glória, triunfando do Faraó, de todo o seu exército, dos seus carros e dos seus cavaleiros. Os egípcios reconhecerão que Eu sou o Senhor, quando Eu manifestar a minha glória, vencendo o Faraó, os seus carros e os seus cavaleiros». O Anjo de Deus, que seguia à frente do acampamento de Israel, deslocou-se para a retaguarda. A coluna de nuvem que os precedia veio colocar-se atrás do acampamento e postou-se entre o campo dos egípcios e o de Israel. A nuvem era tenebrosa de um lado e do outro iluminava a noite, de modo que, durante a noite, não se aproximaram uns dos outros. Moisés estendeu a mão sobre o mar e o Senhor fustigou o mar, durante a noite, com um forte vento de leste. O mar secou e as águas dividiram-se. Os filhos de Israel penetraram no mar a pé enxuto, enquanto as águas formavam muralha à direita e à esquerda. Os egípcios foram atrás deles: todos os cavalos do Faraó, os seus carros e cavaleiros os seguiram pelo mar dentro.

Na vigília da manhã, o Senhor olhou da coluna de fogo e da nuvem para o acampamento dos egípcios e lançou nele a confusão. Bloqueou as rodas dos carros, que só dificilmente conseguiam avançar. Então os egípcios disseram: «Fujamos dos israelitas, que o Senhor combate por eles contra os egípcios». O Senhor disse a Moisés: «Estende a mão sobre o mar e as águas precipitar-se-ão sobre os egípcios, sobre os seus carros e os seus cavaleiros». Moisés estendeu a mão sobre o mar e, ao romper da manhã, o mar retomou o seu nível normal, quando os egípcios fugiam na sua direcção. E o Senhor precipitou-os no meio do mar. As águas refluíram e submergiram os carros, os cavaleiros e todo o exército do Faraó, que tinham entrado no mar, atrás dos filhos de Israel. Nem um só escapou. Mas os filhos de Israel tinham andado pelo mar a pé enxuto, enquanto as águas formavam muralha à direita e à esquerda. Nesse dia, o Senhor salvou Israel das mãos dos egípcios e Israel viu os egípcios mortos nas praias do mar. Viu também o grande poder que o Senhor exercera contra os egípcios, e o povo temeu o Senhor, acreditou n’Ele e em seu servo Moisés. Então Moisés e os filhos de Israel cantaram este hino em honra do Senhor: «Cantemos ao Senhor, que fez brilhar a sua glória, precipitou no mar o cavalo e o cavaleiro».

 

Salmo Responsorial

 

Êxodo 15, 1-2.3-4.5-6.17-18 (R. 1a)

 

Monição: As maravilhas do amor de Deus que salvou o Povo Hebreu continuam a realizar-se em nós pela graça dos Sacramentos pascais que nos conduzem à alegria de ressuscitados.

 

Refrão:        CANTEMOS AO SENHOR, QUE FEZ BRILHAR A SUA GLÓRIA.

 

Ou:               DEUS FEZ MARAVILHAS: O SEU NOME É SENHOR.

 

Cantarei ao Senhor, que fez brilhar a sua glória:

precipitou no mar o cavalo e o cavaleiro.

O Senhor é a minha força e a minha protecção:

a Ele devo a minha liberdade.

 

Ele é o meu Deus: eu O exalto;

Ele é o Deus de meu pai: eu O glorifico.

O Senhor é um guerreiro, Omnipotente é o seu nome;

precipitou no mar os carros do Faraó e o seu exército.

 

Os seus melhores combatentes afogaram-se no Mar Vermelho,

foram engolidos pelas ondas, caíram como pedra no abismo.

A vossa mão direita, Senhor, revelou a sua força,

a vossa mão direita, Senhor, destroçou o inimigo.

 

Levareis o vosso povo e o plantareis na vossa montanha,

na morada segura que fizestes, Senhor,

no santuário que vossas mãos construíram.

O Senhor reinará pelos séculos dos séculos.

 

 

Oremos.

Senhor nosso Deus, que iluminastes com a luz do Novo Testamento

as maravilhas operadas nos tempos antigos,

revelando no Mar Vermelho a imagem da fonte baptismal

e no povo libertado da escravidão do Egipto os mistérios do povo cristão,

fazei que todos os homens, elevados pela fé à dignidade de povo escolhido,

se tornem em Cristo nova criação pela graça do vosso Espírito.

Por Nosso Senhor….

 

 

Quarta Leitura

 

Monição: Deus não desiste na procura do homem, apesar das contínuas infidelidades; assim como não desistiu de amar o antigo Povo escolhido, mesmo quando Lhe foi infiel.

