Homilia Terça-Feira da 4ª Semana do Advento | Ano C

A Amada e o Amado

Terça-feira da IV semana do Advento – C – Ct 2,8-14; Sl 32; Lc 1,39-45

No domingo passado, lemos o Evangelho da Visitação, o qual volta a aparecer no dia de hoje. Certamente, a meditação do mesmo texto sempre nos dá novas perspectivas, especialmente quando se trata da Palavra de Deus. Contudo, vamos fixar-nos hoje na primeira leitura, do livro do Cântico dos Cânticos, o mais belo dos cânticos. Em primeiro lugar, vejamos a poesia apaixonada entre Salomão e a Sulamita, mas também a declaração de amor entre Deus e o povo de Israel, com o qual fez alianças. Na Igreja, foi costume interpretar o Cântico dos Cânticos tendo em conta o diálogo de amor entre Jesus Cristo e sua Igreja Católica. Na tradição espiritual, há a interpretação que considera o amor entre Deus e cada alma.

No dia de hoje, pode-se ver a declaração do amor da esposa, a Igreja, para com o seu esposo, Jesus: “A voz do meu amado! Vejam: vem correndo pelos montes, saltitando nas colinas! Como um gamo é meu amado… um filhote de gazela” (Ct 2,8-9). De fato, aproximam-se os dias nos quais a Igreja amada escutará a voz do Menino Jesus o Amado, ouvirá os seus primeiros choros e colherá seus primeiros sorrisos. Serão dias de paz e de poesia nos quais se vê o Senhor como “um filhote de gazela”. Certamente, não se pode pensar em Jesus sem considerarmos simultaneamente a Virgem Maria, especialmente nesses dias natalinos.

A resposta de Jesus Cristo não se faz esperar diante desse desejo tão intenso da Amada: “Levanta-te, minha amada, formosa minha, vem a mim! Vê o inverno: já passou! Olha a chuva: já se foi! As flores florescem na terra, o tempo da poda vem vindo, e o canto da rola está se ouvindo em nosso campo” (Ct 8,10-12). Depois do inverno das tribulações esperamos a primavera das flores e dos cantos dos pássaros. Peçamos para toda a Igreja esse despertar com a voz do Amado Jesus Cristo e que ele lhe traga uma nova primavera. Tenhamo-lo por certo: depois das tribulações do tempo presente virá o gáudio da primavera. O Senhor não decepcionará a nossa esperança. Nesse sentido, gostaria de estimular a todos para que rezássemos fervorosamente a seguinte oração pela Igreja.

“Deus Pai que nos criou, Deus Filho que nos salvou, Deus Espírito Santo que nos santifica, um só Deus em três Pessoas, a ti toda a honra e toda a glória, para sempre! Passamos por momentos difíceis, nos quais parece que a Barca de Pedro vai se afundar em qualquer momento: são tempos de pouca fé, de relativismo e de insegurança doutrinal. Por isso, pedimos-te, Senhor, que tenhas misericórdia do teu Povo, que seja exaltada a Fé Católica e sejam confundidos os inimigos da tua Igreja. Santa Maria, Mãe da Igreja; São José e São Miguel, Padroeiros da Igreja; São Pedro e Santa Catarina de Sena, defensores da Fé; São Gabriel e São Paulo, arautos da Verdade: intercedei por nós, pelo Papa e seus colaboradores, pelos nossos bispos, por todos os nossos sacerdotes e demais fiéis, para que, bem unidos, possamos sair vitoriosos em todas as nossas tribulações, para a glória de Deus e a salvação dos irmãos. Amém.”

Padre Françoá Costa

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