Roteiro Homilético – IV Domingo da Páscoa – Ano B

RITOS INICIAIS

 

Salmo 32, 5-6

ANTÍFONA DE ENTRADA: A bondade do Senhor encheu a terra, a palavra do Senhor criou os céus. Aleluia.

 

Diz-se o Glória.

 

Introdução ao espírito da Celebração

Começamos o mês de Maio. Lembramos mais a Nossa Senhora, que nos deu Jesus, que está aqui na Eucaristia vivo e ressuscitado.

Por Ela vamos hoje pedir-Lhe pelas vocações, pelos nossos seminários, pelas nossas mães e pelas mães do mundo inteiro para que saibam educar muito bem os seus filhos e despertar neles a vocação.

 

Examinemo-nos agora dos nossos pecados para pedirmos perdão ao Senhor.

 

ORAÇÃO COLECTA: Deus eterno e omnipotente, conduzi-nos à posse das alegrias celestes, para que o pequenino rebanho dos vossos fiéis chegue um dia à glória do reino onde já Se encontra o seu poderoso Pastor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

 

LITURGIA DA PALAVRA

 

Primeira Leitura

 

Monição: S. Pedro explica o milagre da cura do coxo, em Jerusalém. Foi pelo nome de Jesus que se deu o milagre. E lembra a todos que não há salvação em nenhum outro nome.

 

Actos dos Apóstolos 4, 8-12

Naqueles dias, 8Pedro, cheio do Espírito Santo, disse-lhes: «Chefes do povo e anciãos, 9já que hoje somos interrogados sobre um benefício feito a um enfermo e o modo como ele foi curado, 10ficai sabendo todos vós e todo o povo de Israel: É em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, que vós crucificastes e Deus ressuscitou dos mortos, é por Ele que este homem se encontra perfeitamente curado na vossa presença. 11Jesus é a pedra que vós, os construtores, desprezastes e que veio a tornar-se pedra angular. 12E em nenhum outro há salvação, pois não existe debaixo do céu outro nome, dado aos homens, pelo qual possamos ser salvos».

 

Temos aqui a resposta de Pedro aos chefes judeus que o interrogaram acerca do milagre da cura do coxo de nascença, que mendigava junto à porta chamada Formosa, que, do átrio dos gentios, dava para o recinto das mulheres, no Templo.

11 «Jesus é a pedra desprezada (…) pedra angular». É uma alusão ao Salmo 117 (118), de acordo com os LXX. Em Mt 21, 42-44, Jesus aplica a Si o texto do Salmo, cujo sentido mais profundo é messiânico, mesmo que o Salmista não pensasse em mais do que no pequenino povo de Israel, desprezado por todos, mas um povo donde viria a salvação através do Messias (sentido típico).

12 «Não há salvação em nenhum outro (nome)», isto é, em nenhuma outra pessoa. O próprio nome de Jesus – Yexúah –, escolhido por Deus, significa: Yahwéh é Salvação. Mesmo aqueles que se salvaram antes de Cristo vir à terra puderam chegar à salvação pelos méritos de Jesus. Toda a graça depois do primeiro pecado chega ao homem pela mediação de Cristo.

 

Salmo Responsorial

 Sl 117 (118), 1 e 8-9.21-23.26.28cd.29 (R. 22)

 

Monição: Jesus é a pedra rejeitada pelos homens, que, por disposição de Deus, se tornou a pedra fundamental para a Igreja e para toda a humanidade.

 

Refrão:         A PEDRA QUE OS CONSTRUTORES REJEITARAM

                      TORNOU-SE PEDRA ANGULAR.

 

Ou:                ALELUIA

 

Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom,

porque é eterna a sua misericórdia.

Mais vale refugiar-se no Senhor,

do que fiar-se nos homens.

Mais vale refugiar-se no Senhor,

do que fiar-se nos poderosos.

 

Eu Vos darei graças porque me ouvistes

e fostes o meu Salvador.

A pedra que os construtores rejeitaram

tornou-se pedra angular.

