Terça-feira, 13/12/2022 – Mt 21,28-32
- Voltar atrás?
“Se arrependimento matasse…” Esta frase é a expressão de uma dor profunda, do desejo de voltar atrás e de não ter feito determinada ação ou dito certa palavra. A contrição, isto é, o arrependimento por termos ofendido a Deus tem a ver com essa realidade: vontade de não ter cometido tal ou qual ação. O primeiro dos filhos que aparecem do Evangelho de hoje teve essa oportunidade: voltar atrás. Ele tinha dito ao seu pai que não queria ir trabalhar na vinha. Falou a verdade. “Mas, em seguida, tocado de arrependimento, foi” (Mt 21,29). Mas será que ele voltou atrás mesmo? Somente em parte. Se observarmos bem, não era possível àquele jovem dar uma resposta diferente daquela que ele já tinha dado ao seu pai: o que aconteceu, aconteceu. O nosso jovem, não obstante, procurou reparar aquela situação através da sua boa ação: foi trabalhar na vinha!
Como foi bela a atitude daquele jovem! Não porque ele tenha dado uma resposta de desobediência ao pai, mas porque ele se arrependeu logo e também porque ele procurou mostrar o seu amor através da própria atuação. Quando as palavras já não são suficientes restam as obras e quando ambas já não servem para expressar o que sentimos, o silêncio ganha em eloquência. Fazer coisas erradas parece inevitável enquanto estivermos neste vale de lágrimas. No meio a tantos erros e pecados não nos esqueçamos, porém, que Deus espera o nosso arrependimento, a nossa dor de amor. Este tempo do Advento poderia ser uma ocasião esplêndida para você se reconciliar com Deus. Um conselho: faça-o nesta semana para não ter que enfrentar as filas dos confessionários cada vez mais cheias quanto mais o Natal se aproxima! Vá, sem medo de pandemias, pois a pior doença é a alma afastada de Deus.
Pe. Françoá Costa
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