Homilia Terça-Feira da Semana Santa | Ano C

Desagravos

Terça – Semana Santa – C – Is 49,1-6; Sl 70; Jo 13,21-38

Judas passou a ser nome de traição e ficou marcado na história como tal. Foi tão terrível a traição desse discípulo do Senhor que, diz a Escritura, “Jesus perturbou-se em seu espírito” (Jo 13,21) diante da traição. A ação de Judas fez turvar as águas tranquilas da alma de Cristo.

Os traidores de todos os tempos, que ofendem o Senhor, estão em todos os lugares, também no interior da Igreja. Eles querem fazer uma nova Igreja, manipular através da educação, implantar o socialismo comunista, promover ideologia de gênero e a luta contra a família, ensinar sexo às crianças nas escolas, liberar drogas e tantas outras maldades. Triste é ver que muitas dessas pessoas se dizem crentes, católicas, discípulas de Jesus Cristo.

Eles também gostam de citar a Bíblia. E eu nem vou cair nesta armadilha de ter que mostrar na Bíblia. Não sou crente e, portanto, a única fonte da verdade para mim não é a Sagrada Escritura. Não professo a doutrina protestante da “sola Scriptura” nem acredito que a razão humana seja a “prostituta do diabo”, como assim pensava Martinho Lutero. Basta um pouco de bom senso e uma Tradição ininterrupta de dois milênios para desmascarar a falsidade dos que praticam a traição da fé como realidade cotidiana.

Porém há cristãos que são herdeiros de São Domingos de Gusmão, que derrotou os cátaros hereges; dos Cavaleiros Templários, que, com suas espadas nas mãos, derrotaram inimigos da fé e dos povos; de Torquemada, que lutou contra as heresias medievais; de São Bernardo de Claraval, cujas páginas de sangue são tão belas quanto aquelas do mais belo amor inflamado; dos Antigos Cruzados em defesa da Terra Santa; de São Francisco de Assis com a sua mensagem de paz; de Santa Teresinha do Menino Jesus com seu pequeno caminho de amor; de São Josemaria Escrivá a ensinar-nos a santidade na vida ordinária; de São João Paulo II a defender a vida humana em todos os seus momentos.

Quando os traidores que perturbam o coração de Jesus encontram-se com esses cristãos que trazem amor no coração, sangue nas veias e fogo nos olhos, procurarão ver contradição nos contrários. E, contudo, somente a alguém a quem lhe falte um pouco de lógica, não vê a sensatez de um cristianismo no qual os filhos de Deus reclinam a cabeça sobre o peito de Jesus (Jo 13,25) e, ao mesmo tempo, tem energia para continuar a combater os combates de Deus neste mundo.

Padre Françoá Costa

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