Tudo isto veio do Senhor:

é admirável aos nossos olhos.

 

Bendito o que vem em nome do Senhor,

da casa do Senhor nós vos bendizemos.

Vós sois o meu Deus: eu vos darei graças.

Vós sois o meu Deus: eu Vos exaltarei.

Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom,

porque é eterna a sua misericórdia.

 

Segunda Leitura

 

Monição: S. João mostra-nos a maravilha da nossa vida cristã. Somos filhos de Deus e não apenas de nome e iremos ver a Deus face a face, um dia no céu.

 

São João 3, 1-2

Caríssimos: 1Vede que admirável amor o Pai nos consagrou em nos chamarmos filhos de Deus. E somo-lo de facto. Se o mundo não nos conhece, é porque não O conheceu a Ele. 2Caríssimos, agora somos filhos de Deus e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, na altura em que se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porque O veremos tal como Ele é.

 

No coração da 1ª Carta de João está o apelo a viver como filhos de Deus (cap.3); a uma tão grande dignidade e a tão grande dom não se pode ficar indiferente, é forçoso romper de vez com o pecado (vv. 3-10) e corresponder com obras de amor (vv. 11-24).

1 «E somo-lo de facto». Não se diz apenas que somos chamados filhos de Deus, o que bastaria para um semita entender para quem o ser chamado (por Deus) equivalia a ser. Trata-se dum realidade sobrenatural fundamental, mas que o mundo sem fé não pode captar nem apreciar.

2 «Seremos semelhantes a Deus, porque O veremos…». Há quem pretenda ver nesta expressão a referência a uma ideia corrente na religião helenística, segundo a qual o conhecimento de Deus diviniza aqueles que chegam a alcançá-lo. A Teologia explicita que «agora» a filiação divina já nos capacita para a glória do Céu, não se tratando de algo meramente legal e extrínseco, à maneira da adopção humana de um filho; trata-se de algo sobrenatural, que implica uma participação da natureza divina (cf. 2 Pe 1, 4). «O veremos tal como Ele é», isto é, não apenas indirectamente através das suas obras, mas contemplando-o face a face (cf. 1 Cor 13, 12).

 

Aclamação ao Evangelho

  Jo 10, 14

 

Monição: Jesus é o nosso Bom Pastor, que deu a vida por nós. Ele ressuscitou e reúne-nos agora à Sua volta. Aclamemo-Lo com fé e alegria.

 

ALELUIA

 

Eu sou o bom pastor, diz o Senhor:

conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem-Me.

 

 

Evangelho

 

São João 10, 11-18

Naquele tempo, disse Jesus: 11«Eu sou o Bom Pastor. O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas. 12O mercenário, como não é pastor, nem são suas as ovelhas, logo que vê vir o lobo, deixa as ovelhas e foge, enquanto o lobo as arrebata e dispersa. 13O mercenário não se preocupa com as ovelhas. 14Eu sou o Bom Pastor: conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem-Me, 15Do mesmo modo que o Pai Me conhece e Eu conheço o Pai; Eu dou a vida pelas minhas ovelhas. 16Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil e preciso de as reunir; elas ouvirão a minha voz e haverá um só rebanho e um só Pastor. 17Por isso o Pai Me ama: porque dou a minha vida, para poder retomá-la. 18Ninguém Ma tira, sou Eu que a dou espontaneamente. Tenho o poder de a dar e de a retomar: foi este o mandamento que recebi de meu Pai».

