Homilia Sexta-Feira da 5º semana do tempo comum | Ano C

Fazer as coisas bem feitas

Sexta-feira, 5ª Semana do Tempo Comum – C – 1 Re 11,29-32; 12,19; Sl 80; Mc 7,31-37

As ações de Jesus causavam admiração naqueles que o seguiam. Isso porque “Ele fez bem todas as coisas” (Mc 7,37). Jesus é aquele que nos dá a salvação, ou seja, ele nos dá o perdão dos pecados, a graça de ser filho de Deus e membro da Igreja. Todo o Cristo é Salvador: ele e suas ações. Até o choro do Menino Jesus era salvador! Assim como Jesus Cristo foi generoso para com o gênero humano na hora da sua Paixão e Ressurreição, também o foi antes dessa grande ação pascoal.

Já que cada uma das ações do Salvador foi salvadora, é preciso afirmar que ele colocou em cada uma dessas ações o empenho em oferecê-las cheias de obediência e amor ao seu Pai. Assim como o sacrifício de Abel foi perfeito, Jesus Cristo, o Novo Abel, ofereceu ao Pai um sacrifício perfeito em todas as suas ações e em todas as suas dimensões. É justa a exclamação do povo: “Ele fez bem todas as coisas”.

Nós também, incorporados a Cristo, podemos colaborar efetivamente na salvação operada por Cristo uma vez por todas. Com as nossas pequenas ações cotidianas podemos ajudar o Senhor a salvar os nossos semelhantes. Mas será preciso também que ao oferecê-las ao Senhor sejam elas quais sacrifícios de Abel: perfeitos. Quais são essas ações cotidianas? As relações profissionais, o trabalho bem feito, a vida de família, as nossas diversões, o nosso tempo dedicado aos demais, o tempo de estudo, pegar um ônibus para ir ao trabalho ou dele vir, um sorriso, um aperto de mão, fazer uma comida gostosa para a família, rezar, fazer esporte etc. Tudo pode ser santificado, pois desde que o Filho de Deus assumiu a nossa humanidade tudo pode e deve ser elevado ao plano de Deus. Como gostavam de dizer alguns Padres da Igreja: o Filho de Deus se fez homem para que o homem se tornasse filho de Deus! E nós poderíamos continuar: o Filho de Deus assumiu a nossa humanidade para que tudo o que é da nossa humanidade possa ser santificado e oferecido ao Pai.

Essa ideia tão conhecida hoje em dia foi difundida pelo Fundador do Opus Dei (Obra de Deus), São Josemaria Escrivá (1902-1975), que, a partir do ano 1928, teria como tema constante de sua pregação o anúncio de que todos os cristãos podem e devem ser santos, precisamente através do trabalho, da vida ordinária. Falava da chamada à santidade e ao apostolado no meio do mundo, nas circunstâncias e nas ocupações da vida comum (trabalho profissional, atividades culturais e sociais, matrimônio e vida de família etc.). Não é essa uma mensagem fascinante que comida com a perfeição das ações de Jesus? Façamos também tudo por amor a Deus, bem feito e oferecendo a ele.

Padre Françoá Costa

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