Homilia Sexta-Feira X Semana do Tempo Comum | Ano C

É evidente que somos contra o adultério

Sexta-feira, 10ª semana do Tempo Comum, C – 1Rs 19,9a.11-16; Sl 26; Mt 5,27-32

Ouvistes o que foi dito aos antigos, ouvistes o que se disse aos novos, ouvistes o que se diz na televisão, na rádio e em tantos outros lugares. É bom informar-se! Jesus, porém, nos recorda: “Eu, porém, vos digo”. O Senhor diz a todos nós que o Evangelho é sempre moderno, que nós não precisamos ter medo de dialogar com a cultura contemporânea. Com outras palavras, a evolução das espécies não pode diminuir a nossa fé, o heliocentrismo (ou outra teoria que surja) tampouco a aumenta ou diminui; as riquezas do Vaticano e a pedofilia já provada de alguns presbíteros não deveriam abalar os cimentos do nosso amor a Deus e à sua Igreja Católica; a corrupção dos costumes, em lugar de implicar um retrocesso na nossa caminhada cristã, deveria ser um desafio para a nossa inteligência e a nossa vontade iluminadas pela fé. Enfim, qual é o fundamento da minha fé? Jesus Cristo, Deus verdadeiro e Homem verdadeiro. Nele se pode confiar sempre!

Jesus fala hoje, de maneira muito especial, contra a infidelidade no matrimônio, o adultério, o qual, infelizmente, é muito promovido na sociedade corrompida na qual nós vivemos. Quando um homem se casa com uma mulher, e vice-versa, eles constituem o verdadeiro matrimônio para construírem a verdadeira família. Trata-se de algo verdadeiro vocacional, pois, pela criação, homem e mulher são chamados a se unirem para darem continuidade à espécie humana; pela graça, homem e mulher são chamados a manifestar em seus corpos e através da mútua doação aquela união que existe entre Cristo-esposo e a Igreja-esposa. 

O adultério fere a vocação dos esposos. Adultério é pecado mortal. Entre os primeiros cristãos, o adultério, juntamente com o homicídio e a idolatria, eram tidos como os piores pecados. As penitências que se davam para quem tinha cometido um desses pecados eram bastante fortes. Os dois, homem e mulher, se doam um ao outro e seus corpos não pertencem a si mesmos, mas ao cônjuge. O adultério é um roubo para uso privado e compartilhado de algo que não pertence a quem o utiliza. É algo terrível! Por outro lado, quantos casamentos destruídos por causa do adultério, filhos sem pais por causa das separações adulterinas… Triste cenário!

O EU de Jesus é a segurança de que podemos continuar sob a sua autoridade a nossa tarefa evangelizadora. Ele nos envia. O principal interessado em salvar esse “bando de macacos recém-descidos da árvore”, como dizia um venerável professor, é de Jesus. Peço desculpas por rasgar o verbo, mas vou seguir nessa linha – sem faltar o respeito devido ao meu Senhor – para afirmar claramente que o problema é dele, de Jesus. Não obstante, ele pede a nossa colaboração inteligente, perspicaz e cheia de garra. Sentimo-nos fortalecidos, cheios de garra, com a força que vem da fé, da esperança e do amor de Deus? Se a resposta não for positiva, sugiro que se tome três remédios: oração, penitência e ação.

Padre Françoá Costa
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