Homilia Sexta-Feira da IV Quaresma | Ano C

De onde é Jesus?

Sexta-feira –  IV Quaresma – C – Sb 2,1-22; Sl 33; Jo 7,1-30

Algumas pessoas de Jerusalém pensavam que sabiam de onde era Jesus: “Nós sabemos de onde esse é, ao passo que ninguém saberá de onde será o Cristo, quando ele vier” (Jo 7,27). Mas, sabem mesmo? E você sabe de onde é Jesus?

As pessoas se escandalizavam com muita frequência porque o carpinteiro, o filho de Maria ensinava com autoridade, com sabedoria. Por outro lado, Jesus deixaria realmente uma impressão muito grata, os que o ouviam ficavam admirados. Gosto de imaginar Cristo ensinando, gosto de imaginar-me lá junto dele escutando as suas palavras sapientíssimas, cheias de unção, são as palavras do Filho sobre o seu Pai. Nós também ficamos admirados porque é simplesmente maravilhoso tudo o que o Senhor fala sobre o Pai, seu Pai e nosso Pai.

Nós estranhamos e ficamos perdidos diante das propostas de Cristo, quase sem saber de onde ele é. Vejam só: se, ao ler o Evangelho, chego à conclusão que tudo aquilo é impossível para mim, que não posso chegar a metas tão altas, que a santidade é coisa para poucos. Se, ao escutar o Magistério da Igreja ensinando as exigências do amor de Deus, criticamos e não nos dispomos a seguir pelos caminhos que o Senhor deseja e que o Papa e os Bispos em comunhão com ele nos transmitem. Se a humildade, a castidade, se o aproveitamento do tempo, o serviço aos demais me parecem virtudes de gente retrógrada, de gente do passado, pouco desenvolvida e que não acompanha a modernidade. Se… então temos que concluir que ainda não descobrimos a origem divina de Jesus, nem sua origem humana. Divinamente, ele vem do Pai, ele é Deus. Humanamente, ele vem de Santa Maria Virgem e adotado por São José, consequentemente ele aprendeu a fazer tudo bem feito.

Mas, Jesus já tinha mostrado àqueles homens e muitas vezes nos tem mostrado sua origem: ele vem de Deus, ele é o Deus feito homem. No batismo escutara-se a voz do Pai que dizia “Tu és o meu Filho amado; em ti ponho as Minhas complacências” (Mc 1,11); ao começar seu ministério muitos tinham escutado o Senhor com toda a autoridade a dizer-lhes: “Fazei penitência e crede no Evangelho” (Mc 1,15). Também tinham se maravilhado da doutrina do Senhor quando ele certa vez entrara na sinagoga de Cafarnaum e começara a ensinar, tinham visto lá um ensino com autoridade (cf. Mc 1,21-22). Essa autoridade do Senhor também fica patente quando ele expulsa demônios, quando ele cura os enfermos. Diante das maravilhas de Cristo, seus ensinamentos e suas ações, as pessoas ficavam pasmadas e davam glória a Deus: “Nunca vimos coisa assim!” (Mc 2,12). Nós também tenhamos a docilidade de professar: ele vem de Deus, ele vem de Santa Maria.

Padre Françoá Costa
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