Na montanha com Jesus
01/12/2021 – Quarta-feira da primeira semana Advento – C
Leituras: Is 25,6-10; Sl 22 (23); Mt 15,29-37
A profecia de Isaías (Is 25,6-10) se cumpre no Evangelho (Mt 15,29-37), pois Jesus alimenta o povo e o cura. E, como havia dito o profeta, tudo isso aconteceria na montanha. De fato, Jesus “foi para as cercanias da Galiléia e, subindo a uma montanha” (Mt 15,29) curou as pessoas que vieram ao seu encontro e as alimentou. Com pouco esforço, é possível imaginar a beleza dessa cena: Jesus sentado na montanha e o povo encantado a ouvir sua palavra, em certos momentos há exclamações diante de uma cura ou de um milagre. Jesus, que percebe tudo, sabe que o povo está com fome e precisa comer, pois aquelas pessoas já estavam com ele há alguns dias. Após essa observação de Jesus e, com a ajuda dos seus seguidores mais próximos, ele fez o milagre: alimenta com apenas sete pães e alguns peixes uma multidão de quatro mil homens, sem contar mulheres e crianças. A cena é encantadora e arrebata o coração do cristão que a lê atentamente.
Certamente, na tradição bíblica, a montanha é lugar de encontro com Deus; basta que nos recordemos de Moisés e de Elias: ambos subiram ao Horeb, nome da montanha de Deus, ou seja, o monte Sinai, para encontrarem-se com o próprio Senhor (Ex 3,1; 1 Re 19,8). Nós também, para que sejamos curados e alimentados, precisamos estar na montanha da oração, com Jesus. As pessoas que não buscam a montanha da oração dificilmente se encontrarão no lugar que os levará à cura de seus males e à alimentação de que necessitam.
Olhando a nossa pobre vida, observamos tantas misérias, vemos que na nossa vida há muita necessidade de cura. Os pecados capitais, entre eles a gula, a preguiça, a soberba e a luxúria, para mencionar somente os mais descarados, estão constantemente ameaçando a nossa união com Deus. O que fazer? Temos que ir à montanha, ficar lá com Jesus e esperar dele a cura para os nossos males mais profundos. Nesse caso, não se trata de uma dor de dente nem de um “simples” câncer, mas estamos a falar das dores da alma. Muitas pessoas se preocupam com as pequenas dores e com os sofrimentos temporais, poucas, porém, com as dores da alma e com os sofrimentos eternos.
Vamos à montanha, isto é, permaneçamos no espírito de oração, sejamos almas contemplativas, pessoas que rezam e que pensam em Deus constantemente durante a jornada: pequenas orações (jaculatórias), meditações ou leituras orantes da Palavra de Deus, a reza do santo Terço e outras práticas de piedade nos ajudarão a estar na montanha, a desenvolver um diálogo com Jesus Cristo, o qual nos curará e nos conduzirá sempre mais à Eucaristia, nosso alimento fortalecedor.
Padre Françoá Costa
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