 

Todos os anos no 4º Domingo de Páscoa – o Domingo do Bom Pastor, dia mundial de oração pelas vocações –, a leitura evangélica é tirada do capítulo 10º de S. João. No ano passado, ano A, leram-se os primeiros dez versículos, onde aparecia a parábola do pastor e do ladrão; este ano temos, na sua sequência, a parábola do pastor (bom) e do mercenário, as únicas parábolas que aparecem em todo o 4.° Evangelho, se bem que se trata antes de uma alegoria, em que os seus elementos não são mero adorno, mas se revestem de significado. Para a sua compreensão devem ter-se presentes os costumes da época; durante o dia, os vários rebanhos pertencentes a distintos donos – os pastores – dispersavam-se pelas escassas pastagens da região; ao cair da noite, todos os rebanhos recolhiam a um recinto comum fechado por uma sebe ou um muro baixo – o redil – em pleno descampado, onde eram defendidos das feras e dos ladrões por um guarda – o porteiro –, que podia ser contratado – um mercenário – pelos donos; de manhã, cada pastor voltava e, da porta do recinto, chamava as suas próprias ovelhas, que já conheciam o seu grito habitual e o seguiam a caminho das pastagens; os ladrões não entravam pela porta vigiada, mas saltavam pela vedação, pois o seu objectivo não era apascentar, mas dizimar os rebanhos, roubar e matar.

11-18 «Eu sou o Bom Pastor»: a descrição da figura do Bom Pastor não é original, mas decalcada em Ezequiel 34, 1-31 e 37, 16ss; a novidade está em dar a vida pelas suas ovelhas (vv. 11 e 15). Assim, Jesus aparece a revelar-se como Deus incarnado, dando cumprimento ao anúncio profético: Eu próprio cuidarei do meu rebanho e velarei por ele (cf. Ez 34, 11.12-13.15.16.20.22.31). Deus aparece frequentemente na Escritura como o Pastor de Israel (cf. Gn 49, 24; Salm 23; 78, 52; 80, 2; Is 40, 11;Jer 31, 10…). Jesus como o Bom Pastor é uma das mais comovedoras revelações do Novo Testamento (cf. Mt 18, 12-14; Lc 15, 4-7; 1 Pe 2, 25; 5, 4…).

12 «O mercenário». A propósito desta figura, pergunta e responde Santo Agostinho: «Quem é o mercenário que vê vir o lobo e foge. É o que «procura os seus interesses, e não os que pertencem a Jesus Cristo». São os que se não atrevem a repreender desassombradamente o que peca. […] Ó mercenário, viste vir o lobo, e fugiste… Debandaste porque calaste; calaste porque receaste. O temor é a fuga da alma» (In Jo. Ev. Tractatus, LXVI, 8).

16 «Tenho ainda outras ovelhas». São certamente os gentios, não os judeus da diáspora. Também a elas se dirige a missão de Jesus através dos seus mensageiros que há-de enviar a todo o mundo (cf. Mt 28, 19-20). Estes enviados – lembrar que é hoje o dia mundial de oração pelas vocações – permitirão que se venha a constituir um só rebanho: a Igreja universal (católica) que congregue todos os redimidos dos quais Jesus é o Senhor, o único Pastor.

 

Sugestões para a homilia

 

Filhos de Deus

Conheço as minhas ovelhas

Em nenhum outro há salvação

Filhos de Deus

Na segunda leitura vemos como S. João exclama admirado: «vede que admirável amor o Pai nos consagrou em que nos chamemos filhos de Deus e somo-lo de facto» (1ª leit). Já seria uma maravilha podermos chamar a Deus Pai Nosso quando Lhe falamos. Seria um sinal da nossa confiança nEle.

Mas a realidade ultrapassa tudo o que poderíamos imaginar. Somos de verdade filhos de Deus. Pelo baptismo recebemos a vida da graça e tornámo-nos filhos de Deus, participantes da Sua natureza divina. Porque ficámos unidos a Jesus, o Filho Unigénito, enxertados nEle, formando com Ele um só corpo, o Seu Corpo Místico. Nele nos tornámos herdeiros de Deus, com direito a participar da Sua felicidade infinita.

Ele enviou aos nossos corações o Espírito Santo que nos ensina a tratar com o nosso Pai Deus e a chamá-Lo como os pequenitos: Abá, papá, Pai (Cfr. Gal 4, 5-7).