 

Ezequiel 36, 16-17a.18-28

 

A palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos: «Filho do homem, quando os da casa de Israel habitavam na sua terra, mancharam-na com o seu proceder e as suas obras. Fiz-lhes então sentir a minha indignação, por causa do sangue que haviam derramado no país e dos ídolos com que o tinham profanado. Dispersei-os entre as nações, espalhei-os entre os outros povos; julguei-os segundo o seu proceder e as suas obras. Em todas as nações para onde foram, profanaram o meu santo nome; e por isso se dizia deles: ‘São o povo do Senhor: tiveram de deixar a sua terra’. Quis então salvar a honra do meu santo nome, que a casa de Israel profanara entre as nações para onde tinha ido. Por isso, diz à casa de Israel: Assim fala o Senhor Deus: Não faço isto por causa de vós, israelitas, mas por causa do meu santo nome, que profanastes entre as nações para onde fostes. E as nações reconhecerão que Eu sou o Senhor – oráculo do Senhor Deus – quando a seus olhos Eu manifestar a minha santidade, a vosso respeito. Então retirar-vos-ei de entre as nações, reunir-vos-ei de todos os países, para vos restabelecer na vossa terra. Derramarei sobre vós água pura e ficareis limpos de todas as imundícies; e purificar-vos-ei de todos os falsos deuses. Dar-vos-ei um coração novo e infundirei em vós um espírito novo. Arrancarei do vosso peito o coração de pedra e dar-vos-ei um coração de carne. Infundirei em vós o meu espírito e farei que vivais segundo os meus preceitos, que observeis e ponhais em prática as minhas leis. Habitareis na terra que dei a vossos pais; sereis o meu povo e Eu serei o vosso Deus».

 

Salmo Responsorial

 

Salmo 41(42), 2-5.5; 42 (43), 3-4 (R. 41(42), 2)

 

Refrão:        COMO SUSPIRA O VEADO PELAS CORRENTES DAS ÁGUAS,

                     ASSIM MINHA ALMA SUSPIRA POR VÓS, SENHOR.

 

Ou:               COMO O VEADO EM BUSCA DAS ÁGUAS,

                     ASSIM, Ó DEUS, A MINHA ALMA VOS DESEJA.

 

Como suspira o veado pelas correntes das águas,

assim minha alma suspira por Vós, Senhor.

Minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo:

Quando irei contemplar a face de Deus?

 

A minha alma estremece ao recordar

quando passava em cortejo para o templo do Senhor,

entre as vozes de louvor e de alegria

da multidão em festa.

 

Enviai a vossa luz e verdade,

sejam elas o meu guia e me conduzam

à vossa montanha santa

e ao vosso santuário.

 

E eu irei ao altar de Deus,

a Deus que é a minha alegria.

Ao som da cítara Vos louvarei,

Senhor, meu Deus.

 

Oremos.

 

Senhor nosso Deus, poder imutável e luz sem ocaso,

olhai com bondade para a vossa Igreja,

sacramento da nova aliança, e confirmai na paz,

segundo os vossos desígnios eternos, a obra da salvação humana,

para que todo o mundo veja e reconheça como o abatido se levanta,

o envelhecido se renova e tudo volta à sua integridade original,

por meio d’Aquele que é o princípio de todas as coisas,

Jesus Cristo vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

Ou, se houver catecúmenos a baptizar

 

Oremos.

Deus eterno e omnipotente,

estai presente neste mistério do vosso amor

e enviai o Espírito de adopção para renovar

aqueles que vão nascer pela água do Baptismo,

de modo que a acção do nosso humilde ministério

se torne eficaz pela intervenção do vosso poder.

Por Nosso Senhor…

 

Depois da última leitura do Antigo Testamento com o salmo responsorial e a oração correspondente, acendem-se as velas do altar. O sacerdote entoa o hino Glória a Deus nas alturas (Gloria in excelsis Deo), que é cantado por todos. Tocam-se os sinos, conforme os costumes locais.

Terminado o hino, o sacerdote diz a oração colecta, na forma habitual:

 

Oremos.

Deus de infinita bondade,

que fazeis resplandecer esta sacratíssima noite

com a glória da Ressurreição do Senhor,

renovai na vossa Igreja o Espírito da adopção filial,

para que, renovados no corpo e na alma,

nos entreguemos plenamente ao vosso serviço.

Por Nosso Senhor…

 

Monição às leituras do Novo Testamento

 

O Antigo Testamento foi um tempo longo de preparação do advento de Cristo, o Messias Libertador. Depois de Deus ter falado muitas vezes e de muitos modos pelos profetas, falou-nos agora através de Seu Filho, que veio ao mundo para estabelecer a Aliança definitiva entre Deus e o homem. Esta Aliança já não se limita a um só povo, mas está aberta aos homens de todos os tempos. O Baptismo será, pois, o grande sinal da Aliança eterna de Deus com o Seu povo, em que nos é concedida uma nova vida em Cristo, renascida da água e do Espírito.

