Exorcismo pela pregação da verdade
Terça-feira, 1ª Semana do Tempo Comum – C – 1 Sm 1,9-20; 1 Sm 2,1-8; Mc 1,21-28
Jesus libertou um endemoninhado que tinha um espírito impuro (Mc 1,21-28). Todos sabem que esse é um mal moderno: o espírito impuro abraça a humanidade pela pornografia, sexo “livre”, erotismos, faltas de respeito ao próximo etc. Que Jesus possa exorcizar de novos os inúmeros espíritos impuros, tanto na Igreja, Sinagoga verdadeira do Deus vivo, quanto no mundo, Babilônia de todos os tempos.
Observe-se bem: o exorcismo de Cristo começa pela pregação da verdade – “Ali ele ensinava” (Mc 1,21) – e o nosso também: temos que dar a boa doutrina de Cristo a todos os que se aproximarem de nós. A questão é simples: temos uma missão, é preciso pregar a Cristo. Uma tal pregação na verdade, leva consigo a da religião verdadeira, a Católica. De fato, a história sagrada é a história das eleições de Deus numa autêntica concatenação: ele escolheu a Noé, a Abraão, a Isaac e a Jacó e, finalmente, um povo para salvá-lo. Jesus também quis escolher os seus discípulos e, entre eles, os Doze, e assim por diante. Jesus constitui assim a sua Igreja, Casa de Deus na qual cabem todos. A Igreja é o Povo de Deus, a esse povo todos os outros estão chamados a pertencer.
Contra algumas teologias que brilham pela ausência do afã evangelizador e apostólico da Igreja, é preciso combater a teoria da subordinação à humanidade como condição de salvação. Esta teoria diria que a humanidade recebeu a vida de Jesus Cristo e o caminho normal de salvação seria subordinar-se a ela e nela ser salvado; a subordinação à Igreja seria algo excepcional. Há uma inversão nessa maneira de pensar: antes se dizia que a Igreja é o caminho ordinário de salvação e que, extraordinariamente, poderiam ser salvados membros de outras religiões. Nessa teoria, o caminho ordinário de salvação seria entrar na humanidade como um todo, e, extraordinariamente, entrar na Igreja.
Pensar segundo essa teoria da subordinação é simplesmente herético, não podemos estar de acordo, pois uma tal teoria não deixa lugar para a conversão. Não se pode diminuir a fé da Igreja, dando lugar novamente a todos os demônios impuros contra a fé e contra os bons costumes. A Igreja é a comunidade de salvação. Deixar essa premissa verdadeira seria um grande prejuízo para as almas. Não será uma teoria malfadada como essa que está levando à perda de vitalidade dentro da Igreja?
Padre Françoá Costa
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