Viver como cristãos é empapar-nos desta realidade. Sermos como filhos pequenos deste Pai maravilhoso que nos ama e está atento aos mais insignificantes problemas da nossa vida. «Até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados» (Mt 10, 30) – ensinou-nos Jesus. Ama-nos com amor de pai e de mãe. «Pode a mãe esquecer o fruto das suas entranhas? Pois ainda que ela se esquecesse eu nunca vos esquecerei» (Is 49, 15) Neste dia da mãe podemos ver nelas um sinal do amor de Deus por cada um de nós.

Ser cristão é portar-nos em tudo como filhos de Deus, imitando o nosso irmão mais velho, Jesus. Cumprindo fielmente a vontade do Pai, como Ele fez.

Ser cristão é falar com Deus como os filhos pequenos falam com os pais. Não os largam, pedindo, contando as novidades. Sabendo abandonar-nos em Seus braços, manifestando-Lhe com simplicidade o nosso carinho. Acudindo a Ele depois das nossas faltas com a confiança e o arrependimento dos miúdos depois duma travessura.

Conta-se que uma filha de Luís XV, de França, quando era pequena foi repreendida pela sua aia e disse-lhe: – Não sou eu a filha do teu rei?

E a aia retorquiu: – E a menina não sabe que sou filha de Deus?

Mais tarde a pequena Luísa, já carmelita, recordava muitas vezes e agradecia à sua aia aquela resposta surpreendente.

Jesus ressuscitado está connosco todos os dias. Ele veio tornar-nos de verdade filhos de Deus. Essa é a razão para andarmos sempre alegres.

Conheço as minhas ovelhas

Com a figura do Bom Pastor Jesus quer manifestar o Seu amor, o Seu cuidado por cada um de nós.

Ele conhece-nos, chama-nos pelo nome, vai à nossa frente a indicar-nos o caminho seguro, alimenta as nossas almas em pastagens verdejantes.

Vós e eu temos de procurar segui-Lo como as ovelhas ao Seu pastor, imitando a sua vida, a Sua maneira de trabalhar, de rezar, de tratar com os que nos rodeiam.

Temos de procurar conhecê-Lo sempre mais, estar atentos aos Seus chamamentos, meditando a Sua doutrina, obedecendo fielmente aos Seus ensinamentos.

Temos de preocupar-nos também com a salvação dos que nos rodeiam, como as ovelhas que seguem compactas o seu pastor. Com os seus balidos servem de sinal para as que se afastam e se tresmalham. «Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil e é preciso que escutem a minha voz» (Ev.).

Temos de ter o cuidado pela salvação de todos os homens. O Senhor conta com a nossa colaboração. Não só dos sacerdotes mas também de todos os fieis. Foi assim desde o princípio, depois das primeiras perseguições em Jerusalém. Foi assim em todo o Império Romano. Não foi somente Paulo que pregou a Boa Nova. Nas suas cartas refere o nome de muitos cristãos, homens e mulheres, que trabalhavam pelo Evangelho.

O Senhor quis precisar de modo especial dos sacerdotes. Ao enviar os Seus discípulos em pregação dois a dois lembra-lhes: «a messe é grande e os operários são poucos. Pedi ao dono da messe que mande operários para a Sua messe» (Lc 10, 2). Da nossa oração depende a abundância de vocações para o sacerdócio, para a vida religiosa e missionária.

Temos de pedir ao Senhor novos Paulos para a Sua Igreja: jovens decididos a deixar tudo, enamorados de Cristo, para levarem a alegria da Boa Nova a toda a parte.

Em nenhum outro há salvação

S. Pedro lembrava em Jerusalém, naqueles primeiros dias após o Pentecostes, que Jesus ressuscitado tem todo o poder e que só Ele pode trazer a salvação à humanidade.

Vemos hoje as esperanças falhadas de muitos homens, que puseram a sua segurança nas coisas deste mundo. A Alemanha ficou chocada com aquele jovem que entrou numa escola, matando vários estudantes e professores e suicidando-se depois. E vêem-se repetindo outros casos parecidos em vários países. É um alerta para os pais, para os governos e para todos nós em geral.