 

Quinta leitura

 

Monição: S. Paulo fala-nos uma vez mais no núcleo de toda a mensagem Pascal: somos baptizados na morte de Cristo para nos tornarmos participantes da Sua Ressurreição.

 

Romanos 6, 3-11

Irmãos: 3Todos nós que fomos baptizados em Cristo fomos baptizados na sua morte. 4Fomos sepultados com Ele pelo Baptismo na sua morte, para que, assim como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, também nós vivamos uma vida nova. 5Se, na verdade, estamos totalmente unidos a Cristo por morte semelhante à sua, também o estaremos por uma ressurreição semelhante à sua. 6Bem sabemos que o nosso homem velho foi crucificado com Cristo, para que fosse destruído o corpo do pecado e não mais fôssemos escravos dele. 7Quem morreu está livre do pecado. 8Se morremos com Cristo, acreditamos que também com Ele viveremos, 9sabendo que, uma vez ressuscitado dos mortos, Cristo já não pode morrer, a morte já não tem domínio sobre Ele. 10Porque na morte que sofreu, Cristo morreu para o pecado de uma vez para sempre; mas a sua vida é uma vida para Deus. 11Assim vós também, considerai-vos mortos para o pecado e vivos para Deus, em Cristo Jesus.

 

Esta leitura resume o tema central da Vigília Pascal: a passagem da morte à vida em Cristo e em nós pelo Baptismo. A nossa Páscoa é a transposição deste mistério da Morte e Ressurreição de Cristo para a nossa própria vida.

3-4 S. Paulo faz apelo à simbologia do Baptismo por imersão: o facto de ser imergido para dentro da água representa a morte e sepultura; o emergir da água, já tornado «nova criatura», significa a ressurreição, a nova vida divina. S. Paulo, ao dizer que nós «fomos baptizados na sua morte», quer dizer que nos unimos pelo Baptismo tão intimamente à morte de Cristo, destruidora de todo o pecado, que também nós morremos para o pecado, a tal ponto que este já não deve dominar mais a nossa vida. A nossa vida tem que ser uma vida de ressuscitados: «vivos para Deus, em Cristo Jesus» (v. 11). Mas nós não somos uns meros beneficiários, estranhos ao mistério pascal de Cristo: a nossa nova vida é uma vida em Cristo Jesus, pois estamos incorporados n’Ele pela fé e pelo amor, feitos membros do seu Corpo, sendo Ele a Cabeça. É assim que S. Paulo pode dizer: «Já não sou eu que vivo; é Cristo que vive em mim» (Gal 2, 20)

 

Terminada a leitura da Epístola, todos se levantam.

O sacerdote entoa solenemente o Aleluia, que todos repetem. O salmista ou um cantor canta o salmo e o povo responde cantando Aleluia.

Se for necessário, o próprio salmista, em vez do sacerdote, entoa o Aleluia.

 

Salmo Responsorial

 

Salmo 117 (118), 1-2.16ab-17.22-23 (R. Aleluia)

 

Monição: O cântico do Aleluia é eminentemente um cântico pascal. Que seja um grito solene de louvor a Cristo Ressuscitado.

 

Refrão:        ALELUIA. ALELUIA. ALELUIA.

 

Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom,

porque é eterna a sua misericórdia.

Diga a casa de Israel:

é eterna a sua misericórdia.

 

A mão do Senhor fez prodígios,

a mão do Senhor foi magnífica.

Não morrerei, mas hei-de viver

para anunciar as obras do Senhor.

 

A pedra que os construtores rejeitaram

tornou-se pedra angular.

Tudo isto veio do Senhor:

é admirável aos nossos olhos.

 

Para a proclamação do Evangelho não se levam círios, mas apenas incenso, se este se usar.

