Nascer do Espírito
Terça-feira, II Semana da Páscoa, C, – At 4,32-37; Sl 92; Jo 3,7-15
Temos que nascer do Espírito (Jo 3,8). Mas, quem é o Espírito? O Espírito Santo foi chamado de “O Grande Desconhecido” (São Josemaria Escrivá, Caminho, 57). Isso me faz lembrar aquela passagem dos Atos dos Apóstolos na qual Paulo, ao chegar a Éfeso, ao conversar com alguns discípulos lhes pergunta: “Recebestes o Espírito Santo, quando abraçastes a fé”. Respondem eles da seguinte maneira: “Mas nem sequer ouvimos dizer que existe um Espírito Santo” (At 19,2). Dá a impressão muitas vezes que alguns cristãos nem sabem se existe um Espírito Santo.
Quem é o Espírito Santo? É a terceira Pessoa da Santíssima Trindade, é “o Senhor e Doador de Vida, que procede do Pai e do Filho, que com o Pai e o Filho recebe uma mesma adoração e glória e que falou pelos profetas”. O Espírito Santo é Deus, como o Pai é Deus e como o Filho é Deus. Ele é o Paráclito, o Consolador, enviado por Cristo para comunicar-nos a vida divina. É ele quem nos introduz no Mistério de Cristo, é ele quem nos dá a graça, as virtudes da fé e da esperança e da caridade, os dons e os frutos. E, precisamente isso, é nascer do Espírito.
Quem é o Espírito Santo? É aquele que mora em você, o doce hóspede da sua alma, foi ele quem o fez templo de Deus, filho de Deus, membro da Igreja, quem lhe deu a salvação, a justificação e a vida eterna. “Desde o nascimento da Igreja, é ele quem dá a todos os povos, o conhecimento do verdadeiro Deus; e une, numa só fé, a diversidade das raças e línguas” (prefácio de Pentecostes). Isso é nascer do Espírito.
Não podemos ignorar o Espírito Santo e seu poder. Quando o Espírito Santo vem habitar em nós vem com o Pai e com o Filho. Santa Teresa conta que, ao considerar certa vez a presença das Três divinas Pessoas na sua alma, “estava espantada de ver tanta majestade em coisa tão baixa como é a minha alma”, e então o Senhor disse-lhe: “Não é baixa, minha filha, pois está feita à minha imagem” (Santa Teresa, Contas de consciência, 41, 2). Nós fomos feitos à imagem e semelhança de Deus. Quis Deus que essa semelhança fosse semelhança mesmo e nos fez participar de sua natureza divina. É pelo Espírito Santo que nós participamos da natureza divina.
Padre Françoá Costa
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