Para muitos jovens a vida não tem sentido. Por falta de boas mães que os ensinem de pequenos a amar a Jesus e a viver como Ele ensinou.

«A crise de esperança – escrevia o Santo Padre, há dias, aos jovens – atinge mais facilmente as novas gerações que, em contextos socioculturais privados de certezas, de valores e de sólidos pontos de referência, têm de enfrentar dificuldades que são maiores do que as suas forças. Penso, queridos amigos, em tantos coetâneos vossos, feridos pela vida, condicionados por uma imaturidade pessoal que muitas vezes é consequência de um vazio familiar, de opções educativas permissivas e libertárias e de experiências negativas e traumáticas. Para alguns e infelizmente, não são poucos a saída quase obrigatória é uma fuga alienante com comportamentos de risco e violentos, na dependência de drogas e álcool, e em muitas outras formas de mal-estar juvenil. Contudo, também em quem se encontra em condições difíceis por ter seguido conselhos de ‘maus mestres’, não se apaga o desejo de amor verdadeiro e de autêntica felicidade. Mas como anunciar a esperança a estes jovens? Nós sabemos que só em Deus o ser humano encontra a sua verdadeira realização. O compromisso primário que interpela a todos é portanto o de uma nova evangelização, que ajude as novas gerações a redescobrir o rosto autêntico de Deus, que é Amor» (Mens.Dia Mund. da Juventude)

Neste caso da Alemanha apareciam nos dias seguintes cartazes a perguntar: Deus onde estavas? Como se Deus tivesse culpa dos pecados que os homens fazem. Seria antes de perguntar aos pais: onde pusestes a Deus? Ficou fora da vossa casa porque não quisestes convidá-Lo para o vosso lar: ali não se rezava, não se ensinavam os filhos a amar a Jesus.

E as escolas onde puseram a Deus? Muitos não O querem lá. Outros nada fazem para O convidar, ensinando aos jovens os valores fundamentais da vida, ensinados nos Dez Mandamentos. E a televisão e a internet, que são hoje a escola de crianças e jovens, que é que lhes ensinam?

É ocasião de nos examinarmos todos com valentia e o desejo de arrepiar caminho. Temos de repetir a todos como S. Pedro: «Nenhum nome foi dado aos homens no qual possam ser salvos». Só Cristo tem palavras de vida eterna.

Os jovens cristãos têm de levar esta mensagem de esperança aos seus amigos e colegas. Que saibam ouvir como S. Paulo o chamamento de Jesus para irem comunicar a Boa Nova a toda a parte,

Ao chegar a Tróade S. Paulo teve uma visão: um homem da Europa dizia-lhe: – passa à Macedónia e ajuda-nos. O Apóstolo partiu logo para o outro lado do mar e começou a pregar em Filipos. Ali teve de sofrer muito, mas não desanimou. Partiu depois a anunciar o Evangelho de Jesus em Tessalónica, Atenas e Corinto, estabelecendo a Igreja nessas cidades da Europa.