 

 

Evangelho

 

São Mateus 28, 1-10

 

1Depois do sábado, ao raiar do primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram visitar o sepulcro. 2De repente, houve um grande terramoto: o Anjo do Senhor desceu do Céu e, aproximando-se, removeu a pedra do sepulcro e sentou-se sobre ela. 3O seu aspecto era como um relâmpago e a sua túnica branca como a neve. 4Os guardas começaram a tremer de medo e ficaram como mortos. 5O Anjo tomou a palavra e disse às mulheres: «Não tenhais medo; sei que procurais Jesus, o Crucificado. 6Não está aqui: ressuscitou, como tinha dito. Vinde ver o lugar onde jazia. 7E ide depressa dizer aos discípulos: ‘Ele ressuscitou dos mortos e vai adiante de vós para a Galileia. Lá O vereis’. Era o que tinha para vos dizer». 8As mulheres afastaram-se rapidamente do sepulcro, cheias de temor e grande alegria, e correram a levar a notícia aos discípulos. 9Jesus saiu ao seu encontro e saudou-as. Elas aproximaram-se, abraçaram-Lhe os pés e prostraram-se diante d’Ele. 10Disse-lhes então Jesus: «Não temais. Ide avisar os meus irmãos que partam para a Galileia. Lá Me verão». 1A outra Maria: a mãe de Tiago e José (Mt 27,61).

 

Observar o sepulcro. Sabemos por Lc 24, 1 que iam levar perfumes, coisas que não tinham podido fazer antes, devido ao rigor do descanso sabático (Lc 23, 56).

6 Ressuscitou como tinha dito. Os Evangelhos relatam três anúncios da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus (Mt 16, 21; 17, 23; 20, 19).

9 Saiu-lhes Jesus ao encontro. Pelo que se diz em Lc 24, 22-23, o Senhor só teria aparecido depois de as mulheres terem levado a mensagem do Anjo aos Apóstolos. Como não é de crer que Jesus tivesse aparecido duas vezes seguidas à Madalena, alguns exegetas crêem que esta aparição é a mesma que S. João relata com mais pormenor (Jo 10, 11-18): S. Mateus teria simplificado as coisas, generalizando para as mulheres em geral a aparição a uma só mulher (Lagrange e outros).

10 Que partam para a Galileia. Esta ordem está de acordo com o plano de Jesus (cf. Mt 26, 32). Por falta de fé, os Apóstolos não fazem assim. Jesus condescende com a sua fraqueza e aparece-lhes ainda em Jerusalém, aparições a que S. Mateus não se refere.

N.B. – No domingo de Páscoa podem ver-se mais comentários sobre a Ressurreição, especialmente nas notas ao Evangelho.

 

Sugestões para a homilia

 

1. Esta é a noite em que Cristo Se levanta vitorioso do túmulo.

2. Celebrar a Páscoa é fazer a passagem da morte à vida.

Esta é a noite em que Cristo Se levanta vitorioso do túmulo.

É a noite da Ressurreição de Cristo. Começa o tempo pascal: os cinquenta dias que vão do Domingo da Ressurreição até ao Domingo de Pentecostes devem celebrar-se na alegria e na exultação como um dia de festa; mais, como um Grande Domingo. Jesus Cristo está vivo e caminha ao nosso lado. Esta é a grande verdade que enche de conteúdo a fé dos cristãos. Esta é a grande notícia que vai passando de boca em boca na madrugada da Ressurreição. De tão contentes, perante o inesperado e o indizível deste Mistério, os discípulos nem querem crer…Mas depressa se lhes abrem os olhos; o próprio Jesus lhes aparece: a Maria Madalena, aos discípulos de Emaús, aos onze Apóstolos fechados no Cenáculo, cheios de medo. De repente, vêem-se inundados de uma alegria indescritível: Jesus está ali, vivo, diante deles…fala com eles. É a alegria pascal! É aquela alegria que Jesus tinha prometido àqueles que acreditassem n’Ele; alegria que Ele nos dá também a nós, neste noite bendita, nesta noite ditosa…uma alegria que se prolongará por toda a eternidade. Tempo pascal que agora começa, tempo para anunciar Cristo ressuscitado. Aqueles primeiros discípulos iam repetindo a cada amigo que encontravam a grande novidade que lhes enchia os corações: «Cristo ressuscitou! Aleluia, aleluia!» Já nunca mais parou este anúncio jubiloso. Nós somos testemunhas da Ressurreição de Cristo.

Celebrar a Páscoa é fazer a passagem da morte à vida.

Páscoa é festa. Cristo ressuscitado está no meio de nós. É o nosso Companheiro de jornada, é o Amigo de todas as horas. A sua luz ilumina esta noite santa e transfigura-nos. A sua palavra faz arder o nosso coração e ajuda-nos a recuperar a alegria e a esperança, quando nuvens sombrias querem mergulhar a nossa alma na tristeza e no desânimo. Cristo ressuscitado dá à nossa vida o seu verdadeiro sentido. Cristo ressuscitou e aqueles que com Ele e n’Ele renascem de Deus, pelos sacramentos pascais, descobrem em si um coração novo cuja lei é o amor. Voltemo-nos para Maria e alegremo-nos com Ela: «Ó Deus que Vos dignaste alegrar o mundo com a Ressurreição de Vosso Filho, concedei-nos que, por intercessão da Sua Mãe, a Bem-aventurada Virgem Maria, sejamos livres das tristezas do tempo presente e gozemos das alegria eternas». Ámen.

