Acolher, discernir e integrar
Terça, 3ª Semana do Tempo Comum – C – At 22,3-16; Sl 116; Mc 16,15-18 – Na conversão de São Paulo
Quando Jesus se manifesta aos seus discípulos, envia-os a pregar o Evangelho a todas as pessoas. Certamente, um dos aspectos de veracidade de uma manifestação sobrenatural é ir ao encontro dos outros para levá-los ao céu. Jesus é muito claro quando afirma que “Aquele que crê e for batizado será salvo; o que não crer será condenado” (Mc 16,16). Livre para crer e ser batizado ou não, porém, como sempre: cada ação livre dos seres humanos leva consigo resultados bem sérios para toda a vida.
Seria de grande pesar se os discípulos de Cristo não vissem mais a necessidade de anunciar o Evangelho, de batizar as pessoas, de levá-las ao céu. Infelizmente se observa essa mísera realidade em nossos dias, pois até parece que a Igreja, em certos lugares, não é tão diferente que uma ONG qualquer. Parece urgente recuperar não somente o sentido original da palavra “proselitismo” segundo a Escritura, mas também viver o que significa o proselitismo autêntico: ganhar almas para Deus, para o céu. Em certo sentido isso já se faz em muitos lugares quando se promove uma catequese para adultos, uma campanha vocacional ou alegram-se pelo batismo dos maiores de 18 anos.
É preciso acolher bem a todos aqueles que vierem à nossa Casa, mas, ao saber das maravilhas desse nossos ambiente familiar, temos que ir além: convocar as pessoas para morarem conosco, no conforto da Santa Religião Católica, aquela que tem todos os meios sobrenaturais para conduzir as almas à feliz eternidade. Certamente, como a nossa missão é sobrenatural, temos que ajudar as pessoas a nascerem para a vida nova da graça. Assim como os pais desejam tanto que seus filhos nasçam e cresçam bem, assim também desejamos para as crianças o batismo e a Eucaristia, assim como todos os demais meios de vida sobrenatural que as conduzirá ao céu; o mesmo desejamos aos demais membros do Povo do Senhor.
Não vamos deixar que as pessoas se precipitem no abismo em nome do respeito à liberdade delas, pois somos conscientes que, na verdade, a liberdade de qualidade de cada pessoa deseja o melhor: Deus. Não é falta de respeito à liberdade dos outros, falar-lhes de Deus e administrar-lhes o sacramento do Batismo. Certamente, não há falta contra a liberdade alheia desejar que sejam católicos e cheguem ao céu. Só em uma terra insólita e absurda seria algo mau desejar o bem a alguém. O que vale para você e para mim é o que Jesus fala a cada um de nós: “Ide! Anunciai! Batizai!” Bem poderíamos parafrasear o Papa Francisco quando diz que temos que acolher, discernir e integrar. Isto é, temos que acolher as necessidades das almas e dar-lhes a verdade e o amor de Deus; discernir pelo anúncio do Evangelho aquilo que não pertence a Deus e levar as pessoas a abandonarem as coisas caducas que as separam do verdadeiro Amor; integrar pelo sacramento do batismo ou pelo sacramento da confissão a todos os que estão separados, de alguma maneira, de Cristo e de sua Igreja Católica.
Padre Françoá Costa
Instagram: @padrefcosta