«Queridos jovens – dizia ainda o papa – se vos alimentardes de Cristo e viverdes imersos n’Ele como o apóstolo Paulo, não podereis deixar de falar d’Ele, de O fazer conhecer e amar por tantos vossos amigos e coetâneos. Tendo-vos tornado Seus fiéis discípulos, sereis assim capazes de contribuir para formar comunidades cristãs impregnadas de amor como aquelas das quais fala o livro dos Actos dos Apóstolos. A Igreja conta convosco para esta empenhativa missão: não vos desencoragem as dificuldades e as provas que encontrardes. Sede pacientes e perseverantes, vencendo a natural tendência dos jovens para a pressa, para querer tudo e já. Queridos amigos, como Paulo, testemunhai o Ressuscitado! Fazei-O conhecer a quantos, vossos coetâneos ou adultos, estão em busca da ‘grande esperança’ que dê sentido à sua existência. Se Jesus se tornou a vossa esperança, dizei-o também aos outros com a vossa alegria e com o vosso compromisso espiritual, apostólico e social. Habitados por Cristo, depois de ter posto n’Ele a vossa fé e de lhe ter dado toda a vossa confiança, difundi esta esperança ao vosso redor. Fazei escolhas que manifestem a vossa fé; mostrai que compreendestes as insídias da idolatria do dinheiro, dos bens materiais, da carreira e do sucesso, e não vos deixeis atrair por estas quimeras falsas. Não cedais à lógica do interesse egoísta, mas cultivai o amor ao próximo e esforçai-vos por colocar a vós mesmos e as vossas capacidades humanas e profissionais ao serviço do bem comum e da verdade, sempre prontos a responder ‘a quem vos perguntar a razão da vossa esperança!’ (1 Pd 3, 15). O cristão autêntico nunca está triste, mesmo quando tem que enfrentar provas de vários tipos, porque a presença de Jesus é o segredo da sua alegria e da sua paz.» (Ib ).

Que a Virgem, neste mês de Maio, nos leve mais a Jesus, que ajude as mães para que se pareçam mais com Ela e desperte em todos os jovens a generosidade para dizerem sim a Deus como Ela fez.

 

Fala o Santo Padre

 

[…] O Evangelho que ouvimos neste domingo é apenas uma parte do grande discurso de Jesus sobre os pastores. Neste trecho, o Senhor diz-nos três coisas sobre o verdadeiro pastor: ele dá a própria vida pelas suas ovelhas; conhece-as e elas conhecem-no; e está ao serviço da unidade. […]

A Igreja antiga encontrou na escultura do seu tempo a figura do pastor que carrega uma ovelha nos próprios ombros. Talvez estas imagens façam parte do sonho idílico da vida campestre que tinha fascinado a sociedade dessa época. No entanto, para os cristãos esta figura tornava-se com toda a naturalidade a imagem daquele que se encaminhou para buscar a ovelha tresmalhada: a humanidade; a imagem daquele que nos acompanha nos nossos desertos e nas nossas confusões; a imagem daquele que tomou sobre os seus ombros a ovelha perdida, que é a humanidade, e a leva para casa. Ela tornou-se a imagem do verdadeiro Pastor, Jesus Cristo. Confiemo-nos a Ele. […]

 

Bento XVI, Vaticano, 7 de Maio de 2006

 

LITURGIA EUCARÍSTICA

 

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS: Concedei, Senhor, que em todo o tempo possamos alegrar-nos com estes mistérios pascais, de modo que o acto sempre renovado da nossa redenção seja para nós causa de alegria eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

Prefácio pascal: p. 469 [602-714] ou 470-473

 

SANTO

 

Monição da Comunhão

Jesus vem até nós através dos sacerdotes Peçamos por eles nesta comunhão.

 

ANTÍFONA DA COMUNHÃO: Ressuscitou o Bom Pastor, que deu a vida pelas suas ovelhas e Se entregou à morte pelo seu rebanho. Aleluia.

 

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO: Deus, nosso Bom Pastor, olhai benignamente para o vosso rebanho e conduzi às pastagens eternas as ovelhas que remistes com o precioso Sangue do vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

 RITOS FINAIS

 

Monição final

 

Com Nossa Senhora aprendemos a seguir a Jesus o Bom Pastor e a viver como filhos de Deus. Peçamos hoje mais pelas mães e pelas vocações.

 

HOMILIAS FERIAIS

 

4ª SEMANA

 

2ª Feira, 30-IV: O desempenho do ofício do bom Pastor.

Act 11, 1-18 / Jo 10, 1-10

Eu sou o bom Pastor. O bom Pastor dá a vida pelas ovelhas.

Jesus é o bom Pastor que, por amor ao Pai, dá a vida pelas ovelhas: «O sacrifício de Jesus pelos pecados do mundo inteiro é a expressão da sua comunhão amorosa com o Pai: ‘O Pai ama-me, porque eu dou a minha vida’ (Ev)» (CIC, 606).