 

 

LITURGIA BAPTISMAL

 

Introdução

 

Esta noite é aquela em que Cristo Se levanta vitorioso do túmulo, para nos fazer participantes da Sua santidade, restituindo-nos a Graça perdida em Adão. O homem renasce para uma nova vida. Cristo é fonte de vida.

O Baptismo restitui-nos a dignidade de Filhos de Deus. Por isso, nesta noite santíssima (vamos receber os que nascem, de novo, pela água e pelo Espírito Santo para serem membros do Povo de Deus); pela renovação do nosso compromisso baptismal, vamos tomar consciência da Vida nova que nos vem de Cristo.

 

O sacerdote, acompanhado dos ministros, dirige-se para a fonte baptismal, se esta se encontra à vista dos fiéis; caso contrário, coloca-se um recipiente com água no presbitério.

Se houver catecúmenos para serem baptizados, faz-se a respectiva chamada; são apresentados pelos padrinhos, ou, se forem crianças, são levados pelos pais e padrinhos à presença da assembleia eclesial.

O sacerdote faz aos presentes uma admonição com estas palavras ou outras semelhantes:

 

– Se há administração do Baptismo:

 

Ajudemos com as nossas preces estes nossos irmãos, preparados para receberem a vida nova do Baptismo. Oremos a Deus nosso Pai, para que, na sua grande misericórdia, os guie e acompanhe até à fonte baptismal.

 

– Se não há administração do Baptismo, mas apenas a bênção da fonte baptismal:

 

Supliquemos a Deus nosso Pai que santifique esta água, para que todos os que nela receberem a vida nova do Baptismo, sejam incorporados em Cristo e contados entre os filhos de Deus.

 

Monição: A Igreja é peregrina na terra mas existe também para além da História. Por isso, nas grandes horas da sua vida, quando toma decisões graves, consulta o Senhor pela oração e invoca aqueles que, na vida, mais se identificaram com Ele – os Santos. Vamos cantar as Ladainhas dos Santos.

 

Dois cantores entoam as Ladainhas e todos, de pé (em virtude do Tempo Pascal), respondem.

 

Se a procissão para o Baptistério é longa, as Ladainhas cantam-se durante a procissão. Neste caso, os baptizandos são chamados antes da procissão. Esta organiza-se do modo seguinte: à frente, o círio pascal; em seguida, os catecúmenos acompanhados dos padrinhos; depois, o sacerdote acompanhado dos ministros. A admonição faz-se antes da bênção da água.

 

Se não houver baptizandos nem bênção da fonte baptismal, omitem-se as Ladainhas e faz-se imediatamente a bênção da água (n. 45).

 

Nas Ladainhas podem acrescentar-se alguns nomes de Santos, sobretudo o do titular da igreja, dos padroeiros do lugar e dos baptizandos.

 

A invocação Senhor, tende piedade de nós pode ser substituída por Senhor, misericórdia ou Kyrie, eleison, como na Missa.

 

Ladainha dos Santos

 

Senhor, tende piedade de nós.                                            Senhor, tende piedade de nós.

Cristo, tende piedade de nós.                                              Cristo, tende piedade de nós.

Senhor, tende piedade de nós.                                            Senhor, tende piedade de nós.

 

Santa Maria, Mãe de Deus,                                                  rogai por nós.

São Miguel,                                                                                              rogai por nós.

Santos Anjos de Deus,                                                                          rogai por nós.

São João Baptista,                                                                  rogai por nós.

São José,                                                                                  rogai por nós.

São Pedro e São Paulo,                                                        rogai por nós.

Santo André,                                                                                            rogai por nós.

São João,                                                                                 rogai por nós.

Santa Maria Madalena,                                                         rogai por nós.

Santo Estêvão,                                                                        rogai por nós.

Santo Inácio de Antioquia,                                                    rogai por nós.

São Lourenço,                                                                         rogai por nós.

São João de Brito,                                                                  rogai por nós.

Santa Perpétua e Santa Felicidade,                                   rogai por nós.

Santa Inês,                                                                               rogai por nós.

 

São Gregório,                                                                          rogai por nós.

Santo Agostinho,                                                                     rogai por nós.

Santo Atanásio,                                                                       rogai por nós.

São Basílio,                                                                                              rogai por nós.

São Martinho,                                                                          rogai por nós.

São Bento,                                                                                               rogai por nós.

São Martinho de Dume, São Frutuoso e São Geraldo,   rogai por nós.

