Homilia Sexta-Feira da 4º semana do tempo comum | Ano C

Não seja covarde!

Sexta-feira, 4ª Semana do Tempo Comum – C – Eclo 47,2-13; Sl 17; Mc 6,14-29

Até Herodes ouviu falar de Jesus. Na verdade, não é a primeira vez que um Herodes ouve falar de Jesus, pois algum antepassado dele procurara as criancinhas de até dois anos para matá-las. A família “Herodes” não se destacou no seguimento de Cristo, definitivamente! Mesmo “sem querer”, esse Herodes mandou degolar São João Batista (Mc 6,17-29) por causa de um capricho de uma mulher, Herodíades. De fato, a personalidade de Herodes se parece muito à de Pilatos. Lembram-se? Em ambos os casos, eram admiradores de João e de Jesus, respectivamente, porém tanto Herodes quanto Pilatos pecavam por covardia.

E você, será que você tem coragem de anunciar a verdade, defender um inocente, lutar por alguma causa que valha a pena, mesmo que lhe custe? Ou será que você é um… covarde, amigo de Herodes e de Pilatos?

Covardia é falta de coragem, de fortaleza. Efetivamente, no contexto das quatro virtudes humanas (cardeais) – prudência, justiça, fortaleza e temperança –, a coragem faz parte da fortaleza. Santo Tomás de Aquino afirma que a coragem é a firmeza de ânimo que se opõe às dificuldades que o ser humano encontra em viver de acordo com a razão é essa disposição que nos faz. Pelo contrário, a covardia é o vício que não nos permite afrontar os perigos nem sofrer os trabalhos necessários à consecução do bem, da virtude, do que vale a pena.

A covardia é mais grave ainda quando a pessoa tem entre as próprias mãos o poder, dado por algum ofício, de anunciar a verdade e defender o inocente. Imaginem só, estamos a falar do Herodes, do rei: o homem que tinha o poder nas mãos para não atender ao desejo tolo de Herodíades nem se deixar fantasiar pela dança de uma mocinha. Herodes nem precisava temer os magnatas da Galileia, porque, por mais importantes que eram, ele, Herodes, era o rei, e, portanto, aqueles estavam subordinados a ele. É uma vergonha ver alguém que, podendo repelir o mal, não o faz; podendo realizar o bem, não o realiza. Deus nos livre da covardia, máxime se temos o poder de realizar algo que está em nossas mãos.

Padre Françoá Costa
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