E Jesus pede a Pedro que prossiga a sua missão (cf Leit): «Jesus, o bom Pastor confirmou este cargo depois da sua Ressurreição: ‘Apascenta as minhas ovelhas’…Pedro foi o único a quem confiou explicitamente as chaves do Reino» (CIC, 553). Maria, Mãe da Igreja, concede abundantes graças a todos os bons Pastores!

 

3ª Feira,1-V: A recuperação da sociedade.

Act 11, 19-26 / Jo 10, 22-30

A mão do Senhor estava com eles e foi grande o número dos que abraçaram a fé e se converteram ao Senhor.

Depois de Jerusalém passaram a Antioquia (cf Leit). Naqueles tempos deu-se uma rápida expansão da Igreja e assim há-de continuar. Contamos sempre com a ajuda do Senhor: «Dou-lhes a vida eterna; jamais hão-de perecer, e ninguém as há-de arrebatar da minha mão» (Ev).

Temos que continuar a levar a luz de Cristo a todas as pessoas e ambientes como fizeram os primeiros cristãos; temos que procurar que na sociedade se recupere a dignidade humana nos campos onde se degradou. Rainha dos Apóstolos, rogai por nós!

 

4ª Feira, 2-V: Urgência de evangelização.

Act 12, 24- 13, 5 / Jo 12, 44-50

Quem receber aquele que eu enviar é a mim que recebe; e quem me receber, recebe aquele que me enviou.

Jesus é enviado pelo Pai e escolhe depois os Apóstolos: «A partir de então, eles são os seus enviados (da palavra grega apostoloi). Neles, Jesus continua a sua própria missão (cf Ev)» (CIC, 858). Assim fizeram S. Paulo e os seus companheiros, ao falar ao povo na sinagoga, resumindo a história da salvação (cf Leit).

O encontro com Cristo na Eucaristia há-de suscitar em cada cristão a urgência de testemunhar e evangelizar: «A despedida no final da Missa constitui um mandato, que impele o cristão para o dever de propagação do Evangelho» (J. Paulo II).

 

6ª Feira, 4-V: Como voltar à casa do Pai.

Act 13, 26-33 / Jo 14, 1-6

Em casa de meu Pai há muitas moradas; se assim não fosse, eu vos teria dito que vou preparar-vos um lugar?

A Boa Nova apresenta hoje uma grande novidade: vamos ter uma morada no Céu (cf Ev). S. Paulo refere que esta mensagem de salvação está apoiada na morte e ressurreição de Cristo (cf Leit).

Só com as nossas forças não conseguiríamos chegar à casa do Pai, isto é, à vida eterna em Deus. Mas Cristo é para nós um sinal de esperança: «Ninguém vai ao Pai senão por mim» (Ev). E conduz-nos até ao Pai porque Ele é «Caminho, Verdade e Vida» (Ev).  A Porta do Céu facilitará a entrada nesta morada celestial.

 

Sábado, 5-V: Mostrar Jesus aos outros.

Act 13, 44-52 / Jo 14, 7-14

Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai e isso nos basta.

A vida Jesus é uma contínua revelação do Pai, através das suas palavras e actos, silêncios e sofrimentos, maneira de ser e de falar (cf CIC, 516). A cada um de nós nos é também pedido que sejamos capazes de reflectir o rosto de Cristo perante as actuais gerações.

Continua a haver muita gente que rejeita Deus, como aconteceu nos primeiros tempos. Paulo e Barnabé não desistiram, quando tal aconteceu, e voltaram-se para os pagãos que ficaram muito contentes (cf Leit). A devoção a Nª Sª ajudará muitos a ir ao encontro de Deus.

 

 

 

 

 

 

Celebração e Homilia:          CELESTINO CORREIA FERREIRA

Nota Exegética:                     GERALDO MORUJÃO

Homilias Feriais:                   NUNO ROMÃO

Sugestão Musical:                 DUARTE NUNO ROCHA

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