São Teotónio,                                                                          rogai por nós.

São Francisco e São Domingos,                                                         rogai por nós.

Santo António de Lisboa,                                                      rogai por nós.

 

São João de Deus,                                                                 rogai por nós.

São Francisco Xavier,                                                                            rogai por nós.

São João Maria Vianney,                                                      rogai por nós.

Santa Isabel de Portugal,                                                      rogai por nós.

Santa Catarina de Sena,                                                       rogai por nós.

Santa Teresa de Jesus,                                                                         rogai por nós.

Santa Beatriz da Silva,                                                                          rogai por nós.

Todos os Santos e Santas de Deus,                                   rogai por nós.

 

Sede-nos propício,                                                                 livrai-nos, Senhor.

De todo o mal                                                                          livrai-nos, Senhor.

De todo o pecado                                                                   livrai-nos, Senhor.

Da morte eterna                                                                      livrai-nos, Senhor.

 

Pela vossa encarnação,                                                                        livrai-nos, Senhor.

Pela vossa morte e ressurreição,                                                        livrai-nos, Senhor.

Pela efusão do Espírito Santo,                                                            livrai-nos, Senhor.

 

A nós, pecadores,                                                                   ouvi-nos, Senhor.

 

Se houver baptizandos:

 

Dignai-Vos dar uma vida nova a estes eleitos

pela graça do Baptismo,                                                       ouvi-nos, Senhor.

 

Se não houver baptizandos:

Santificai esta água, para o renascimento

espiritual dos vossos filhos,                                                  ouvi-nos, Senhor.

 

Jesus, Filho de Deus,                                                                            ouvi-nos, Senhor.

Cristo, ouvi-nos.                                                                      Cristo, ouvi-nos.

Cristo, atendei-nos.                                                                Cristo, atendei-nos.

 

Bênção da água

 

Senhor nosso Deus: Pelo vosso poder invisível, realizais maravilhas nos vossos sacramentos. Ao longo dos tempos preparastes a água para manifestar a graça do Baptismo.

Logo no princípio do mundo, o vosso Espírito pairava sobre as águas, prefigurando o seu poder de santificar.

Nas águas do dilúvio destes-nos uma imagem do Baptismo, sacramento da vida nova, porque as águas significam ao mesmo tempo o fim do pecado e o princípio da santidade.

Aos filhos de Abraão fizestes atravessar a pé enxuto o Mar Vermelho, para que esse povo, liberto da escravidão, fosse a imagem do povo santo dos baptizados.

 

O vosso Filho, Jesus Cristo, ao ser baptizado por João Baptista nas águas do Jordão, recebeu a unção do Espírito Santo; suspenso na cruz, do seu lado aberto fez brotar sangue e água e, depois de ressuscitado, ordenou aos seus discípulos: «Ide e ensinai todos os povos e baptizai-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo».

Olhai agora, Senhor, para a vossa Igreja e dignai-Vos abrir para ela a fonte do Baptismo. Receba esta água, pelo Espírito Santo, a graça do vosso Filho Unigénito, para que o homem, criado à vossa imagem, no sacramento do Baptismo seja purificado das velhas impurezas e ressuscite homem novo pela água e pelo Espírito Santo.

 

Introduzindo, conforme as circunstâncias, o círio pascal, uma ou três vezes na água, continua:

 

Desça sobre esta água, Senhor, por vosso Filho, a virtude do Espírito Santo,

 

com o círio na água, prossegue:

 

para que todos, sepultados com Cristo na sua morte pelo Baptismo, com Ele ressuscitem para a vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

Retira o círio da água; entretanto, o povo faz a seguinte aclamação ou outra semelhante:

 

Fontes do Senhor, bendizei o Senhor, louvai-O e exaltai-O para sempre.

 

 

Os catecúmenos, cada um por sua vez, renunciam ao demónio, professam a fé e são baptizados.

Os catecúmenos adultos, porém, se está presente o Bispo ou um sacerdote com poderes para confirmar, recebem também a Confirmação.

 

 

Bênção da água lustral

 

Monição: Por esta bênção da água, pedimos que desça sobre ela a virtude do Espírito Santo.

 

Se não houver baptizandos nem bênção da água baptismal, o sacerdote procede à bênção da água, dizendo a admonição e oração seguintes:

 

Oremos, irmãos caríssimos, a Deus nosso Senhor, suplicando-Lhe que Se digne abençoar esta água, que vai ser aspergida sobre nós para memória do nosso Baptismo, e nos renova interiormente, a fim de permanecermos fiéis ao Espírito que recebemos.

