Homilia Sexta-Feira da 7º semana do tempo comum | Ano C

Desenhando a doutrina sobre o matrimônio

Sexta-feira, 7ª Semana do Tempo Comum – C – Tg 5,9-12; Sl 102; Mc 10,1-12

Mc 10,1-12, texto do Evangelho a ser proclamado hoje, oferece uma oportunidade maravilhosa para expor a doutrina acerca do matrimônio tal como Deus o quis. O chamado matrimônio natural é isso: um homem (do sexo masculino) une-se com uma mulher (do sexo feminino) para se amarem e terem filhos (seres humanos, machos humanos e fêmeas humanas); outra coisa que seja diferente do que se acabou de dizer não pode ser chamado matrimônio. O chamado matrimônio sacramental é tudo o que se disse sobre o matrimônio natural, porém elevado pela graça de Deus através do mútuo consentimento que os esposos dão entre si de si mesmos, na presença do ministro autorizado da Igreja, e, posteriormente, consumado na cama através da relação sexual carnal, a qual, dentro do matrimônio, é uma benção de Deus e geradora de bebês lindos.

Mais claro que o anteriormente explicado, somente desenhando, como se diz por aí. Com essa maneira de dizer as coisas apenas estou a imitar o meu Senhor que disse com claridade meridiana: uma vez casados, não podem se separar, não podem divorciar, devem se aguentar e, se, em algum momento a separação ou o divórcio são tolerados, é por causa da dureza dos corações, tanto do esposo quanto da esposa, porque em uma separação os dois têm culpa, ou anterior ou concomitante (Mc 10,1-12). Continuemos na lucidez: “Todo aquele que repudiar sua mulher e desposar outra, comete adultério contra a primeira; e se essa repudiar seu marido e desposar outro, comete adultério” (Mc 10,11-12). São Paulo não podia mais do que repetir essa doutrina de Cristo para a Igreja: “Quanto àqueles que estão casados, ordeno não eu, mas o Senhor: a mulher não se separe do marido – se, porém, se separar não se case de novo, ou reconcilie-se com o marido – e o marido não repudie sua esposa!” (1 Cor 710-11).

Agora pergunto a vocês: o adultério é um pecado mortal? Suponho que vocês disseram que sim. Outra pergunta: pode-se comungar estando em pecado mortal? Suponho que vocês responderam que não. Uma terceira pergunta: E onde está a misericórdia? Suponho que vocês afirmaram que ela se encontra na verdade que cura e que liberta.

Eu animo os casais que se separaram a buscar a nulidade matrimonial, se há indícios de invalidade do casamento realizado; animo as pessoas separadas a viverem sem homem se são mulheres e sem mulheres se são homens; sobretudo animo as pessoas jovens a se casarem: que se preparem bem para o casamento, graça de Deus e tarefa humana. Àquelas pessoas que estão em união posterior ao casamento anterior digo que tenham paciência, rezem e entendam a vontade de Deus para suas vidas, que valorizem mais o céu que a terra, que vivam como irmãos se os compromissos os obrigam a isso ou que se separem se não há compromisso algum. Enfim, vamos discernir segundo a verdade, segundo a vontade de Deus, segundo o bem maior: a salvação das almas. Não posso passar a mão na sua cabeça e, sem seguida, empurrá-lo para o inferno. A misericórdia que sara, não somente vê que você tem fome, mas procura dar um pouco de comida.

Padre Françoá Costa
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