Homilia Terça-feira da XXIV Semana do Tempo Comum | Ano A

Terça-feira da 24ª semana do Tempo Comum – 19/09/2023 – Lc 7,11-17

  • Vivos para servir

Deve ter sido impressionante! Imagine se isso acontecesse com você? Num dia que você é incapaz de identificar, você se levanta de um caixão sem saber muito bem o que está acontecendo, tendo por todos os lados uma multidão pasmada, admirada, com medo, boquiaberta (Lc 7,11-17). É quase para morrer (de novo), só que de susto! Eu acho que aquele jovem não se esqueceria dessa cena por todos os anos que durassem a sua segunda vida.

Logicamente, o rapaz não esperava ser ressuscitado. Jesus, “movido de compaixão” (Lc 7,13) para com a mãe do garoto, a viúva de Naim, foi quem o ressuscitou. Quão doloroso para uma mãe viúva ver sepultada a sua última esperança, o seu filho único! Pobre mulher! O que a esperaria se Jesus não houvesse ressuscitado o seu filho? Solidão, dor, noites entre lágrimas e, talvez, muita fome. O garoto que estava no caixão não era só a consolação daquela pobre mulher, mas também era a possibilidade de que ela levasse uma vida mais ou menos confortável durante os seus últimos anos de vida. Jesus compreende a situação das pessoas e não fica indiferente diante do sofrimento humano. O Senhor fez esse milagre por compaixão. Um amigo meu disse certa vez que Jesus fez esse milagre pensando na sua mãe, Maria, que dentro de pouco tempo estaria só: vendo o futuro da sua mãe sem o seu Filho único, se compadece da viúva de Naim e faz o milagre. Não sei se o meu amigo tem razão, mas é, sem dúvida, uma reflexão inteligente.

Anos mais tarde, depois de ajudar a sua mãe e de vê-la morrer em paz, o nosso jovem, que já não seria tão jovem, passaria novamente pela porta da cidade levado pelos outros. Morrera pela segunda vez! Jesus já não apareceria para ressuscitá-lo pela segunda vez. E até hoje o nosso jovem continua esperando a ressurreição dos mortos que acontecerá nos últimos dias. Ele fez o bem à sua mãe, honrou-a. Propósito firme: fazer o bem aos nossos pais, que tanto nos amaram.

Pe. Françoá Costa

Instagram: @padrefcosta

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