 

Todos oram em silêncio durante alguns momentos. Depois, o sacerdote diz:

 

Senhor nosso Deus, estai connosco e assisti ao vosso povo em vigília nesta sacratíssima noite. Ao celebrarmos a obra admirável da nossa criação e a maravilha ainda maior da nossa redenção, dignai-Vos abençoar esta água.

Vós a criastes para dar fecundidade à terra e frescura e pureza aos nossos corpos. Vós a fizestes instrumento de misericórdia, libertando da escravidão o vosso povo e matando a sua sede no deserto. Por meio dos Profetas, Vós a proclamastes sinal da nova aliança que quisestes estabelecer com os homens.

Finalmente, nas águas do Jordão, santificadas por Cristo, inaugurastes o sacramento da regeneração espiritual, que renova a nossa natureza humana, libertando-a da corrupção do pecado.

Esta água, Senhor, nos faça reviver o Baptismo que recebemos e nos leve a participar na alegria dos nossos irmãos baptizados na Páscoa de Cristo Nosso Senhor, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

 

Renovação das promessas do Baptismo

 

Terminado o rito do Baptismo (e da Confirmação), ou, se este não se realizou, depois da bênção da água, todos os presentes, de pé, com as velas acesas na mão, renovam as promessas do Baptismo.

O sacerdote dirige-se aos fiéis com estas palavras ou outras semelhantes:

 

Irmãos caríssimos:

Pelo mistério pascal, fomos sepultados com Cristo no Baptismo, para vivermos com Ele uma vida nova. Por isso, tendo terminado os exercícios da observância quaresmal, renovemos as promessas do santo Baptismo, pelas quais renunciámos outrora a Satanás e às suas obras e prometemos servir fielmente a Deus na santa Igreja católica.

 

Sacerdote:                Renunciais a Satanás?

Todos:        Sim, renuncio.

 

Sacerdote:                E a todas as suas obras?

Todos:        Sim, renuncio.

 

Sacerdote:                E a todas as suas seduções?

Todos:        Sim, renuncio.

 

Ou

 

Sacerdote:                Renunciais ao pecado, para viverdes na liberdade dos filhos de Deus?

Todos:        Sim, renuncio.

 

Sacerdote:                Renunciais às seduções do mal, para que o pecado não vos escravize?

Todos:        Sim, renuncio.

 

Sacerdote:                Renunciais a Satanás, que é o autor do mal e pai da mentira?

Todos:        Sim, renuncio.

 

Se convier, esta segunda fórmula pode ser adaptada pelas Conferências Episcopais às circunstancias do tempo e do lugar.

Depois o sacerdote continua:

 

Sacerdote:                Credes em Deus, Pai todo-poderoso, criador do céu e da terra?

Todos:        Sim, creio.

 

Sacerdote:                Credes em Jesus Cristo, seu único Filho, Nosso Senhor, que nasceu da Virgem Maria, padeceu e foi sepultado, ressuscitou dos mortos e está sentado à direita do Pai?

Todos:        Sim, creio.

 

Sacerdote:                Credes no Espírito Santo, na santa Igreja católica, na comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne e na vida eterna?

Todos:        Sim, creio.

 

Sacerdote:                Deus todo-poderoso, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que nos fez renascer pela água e pelo Espírito Santo e nos perdoou todos os pecados, nos guarde com a sua graça, em Jesus Cristo Nosso Senhor, para a vida eterna.

 

Todos:        Amen.

 

 

O sacerdote asperge o povo com água benta, enquanto todos cantam a antífona seguinte ou outro cântico de índole baptismal:

 

 

Fala o Santo Padre

 

«Com a sua morte, Jesus entra no amor do Pai.»

Amados irmãos e irmãs,

No seu discurso de despedida, Jesus anunciou aos discípulos sua morte e ressurreição iminentes, com uma frase misteriosa: «Vou partir, mas voltarei para junto de vós» (Jo 14, 28). Morrer é partir. Embora fique ainda o corpo do morto – este pessoalmente partiu para o desconhecido e não podemos segui-lo (cf. Jo 13, 36). Mas, no caso de Jesus, há uma novidade única que muda o mundo. Na nossa morte, a partida é uma realidade definitiva, não há regresso. Pelo contrário Jesus, falando da sua morte, diz: «Vou partir, mas voltarei para junto de vós». É precisamente partindo que Ele vem. A sua partida inaugura um modo totalmente novo e maior da sua presença. Com a sua morte, Jesus entra no amor do Pai. A sua morte é um acto de amor. O amor, porém, é imortal. Por isso, a sua partida transforma-se numa nova vinda, numa forma de presença mais profunda que não acaba mais. Na sua vida terrena, Jesus, como todos nós, estava ligado às condições externas da existência corpórea: a um certo lugar e a um determinado tempo. A corporeidade coloca limites à nossa existência. Não podemos estar contemporaneamente em dois lugares diferentes. O nosso tempo tende a acabar. E entre o “eu” e o “tu” existe o muro da alteridade. Certamente, no amor, podemos de algum modo entrar na existência do outro. Mas permanece a barreira intransponível de sermos diversos. Pelo contrário, Jesus, que agora fica totalmente transformado por meio do acto de amor, está livre de tais barreiras e limites. É capaz não só de passar através das portas externas fechadas, como narram os Evangelhos (cf. Jo 20, 19), mas pode também passar através da porta interna entre o “eu” e o “tu”, a porta fechada entre o ontem e o hoje, entre o passado e o amanhã. No dia da sua entrada triunfal em Jerusalém, quando um grupo de Gregos veio pedir para O ver, Jesus respondeu com a parábola do grão de trigo que, para dar muito fruto, deve passar através da morte. Predissera assim o seu próprio destino: Ele não queria simplesmente falar então com este ou aquele Grego durante alguns minutos. Através da sua cruz, mediante a sua partida, por meio da sua morte como o grão de trigo chegaria verdadeiramente até junto dos Gregos, de tal modo que estes pudessem vê-Lo e tocá-Lo na fé. A sua partida torna-se uma vinda no modo universal da presença do Ressuscitado, no qual Ele está presente ontem, hoje e para sempre; em que abraça todos os tempos e lugares. Agora pode ultrapassar também o muro da alteridade que separa o “eu” do “tu”. Assim aconteceu com Paulo, que descreve o processo da sua conversão e do seu Baptismo com estas palavras: «Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim» (Gal 2, 20). Por meio da vinda do Ressuscitado, Paulo obteve uma identidade nova. O seu “eu” fechado abriu-se. Agora vive em comunhão com Jesus Cristo, no grande “eu” dos crentes que se tornaram – segundo definição dele – «um em Cristo» (Gal 3, 28).

[…]

Papa Bento XVII, Vaticano, 22 de Março de 2008

 

 

Vi a água sair do lado direito do templo. Aleluia.

E todos aqueles a quem chegou esta água foram salvos. Aleluia. Aleluia.

 

 

Entretanto os neófitos são conduzidos para os seus lugares no meio da assembleia dos fiéis.

Se a bênção da água baptismal não tiver sido feita no baptistério, os ministros levam com reverência o recipiente da água para o baptistério.

Se não houve bênção da água baptismal, a água benta coloca-se num lugar conveniente.

Feita a aspersão, o sacerdote volta para a sua sede e, omitindo o Credo, dirige a oração universal, em que os neófitos participam pela primeira vez.

 

Oração Universal (se parecer conveniente)

 

(Ver na Missa do Dia)

 

LITURGIA EUCARÍSTICA

 

O sacerdote dirige-se para o altar e dá início à liturgia eucarística na forma habitual.

É conveniente que o pão e o vinho sejam levados ao altar pelos neófitos.

 

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS: Aceitai, Senhor, com estas oferendas, as orações dos vossos fiéis e fazei que o sacrifício inaugurado no mistério pascal por vossa graça nos sirva de remédio para a vida eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

Prefácio pascal I [mas com maior solenidade nesta noite]: p. 53

 

No Cânone Romano, diz-se o Communicantes (Em comunhão com toda a Igreja) e o Hanc igitur (Aceitai benignamente, Senhor) próprios.

 

Nas Orações Eucarísticas II e III fazem-se também as comemorações próprias.

 

SANTO

 

Monição da Comunhão

 

A Eucaristia é Jesus Ressuscitado presente no meio de nós para ser alimento das almas ressuscitadas e fermento de Ressurreição. Ele vem alimentar a vida que nos deu no Baptismo. Felizes todos os que O recebem dignamente e com devoção, pois recebem a garantia da Ressurreição futura.

 

Cor 5, 7-8

ANTÍFONA DA COMUNHÃO: Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado: celebremos a festa com o pão ázimo da pureza a da verdade. Aleluia.

 

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO: Infundi em nós, Senhor, o vosso espírito de caridade, para que vivam unidos no vosso amor aqueles que saciastes com os sacramentos pascais. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

 

RITOS FINAIS

 

Monição final

 

Fortalecidos e alimentados com os Sacramentos pascais, avançaremos firmemente no caminho da salvação e viveremos sempre unidos uns aos outros em perfeita concórdia.

 

 

 

Celebração e Homilia:         ALFREDO A. MELO

Nota Exegética:                    GERALDO MORUJÃO

Sugestão Musical:                DUARTE NUNO ROCHA

 

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